Cap 3 - Confie em mim

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Era domingo, estavam voltando de uma boate. Ela estava meio alta pelo vinho que tomara. Giovanna era uma companhia adorável, sabia fazer rir como também sabia ouvir nos momentos certos.

- A regra numero dois: Confie em mim.

- Não disse que não confiava em você, apenas quero saber para onde vou.

- Você já vai descobrir.

Foi tudo o que ela disse.

Maya não a questionou mais, apenas recostou o rosto ao vidro do carro e observou a paisagem.

O carro de Giovanna diminuiu a velocidade e entrou no estacionamento de um prédio.

- Onde estamos?

Ela indagou.

- É hora da minha namorada conhecer minha casa.

- Conheço sua casa, e não é essa.

- Esta é minha outra casa. - Ela disse.

- Seria esta a casa onde você leva suas 'namoradas' para encontros nada inocentes? - perguntou alfinetando-a.

- Não - foi firme - Não costumo namorar Maya. Minhas conquistas eu prefiro levar a motéis. Este lugar é muito intimo e eu gosto de tratá-lo como meu santuário. Esta casa foi de meus pais. - continuou - E agora, ficou para mim. Venho aqui quando quero paz.

Maya ficou vermelha com a resposta dela.

- E o que estou fazendo aqui?

- Está me conhecendo. Conhecendo todas as partes que me compõem. Quero que você seja capaz de me traduzir. Entre nós deve prevalecer o máximo da intimidade, só assim funcionará.

- Giovanna, eu gostaria de saber o que você preten...

Mas a frase foi suspensa e esquecida quando ela encostou o dedo indicador em seus lábios.

- Agora chega Maya, é hora de se calar. Estamos aqui por um bom motivo. Teremos nosso primeiro contato intimo. Queria que as coisas fluíssem, mas você não é nada fácil de lidar.

- Você quer dizer que vamos...

- Vamos. - Ela disse - Mas não há necessidade de nomearmos isso, ainda não sabemos qual será o desfecho. Preciso que entenda que há muitas maneiras de se fazer sexo. - Ela disse isso e se dirigiu ao bar da sala servindo-se de Whisky.

- Aceita?

Concordou, já bastante nervosa.

- Existem linguagens de baixo e alto calão para denominar o ato sexual, o fato é que todas elas o definem bem, dependendo da situação. - Giovanna entregou a bebida a ela. - Podemos fazer amor, se o ato for calmo e gentil, podemos transar se ele for sensual, e intenso se for carnal. Sexo romantico, sexo selvagem, não importa. Apenas o denominamos no fim, quando finalmente entendermos o que fizemos. Compreendeu?

Maya concordou. A respiração cada vez mais desregrada com as palavras que ela proferia.

- A primeira coisa que vou fazer é mostrar a você o que eu costumo chamar de ritual de reconhecimento. Irei reconhecer seu corpo, assim como você reconhecerá o meu. Vou explorar você, com minhas mãos, minha boca e minha pele. - Ela dizia cada palavra olhando em seus olhos - E você tentará se libertar de seus pudores e recatos e fará o mesmo em mim.

Maya continuou parada. Ela se aproximava cada vez mais, podendo já sentir o doce aroma do seu hálito, mas Giovanna recuou. Ela não compreendeu, mas logo a viu baixar a luz do quarto.

- Vamos tornar tudo mais interessante. Vamos brincar com os sentidos. O ato sexual tem tudo haver com exploração de sentidos.

Voltou-se para ela, mas antes se deteve em uma escrivaninha pegando algo de dentro. Quando já estava próxima o bastante, mostrou a venda preta que trazia na mão. Maya recuou dois passos.

- Não. - Giovanna disse simplesmente e ela voltou para o lugar.

Giovanna prostrou-se a frente dela, com o semblante sério e carregado.

- Esta é sua chance de desistir. - disse com suavidade apesar da dureza em sua face - Se não quiser prosseguir, pare e recue agora. Mais adiante não iremos parar, se persistir nas... aulas... Terá que seguir até o final disto.

- O que me diz?

A respiração era irregular e pesada.

Sempre imaginara Giovanna como uma amante quente e sensual, mas agora que estava diante dela, e conhecia a verdade, soube que ela era muito mais que isso.

A professora - MaGiOnde histórias criam vida. Descubra agora