Cap 30 - A dor lhe corroía

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Oieeeee!!!

Segurem a emoção que são tempos difíceis na nossa história!🤧💔

Boa leitura!
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- Concordo com você. Não importa. Não mais.

E o último som que ouviu foi da porta batendo atrás de si, antes de se deixar afundar no sofá, o bolso dianteiro do casaco parecia muito mais pesado agora, como se a aliança fosse feita de chumbo, puxando-a para baixo.

Como tudo tinha chegado naquela situação? Era o que Giovanna se perguntava constantemente. Como de repente, aquele conto perfeito havia se transformado num futuro sem perspectivas?

Havia um mês que Maya fechara a porta de sua casa, saindo de sua vida, afirmando que iria correr para os braços de outra pessoa. Um mês.

Desde então, Giovanna não sabia o que era ter um minuto de paz. Era uma mulher madura e experiente, uma mulher que nunca tivera qualquer problema com flertes, uma mulher que nunca pensara em compromisso.

Nem namoros longos ela teve. Na verdade foram dois namoricos de três meses cada, quando ainda era uma adolescente cheia de espinhas e fantasias.

Agora ali estava ela, sentada em frente a sua mesa, com sete casos para resolver e nada parecia anima-la. Tudo por que há um mês ela não a via.

Na primeira semana ficou louca. Não queria dar o braço a torcer, afinal ela nem havia dado chances para se defender, simplesmente a julgou e foi embora gritando na sua cara que tudo tinha sido um mero acordo.

Um acordo? Acordo uma ova, não parecia um acordo quando ela gritava e tremia em seus braços a noite inteira, ou suplicava para ser possuída.

Estava com o ego ferido demais para procurá-la, mas ainda assim seguiu seus passos, nas sombras. Ana Clara a ajudou, dizendo para ela o que Maya estava fazendo. Até onde soube, ela passara as duas primeiras semanas trancadas em seu quarto, sem atender ninguém e muito menos sair.

E agora ela sabia que o maldito Christopher estava fora da cidade numa conferência. Isto era a única coisa que lhe mantinha totalmente sã, pois sempre que pensava em Maya nos braços de Christopher, seus piores instintos afloravam e seu estômago virava por completo.

Fora acusada injustamente e isto estava lhe corroendo. Não fazia a menor idéia de como aquela aeromoça tinha conseguido seu número, mas sabia que era armação. Tanto quanto sabia que o autor era Christopher. O golpe era baixo e mesquinho, assim como ele.

Pegou o telefone e começou a discar o numero de Maya, mas antes de terminar desligou o telefone com um baque surdo e sentou esfregando as mãos no rosto com impaciência.

Vinha sendo assim todos os dias desde que romperam, dez, quinze, até mesmo vinte vezes ao dia. Ficava ouvindo as mensagens de texto que ela lhe mandara, algumas sutis, outras mais sensuais. Olhava as fotos que tinham tirado juntas, estava completamente enfeitiçada.

Em vez de ligar para ela, ligou para um amigo, tenente da Scotland Yard.

- Oi, é a Giovanna. Alguma novidade?

- Não Gio, nada ainda. Eu ainda não consegui autorização para fazer uma busca. Mas tenho certeza de que o promotor autorizará hoje.

- Mas eu prestei uma queixa.

- Eu sei Giovanna, mas acontece que a situação é inusitada. Tive que enfrentar muita gozação aqui. O pessoal não acredita que você deu queixa de trote, ainda mais um trote sensual como aquele. O promotor acredita que você dormiu com a garota e agora quer tirar o corpo fora.

- Mas que inferno, eu nunca fiz nada com esta mulher.

- Eu sei, mas não é o suficiente. Tenha paciência.

- Não posso ir até Maya antes que eu tenha alguma prova. E preciso encontrá-la pra isso.

- Eu sei, mas não posso fazer mais do que estou fazendo.

- Pode sim. Pode conseguir isso num piscar de olhos por baixo dos panos. - disse mais irritada.

- Não é assim que trabalhamos Giovanna e sabe disso.

- Mas...

- Ouça sei que está apaixonada e respeito isso. Mas em primeiro lugar, a Maya deveria ter acreditado em você.

- Não é tão simples assim...

- Não estou dizendo que é, apenas estou lhe pedindo calma. Estou fazendo isso por que acredito em você, mas tenho de ouvir coisas que você nem imagina. Nem todo mundo foi criado como nós, acreditando no amor e na fidelidade Giovanna. E se fizermos tudo dentro da lei e você estiver mesmo certa, posso conseguir um processo para Christopher.

Esta fora a melhor parte da conversa.

- Não deixe de me avisar. - Giovanna disse derrotada.

- Será a primeira coisa que farei. Agora acalme-se.

- Certo. Obrigado. Tchau.

Desligou.

Quanto tempo mais teria que esperar?

Depois da briga, com raiva, ela quis dizer a si mesma que era apenas por que ela ainda a desejava, mas logo admitira estar mentindo. Sentia falta do corpo dela, sim. Ardia por ela todas as noites. Lembrar de tudo o que compartilharam lhe tirava dos eixos e das orbitas, mas não era só isso.

Sentia falta da voz dela, do sorriso, até mesmo das reclamações. Daquele jeito decidido e rígido que ela tinha. Sentia falta do vermelho que surgia em sua face quando a paixão se dissipava e ela percebia o que haviam feito.

Sentia falta dela. Estava apaixonada por ela.

Não. Era mais que paixão, era amor. Amava Maya Manoela e por isso, aquela maldita caixinha de veludo que carregava um solitário caríssimo de diamantes ainda estava em cima da sua mesa de cabeceira. Como se ela fosse aparecer a qualquer instante e cair em seus braços.

Um mês inteiro sem nem ao menos ouvi-la. Ela não estava mais aguentando.

Para Maya não foi muito diferente. Ela enclausurou-se em sua casa e afogou-se no trabalho. Não conversava com ninguém.

A dor lhe corroia.

A professora - MaGiOnde histórias criam vida. Descubra agora