HARMONY OF MISMATCH °GeminiFourth°

บทที่ 1 - Mismatch!

Seus olhos pesavam, o cansaço se fazia presente. Sua mente indicava que estar alí já não valia mais a pena. O mais viável seria voltar para casa e dormir com uma enorme decepção martelando constantemente seus pensamentos.

Seu olhar cansado se lança ao final da rua, enxergando longe a silhueta de alguém. Um sorriso fraco formou em seus lábios, aliviado por não ter estado alí á toa.
Entretanto, rapidamente seu sorriso sumiu da mesma forma que apareceu, fraco. Pois ao aproximar-se, a silhueta se distanciava, ela estava cada vez mais longe, como se uma barreira o deter-se de está com o que tanto almejava.

Sua busca incessante, se tornava cansativa. Não adiantava, seus esforços eram em vão, correr atrás do impossível, era literalmente impossível.

Fraco e cansado, seu corpo despencou-se rente ao chão com força bruta, de forma que o impossibilitava de levantar.

Observava com olhos cansados, a alma desaparecer, sem poder fazer nada.

            ⏰ TRIMMM ⏰

Gemini se assustou com o barulho repentino do despertador. Rapidamente sentou-se na cama com os olhos arregalados; o mesmo suava bastante e o seu peito subia e descia bastante ofegante.

Olhou para todas as direções possíveis, procurando a tal 'silhueta' que tanto martelava sua mente, se dando conta de que tudo não passava de um sonho, na verdade, mais um sonho.

—Esse sonho estranho novamente? -questionou irritado.

Levantou-se rapidamente, levando a sua atenção ao que o mesmo nomeava ser importante.

Sua rotina sempre fôra a mesma, só que neste dia em especial, Gemini vestiu a roupa nova que havia comprado com a suas economias, passou perfume 3 vezes a mais do que de costume, e penteou o seu cabelo em um penteado que o mesmo havia visto na internet (pensou ele que cairia bem em si).

Uma notificação chegou em seu aparelho.

Seus olhos ao caírem sobre o aparelho, sorriu de orelha a orelha. O mesmo se pôs a correr bem rápido pela escadaria da sua casa, afim de chegar a porta da frente, onde se encontraria com a pessoa que acabara de lhe mandar mensagem.

—Até mais mãe. -não deixando de sorrir, beijou a bochecha da sua mãe e saiu pela porta da frente, arrancando um sorriso da mesma.

—Demorei? -ditou meio receoso com a garota que estava na sua frente, junto a sua bicicleta roxa.

—Você nunca se atrasa bobão. -sorriu. —Aliás, você está muito bem hoje. -disse olhando Gemini dos pés a cabeça.

—Valeu Malee... Você também. -sorriu envergonhado.

—Vamos Sr. Tímido! Iremos no atrasar. -Malee montou na bicicleta. —Vamos, sobe aí. -apontou para o assento que sempre fôra ocupado apenas por Gemini.

Malee pedalava com Gemini em direção ao Ateliê de Bangkok. Um evento importante ocorreria lá, na verdade, um evento importante para Malee ocorreria lá. Ela havia convidado Gemini para o mesmo à acompanhá-la, e obviamente o mesmo não iria recusar. Estar com à garota que gostava, era uma oportunidade de ouro para Gemini.

—Pronto, chegamos! -disse Malee. —Estou muito ansiosa para expôr à minha obra de arte para todos. -ditou demonstrando puro entusiasmo.

—Tenho certeza que irá arrasar. -sorriu mostrando um 'joinha'.

—Não sei o que eu faria sem você Gemini. -deu uma leve carícia nos cabelos do mesmo. —Me espere aqui, irei guardar a bicicleta. -Gemini assentiu.

O mesmo estava inquieto, ajeitava o cabelo sem mesmo ter um espelho; passava a mão na sua blusa com a intenção de desamassá-la, mesmo que a peça não estivesse nem um pouco amassada. Ele havia a  passado com ferro várias vezes seguidas antes de usá-la.

