04. O que é a vida sem riscos?

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O abraço dele. Talvez o melhor abraço que recebi em muito tempo.

Senti-me segura nos seus braços. Senti que não importava o que se estava a passar no mundo em redor, ali, envolta nos braços do Nash eu estava segura. Estava protegida.

A eterna montanha-russa da minha vida parou por momentos. Naquele momento um abraço consertou o que mil palavras não iriam conseguir.

Agora sim, sinto que temos alguma ligação entre os dois.

- Ainda bem que já estamos esclarecidos. -disse eu saindo dos seus braços. Custou sair, bastante.

- Sim, ainda bem. - começou - E não precisas de tremer à minha beira, não te vou fazer mal. - disse Nash entre risos

- Eu não estava a tremer ! -respondi

Provavelmente estavas mesmo a tremer porque fico assim quando fico nervosa e ele pôs-me muito nervosa.

- Se calhar era eu então. - tentou redimir-se

Quando chegamos perto do nosso grupo Lydia fez-me sinal para irmos conversar. Não entendo como mas ela sabe que aconteceu alguma coisa.

-Onde vais? -perguntou Nash agarrando-me na mão

-Vou com a Lydia dar uma volta. - disse olhando para as nossas mãos.

-Conversa de raparigas, eu entendo. - disse ao mesmo tempo que me larga a mão

Foi um momento estranho mas bom. Apesar de parecer surpreendida por me perguntar onde ia e por me agarrar a mão gostei da sensação. Gostei que se importasse minimamente.

-Não tens nada para me contar? - perguntou Lydia

-Nada de mais, - disse eu com suspense - o Nash só me deu um daqueles abraços que parecia que estava a segurar o bem mais valioso. Senti me tão bem com aquele abraço. Não sei explicar.

-Mas agora já vais admitir que estás afim dele ou nem por isso? - perguntou Lydia

-Muita calma nessa hora. - respondi um pouco envergonhada, porque sinto que estou mesmo afim dele e não consigo admitir.

-Vai ser quando se beijarem. Esse momento deve estar para breve não achas Ashley? - perguntou Lydia com ar de gozo.

-Nem tentes que isso se apresse. Se tiver que acontecer acontece. - tentei dizer-lhe com serenidade para que percebesse

-Está bem eu não apresso nada. Mas pelo menos diz que gostaste do abraço! -exclamou Lydia bem mais entusiasmada do que eu.

-Claro que não vou dizer. - respondi pensando exatamente o contrario. Talvez lhe diga. Talvez lhe diga que foi talvez o melhor abraço que recebi.

Já na aula continuo com a sensação do abraço. Vou mesmo dizer-lhe algo sobre k abraço.

-Nash? - chamei-o baixo

Ele abanou a cabeça de afirmação que podia falar.

-Obrigada pelo abraço, estava a precisar no momento. - agradeci tocando-lhe no ombro

Nash limitou-se a olhar para trás e a sorrir. Aquele sorriso que mata qualquer pessoa.

Jack rodou imediatamente a cabeça para nós os dois com uma expressão de orgulho mas incrédulo.

-Posso saber qual foi aquele olhar na aula quando estava a falar com o Nash? -perguntei a Jack

-Foi o olhar de quem está orgulhoso por a vossa relação estar a avançar ao ponto de admitires que gostaste do abraço dele. -explicou ele sendo logo interrompido pela Lydia.

-Tu admitiste? - perguntou Lydia incrédula.

-Só lhe disse que gostei do abraço, mais nada. - disse acalmando os animos.

-Estamos a ver progressos Lydia, temos que estar orgulhosos. - ironizou Jack pondo o sue braço por cima de mim.

-Chega, vamos embora. Chega de escola e de filmes sobre o Nash por hoje. - disse enpurrando-os para fora da escola.

Já em casa recebo uma mensagem da Lydia a dizer : "Não te passes mas encontrei o twitter do Nash e basicamente ele fala de ti"

"Manda-me" respondi a Lydia

Depois de ver mandei uma mensagem a Lydia a dizer que posso não ser eu até porque ele não diz o nome para quem.

"A sério Ashley? Eu não o vi a dar abraços depois de pensar que tinha estragado tudo a mais ninguém"

Pois, por muito que custe a admitir mas tenho que dar razão a Lydia.

Avanço mais ou não? Eu já tenho o número dele mas não me sinto à vontade de mandar mensagem. Mando ou não? Vou mandar. Talvez me arrependa.

"Encontrei o teu twitter, desculpa " enviei.

Em menos de um minuto recebi uma resposta "Não tens que pedir de desculpa, se eu não quisesse que encontrasses não encontravas mesmo"

Falamos pela noite fora. Horas. Sem me cansar dele. Sem a conversa ficar aborrecida. Feito raro comigo, normalmente farto-me de falar tanto com uma pessoa.

"Preciso de ir dormir. Amanhã falamos mais. Até amanhã" enviou Nash.

Sobre o "amanhã falamos mais" ainda temos que alinhar umas arestas. Não consigo falar constantemente com uma pessoa sem me fartar e tenho a a certeza absoluta que não me quero fartar dele.

No dia seguinte, mal o vi fui para a beira dele.

-Preciso de te dizer uma coisa que talvez me vás odiar por dizer. - disse eu olhando-o olhos nos olhos.

-Isso não costuma ser nada bom mas diz lá. - disse Nash rindo

-Eu adorei falar contigo, não me interpretes mal, mas se falar muito com uma pessoa eu farto-me rápido e faço as pessoas cansarem-se rápido de mim e não quero que te fartes de mim e muito menos quero me fartar de ti. - tentei explicar ainda que com muita atrapalhação.

-Pois, eu entendo-te perfeitamente. Eu sou exatamente igual mas não tive coragem para te dizer com medo de te magoar. Não sei, ainda não te conheço bem. - explicou o seu lado muito mais seguro e calmo do que eu.

-Não devias ter tanto receio de dizeres o que pensas. - disse-lhe.

-Dizer-te isto era um risco muito grande, podia correr muito mal. - respondeu Nash

-Mas o que é a vida sem riscos? - perguntei retoricamente

Nash olhou para mim sem resposta mas a perceber a ideia.







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