capítulo 9

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🥀 Adam 🥀

Ferrado por uma garota. Isso ainda me soa familiar.

Sempre deixo meus impulsos momentâneos tomarem conta da minha razão.

Não podia ter feito isso com Benjamin. Ele é meu melhor amigo, o único em quem confiei para contar toda a verdade sobre os negócios da minha família. Não dá para sair por aí revelando quem é sua família ou o que você realmente faz. Isso seria como engatilhar uma arma na sua própria nuca — e na de quem você mais ama.

Por isso, não tive medo de contar a ele. Benjamin nunca me faria mal, e, mesmo que fizesse, quem ele machucaria? Família? Só tenho meu avô, e ninguém ousaria tocar nele. Esse é o poder que admiro nele, embora, fora isso, eu o considere um bastardo.

— Você só pode estar brincando. — Ben riu, mas sem humor.

Ele havia me visto aos beijos com a irmã dele. Seu semblante mudou completamente. Era como se eu o tivesse traído ou apunhalado pelas costas.

Mal consegui convencê-lo a vir ao meu escritório.

A boate, inaugurada há menos de três meses, era para ser apenas um passatempo, uma parceria entre Ben e eu. Mas, em poucas semanas, a Luminous estava lotada. As pessoas faziam filas para conhecer o lugar ou visitar nosso famoso bar.

Ben sempre cuidou da parte administrativa, enquanto eu lidava com as comissões.

A Luminous se tornou minha segunda casa. Passava tanto tempo lá que o próprio Ben cedeu o escritório para mim, caso eu não quisesse voltar para meu apartamento.

Tenho uma casa, mas não um lar. Então, que se dane se eu durmo em um sofá de couro de três lugares no escritório.

— Ben, escuta. É só uma ideia. — Tento acalmá-lo.

— Você está me oferecendo essas sugestões ridículas enquanto minha irmã está ali na sacada? Pelo amor de Deus, Adam, me diz que isso é brincadeira!

— Você mesmo disse que eu precisava arranjar uma mulher, e graças a você, eu consegui.

— NÃO ME PROVOQUE! — Ele surta, vindo em minha direção.

Eu poderia estar delirando, mas não dava para adiar: precisava assumir o legado da minha família.

Estava correndo risco a cada dia que passava.

Meu avô me deu a mansão e o dinheiro, mas toda a segurança da minha vida vinha da máfia. Sem controle, não tinha mais capangas. Minhas costas, a essa altura, eram um alvo gigante.

— Benjamin, eu nunca faria mal à sua irmã. — Minha voz sai firme.

— Você está apaixonado por ela?

Reviro os olhos.

Nunca me passou pela cabeça me apaixonar novamente. Nunca me permitiria que outra mulher entrasse no meu coração, que uma vez já foi destruído.

Ben sabe tudo o que já passei. Essa pergunta poderia até soar como uma ofensa, se eu não soubesse que ele só está preocupado com a irmã caçula.

— Claro que não estou! — digo com firmeza. — Só estou juntando o útil ao agradável. Você sabe o que ganho com isso, e eu preciso dela.

— Disso o quê? — A voz angelical dela soa atrás de mim, vinda da porta de vidro que dá para a sacada. Tinha me esquecido completamente que ela estava ali.

Seu olhar mexe com qualquer homem. Talvez alguém pudesse se apaixonar por ela em segundos, como se fosse um feitiço. Mas eu? Eu me proibiria de sentir algo.

O beijo que lhe dei foi só desejo carnal, nada além disso.

Ainda assim, sei que preciso dela. Talvez por seis meses...

— Case-se comigo, e, em troca, eu lhe dou a livraria. — Digo, olhando-a nos olhos.

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