บทที่ 22 - Dialogue!

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O corredor do hospital parecia ecoar a tensão de Gemini. Passos apressados, vozes abafadas, e a frieza do ar condicionado apenas intensificavam o peso que ele carregava no peito.

Ying, sua mãe, falava com a recepcionista, enquanto Gemini permanecia imóvel na cadeira. Suas mãos brincavam nervosamente entre si, e sua mente estava a mil, tentando organizar pensamentos e sentimentos confusos.

Ele sabia o motivo de estar ali, mas parte de si ainda resistia a aceitar. Como encarar alguém que, por tanto tempo, parecia inquebrável?

—O senhor Benz está no quarto 422. Vou levá-los até lá. -disse a recepcionista, educada.

Ying agradeceu com um aceno e tocou de leve o ombro de Gemini.

—Vamos, filho.

Ele a seguiu em silêncio pelos corredores, os ombros tensos e a mente em um redemoinho. Quando chegaram à porta do quarto, a recepcionista se afastou. Ying hesitou por um momento, observando Gemini com um olhar de preocupação.

—Está pronto?

—Nem um pouco... -soou menos audível, sem humor.

Ying abriu a porta devagar. O quarto era simples, iluminado pela luz natural que atravessava uma janela lateral. Benz estava sentado na cama, as costas apoiadas na cabeceira, um livro em mãos. Parecia absorto na leitura, o rosto marcado por linhas que antes não estavam lá. Sua aparência havia mudado; ele parecia mais magro, mais velho, mas o que chamou a atenção de Gemini foi o olhar.

O brilho arrogante, o ar de superioridade que Benz sempre carregava, havia desaparecido. Tudo o que restava era algo vazio, apagado.

—Benz? -Ying chamou suavemente, quebrando o silêncio.

Ele ergueu os olhos, surpreso. Demorou um segundo para registrar a presença deles. Gemini sentiu um aperto no peito ao notar a hesitação de seu pai.

—Trouxe o Gemini para te ver. -disse Ying com um sorriso pequeno, tentando aliviar o peso na sala.

—Oi, Benz. -cumprimentou Gemini. Sua voz saiu mais fria do que ele pretendia.

Benz o olhou por um momento antes de responder, como se estivesse buscando forças para falar.

—Oi... Filho. -a palavra parecia cortá-lo por dentro.

—Vou deixá-los conversarem. -Ying deu um passo para trás, apertando brevemente o ombro de Gemini antes de sair.

O som dos saltos dela ecoando pelo chão neutro do corredor até desaparecer.

Benz fechou o livro com dificuldade e o colocou ao lado da cama. Seus olhos voltaram para Gemini, que ainda estava em pé, tenso.

—Pensei que você não viria. -disse Benz, a voz baixa e rouca. —Confesso que estou surpreso.

—Não era minha intenção vir. -respondeu Gemini, direto. —Mas... mudei de ideia. -lembrou-se das palavras de Dara.

Ele puxou uma cadeira e se sentou, cruzando os braços. Tentava parecer indiferente, mas a ansiedade estava escrita em seu rosto.

—Como estão os tratamentos? -perguntou, o tom impessoal.

Benz sorriu antes de responder, mas era um sorriso sem alegria, quase amargo.

—Eles não estão funcionando. Vou morrer, Gemini. É apenas uma questão de tempo.

A sinceridade crua daquelas palavras acertou Gemini como um soco. Ele desviou o olhar, apertando os punhos.

—Por que você só me contou agora? Quando já não há mais o que fazer?

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⏰ Última atualização: 2 days ago ⏰

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