Gemini queria que tudo desse extremamente certo nesse dia tão especial, nesse dia em que ele confessaria seus sentimentos a Malee. Ele estava confiante da sua confissão, estava confiante que Malee aceitaria seus sentimentos e que finalmente tornariam-se o casal de que ele sempre sonhou.

Inesperadamente, algo toma a sua atenção, o arrancando abruptamente dos seus pensamentos.

—SAI DA FRENTE!

Um rapaz corria em direção a Gemini, seus tênis batendo ritmicamente no chão. O suor escorria pelo seu rosto enquanto ele se esforçava para manter o ritmo.

Gemini conhecia aquela fisionomia, conhecia bem aquela face.

—Fourth? -ditou confuso, desejando que não fosse a pessoa que estava em sua mente.

Fourth diminuiu a velocidade até parar completamente, seu coração agora batendo não só pelo esforço, mas também pela tensão.

—Gem? -franziu o cenho em confusão ao ver tal pessoa a sua frente.

Gemini mantia os punhos fechados, sem tirar seus olhos furiosos de Fourth.

—Nem vou perguntar onde você estava, provavelmente mexendo em algo que não devia. -disse com desdém, o sarcasmo evidente.

—E se eu estivesse? Vai dizer que planejou outra armadilha para mim? -respondeu com falsa indignação.

—Até poderia, mas você mesmo faz um bom trabalho em arruinar tudo ao seu redor -replicou com descrença. —Te chamar de 'problemático' é um eufemismo.

—Antes problemático do que um fantoche como você! -elevou o tom. —Ainda está tentando ganhar a aprovação do seu pai ou precisa inventar mais intrigas para ser notado? -falou com puro ceticismo.

—Um órfão que foi manipulado desde a infância, descontando a raiva em tudo e em todos. Será mesmo que sou eu quem precisa de aprovação? -sua raiva aumentou, elevando também seu tom de voz.

A discussão estava acalorada, as palavras voavam como flechas afiadas, cada uma mirando diretamente no coração do outro, sem piedade ou hesitação.

Seus olhos focavam apenas sobre o outro, ambos não olhavam outra coisa, apenas duas orbes enfurecidas se encarando em mais puro ódio.
Ódio esse, que era nitidamente visível a quem olhasse.

—Gemini..? -uma voz feminina, gentil e um tanto amedrontada o chamou. —Está... Tudo bem aqui? -posicionou uma das mãos no ombro de Gemini.

—Eu.. eu... -olhou para Malee com os olhos marejados de lágrimas, por conta da raiva que percorria seu corpo. —Desculpe, acho que... Não poderei te acompanhar hoje... -saiu sem receber uma resposta de Malee.

Gemini andou em passos raivosos até a sua casa, que mais parecia levar uma eternidade até chegar na mesma.

Entrou pela porta da frente da residência; subiu as escadas de madeira raivosamente, demonstrando um som alto com o calçado batendo contra a escadaria; entrou em seu quarto, batendo a porta em um estrondo enorme, aproveitando para descontar a metade da sua raiva na mesma.

—Desgraçado! -esmurrava um travesseiro que havia em sua cama, afim de esvair o enfurecimento. —Justo agora? Justo agora Fourth?

Ditava palavras sem muito fundamento, apenas descontava a raiva no primeiro objeto que aparecia na sua frente.

Fourth também já havia ido para outro local, mas não era a sua casa, e sim um local próximo, que sempre estava vazio.

A praça esquecida da cidade, como todos a denominavam.

Debaixo da macieira, que lhe trazia lembranças de um tempo que ele pensou que duraria para sempre, sentou-se e tentou respirar profundamente, na esperança de dissipar a raiva que o consumia.

—Justo agora? Justo agora Gem? -questionou para si.

Ambos estavam irritados; corações que antes ninguém poderia imaginar serem tão unidos, agora parecem distantes. Toda vez que se aproximam, a distância entre eles se torna ainda mais evidente.

To be continued...