O novo membro da família

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Alguns anos depois...

-Porra! - segurou minha mão com força -
AHHHHHHHHHHHHHHHH! - urrou de olhos fechados.
- Respira, amor! Você está quase conseguindo! - fechei os olhos
com força quando ela apertou com força minha mão, quase
fazendo meus ossos quebrarem! Mas não podia reclamar afinal
sabia como ela deveria estar sofrendo, principalmente por ser
parto normal.

- Já estou vendo a cabeça, só mais um pouco - o médico que estava
fazendo o parto disse - força Yoko.
- Porra, porraa, PORRAA! - Eu só sabia olhar para ela e para o
doutor, meu coração estava apertado por ver ela sofrendo assim,
eu disse que cesária era melhor mas ela não me ouviu.

Yoko estava com o rosto suado e todo vermelho, tinha
lágrimas nos olhos e apertava com força minha mão, essa tortura
continuou por alguns minutos, até que eu ouvi um choro de bebê.

Yoko estava tão cansada que desabou fraca na cama, mas
mesmo assim abriu um sorriso largo quando entregaram View
para ela, eu estava chorando igual uma criança de emoção, acho
que chorava mais que minha filha.

- Oi Filha! - sussurrei para ela e aos poucos ela foi parando de
chorar.
- Desde quando ela estava na barriga, você conseguia acalmar ela
- Yoko sussurrou de volta com a voz mole.
- Precisamos limpar ela mamãe, e fazer os exames - a enfermeira
falou chegando ao lado dela.

Yoko com pesar entregou a bebê para a mulher que
rapidamente saiu da sala me deixando com o coração apertado.

- Amor, pode descansar, você fez um ótimo trabalho - beijei o seu
rosto e Yoko sorriu fraco.

Marissa e Ize, após muito choque de realidade e perguntas
ridículas, acabaram meio que apoiando nosso relacionamento,
mesmo que na época não fosse um relacionamento ainda, elas
assim como os avós da Yoko, ficaram com um pé atrás, com
medo das consequências, até Yoko estava assim na verdade,
mas aos poucos fui tirando essa insegurança dela em relação a
mim quando se mudamos para o centro da Tailândia, ela após negar várias
vezes, aceitou, afinal mesmo não admitindo não queria ficar
longe da bebê dela, as vezes escapava, e ela ficava vermelha de
vergonha.

Compramos uma cobertura, maravilhosa, mesmo eu achando
muito grande. Yoko morria de medo de eu me enjoar dela,
louca, porque se passaram anos e eu continuando sendo trouxa
por ela.

A nossa casa é perto da casa da Ize e Marissa que se mudaram pra Tailândia pra ficar mais perto da gente, que pouco tempo
depois da gente se mudar, adotaram um menino, ele foi
abandonado pelos pais e morou na rua até os 13 anos, depois
foi para o orfanato, achei muito legal da parte delas adotarem
alguém com uma idade não tão convencional, Ize sempre
falou que queria adotar uma criança com mais de 7 anos, pois eles
dificilmente eram escolhidos, logo em seguida a Marissa fez uma
inseminação artificial, uma menina linda nasceu, June, e depois
adotaram mais duas crianças. Eu comecei a fazer faculdade de
administração, e Yoko só me enrolava, falando que queria que
eu ficasse mais velha para nos assumir.

Acabou que foi ela que me pediu em namoro.

"- Oi amor, não consegui achar ovo de codorna doce... - deixo a frase

morrer quando vejo Yoko sentada na cadeira com um vestido
vermelho justo lindo, ela estava descalça e com os cabelos soltos
-Porque você está arrumada? - pergunto curiosa.

Quando eu cheguei da faculdade Yoko me expulsou de casa,
alegando querer comer ovo de codorna doce, e que ia ficar de greve
se eu não trouxesse, eu fiquei desesperada e fui atrás, rodeei a
cidade inteira mas não achei, cheguei morrendo de medo dela ficar
realmente de greve, mas encontrei a casa com um estranho cheiro
doce e cheia de vela, observei o lugar ao redor curiosa.

A Má-dastra(Fayeyoko)Onde histórias criam vida. Descubra agora