2 anos depois -Bankok, Tailândia.
O vento gelado soprava contra meu rosto desprotegido, era
inverno, e hoje em particular estava muito frio, mas eu não estava
ligando muito para isso, estava em uma mistura de raiva, medo, e
adrenalina, a última coisa que se passava na minha cabeça, era o
provável resfriado que eu teria.
Eu ia dormir na floresta hoje se meus planos dessem certo.
"Se"
Tinha uma pequena possibilidade, na verdade grande
possibilidade, de Yoko colocar aqueles brutamontes para virem
atrás de mim e se eles acharem e eu não poderia fazer nada para
impedir que seja levada para lá novamente.
Séria uma garota de 1,75 cm contra vários homens de terno
enormes.
E mesmo se eu fosse maior acho que mesmo assim no "mano a
mano" iria perder.
Não que eu esteja duvidando do meu potencial, eu tenho muita
fé para ter potencial, e como na Bíblia (eu suponho) quem tem fé
move montanhas, não é? Então eu posso bater nesses cara fácil,
fácil, mas por precaução vou me esconder, não curto violência.
Desci com facilidade as pedras que estavam na descida de barro,
era um pouco arriscado chegar até aqui mas valia muito a pena.
Após atravessar o riacho pelas pedras que eram um pouco
escorregadias, achei meu velho pedaço de árvore escondido entre
as folhagens no chão, tirei a porta improvisada por mim e já vi
os tão conhecidos degraus de pedra bruta que ficava escondido,
coloquei as folhas no máximo que conseguia e o pedaço de
madeira para esconder novamente a entrada para ninguém me
achar e desci lentamente.
Logo sinto o velho cheiro de madeira que me deixava tão à
vontade, com meu isqueiro que tirei do bolso da calça jeans,
acendo as velas que ficavam sobre o pedaço de pedra no chão.
Aqui era meu refúgio, não faço a mínima ideia de quem o fez, só
sei que desde que minha madrasta me obrigou a morar nesse
meio do mato, eu, em uma das minhas aventuras de exploração,
cai com tudo aqui dentro, claro que me resultou numa perna
ralada e um braço destroncado mas valeu a pena, o lugar era
incrível, e antigo, ali tinham folhas soltas e já amarelas espalhadas
em uma língua estranha, provavelmente turco ou árabe, era uma
caverna subterrânea, alguém teve muito trabalho para fazer
ela, eu costumava pensar quando era criança que poderia ser o
"refúgio de uma bruxa".
Me sentei sobre o colchão que eu trouxe com muita dificuldade
pra cá a alguns anos atrás, meu diário se encontrava no topo da
pilha antiga de livros com desenhos estranhos, logo comecei a
escrever no meu velho amigo.
Após escrever tudo o que aconteceu no meu dia completamente
tedioso de domingo, me deito tirando minha calça jeans apertada
e meus tênis surrados, ficando só com minha cueca feminina e
minha regata larga, eu não costumava usar sutiã.
Olhando o teto de pedra com vários desenhos estranhos feitos
com carvão e tinta vermelha como sangue, passo a como sempre
pensar na minha vida.
O casamento dos meus pais foi arranjado, os Malisorn tinham
uma linha de restaurantes Tailandeses e os Peraya uma linha de
vinho muito prestigiada tanto em Veneza como em toda a Itália,
a família se conhecia a tempos e era comum o casamento para
fechar acordos, a família colocou meu pai com apenas 17 anos
para noivar com minha mãe Ploy com 15, muito novos mais na
época era comum, os dois assumiram o negócio da família
já que ambos eram filhos únicos, e conseguiram fazer o nome
Peraya-Malisorn ser conhecido pela Tailândia interia. Minha mãe tinha
dificuldade para engravidar, por isso só com 30 anos conseguiu
dar a Luz a mim após vários abortos espontâneos, quando eu
tinha só 5 anos minha mãe sofreu um acidente de carro e morreu
ela e o motorista bêbado do outro carro, meu pai ficou devastado
descontando as frustações no trabalho, ele vivia para trabalhar,
mas era um ótimo pai, mesmo que ausente, quando eu tinha
9 anos ele começou a se recuperar, ficou mais presente depois
da morte do pai dele, meu avô Pedro, um homem de costumes
antigos porém de ótimo coração, de certa forma creio eu que
isso tenha feito meu pai se ligar que além da esposa não poderia
perder a única filha, e além disso única lembrança de sua tão
amada esposa e melhor amiga, então eu me tornei a última
Peraya-Malisorn, e eu não fazia a mínima ideia do peso do meu
sobrenome, esse sobrenome não tem tanto reconhecimento
em todas as regiões mas é um nome extremamente influente e
conhecido no meu país de origem e também mencionado em
outras cidades pelos vinhos "Malisorn".
Quando eu tinha 14 anos meu pai se casou de repente com a
Jovem Yoko Apasra, algo que me deixou de boca aberta na
época.
Meu pai tinha quase 50 anos, mas era muito bem conservado
Yoko tinha só 24 anos, tinha idade para ser Minha irmã! Mas
aceitei quando vi como meu pai estava feliz, eles se casaram
e Yoko foi morar com a gente, alguns meses depois meu pai
descobriu que tinha um tumor no cérebro, bom, o final todos já
sabem, eu mal conhecia a Yoko quando ele morreu, ela era bem
reservada.
Hoje, eu fugi de casa por não ter liberdade para conhecer pessoas
da minha idade, sim, eu e Yoko morávamos nessa casa no meio
do mato, minha educação era toda feita em casa, mas eu tinha
20 anos! Queria conhecer pessoas, namorar ou sei lá oque, mas
Yoko sempre dizia que não tinha tempo para minhas frescuras!
Frescuras porque não era ela que não tinha amigos! Eu queria dar
um medo em Yoko pois mesmo sendo essa típica "Má-Drasta"
louca que me deixa em cárcere privado, eu sei que do jeito
estranho dela, ela sempre se importa comigo.
Entre vários pensamentos acabei adormecendo, um sono pesado.
Não sei quanto tempo dormi, mas foi um ótimo sono tranquilo, no
qual eu colhia chocolates em árvores mágicas.Quando abri meus olhos lentamente, ainda atônica, sentia uma
cócega suave sobre minha barriga, um roçar de dedos, isso me faz
me virar de barriga para baixo para voltar a dormir.
Obviamente essa coisa voltou a me incomodar só que agora
sobre minhas costas descobertas pelo lençol que eu dormi
agarrando, provavelmente chutado durante o sono, tentei voltar
a dormir mas meu lençol foi puxado com tudo do meu corpo.
Com um sobressalto virei para ver quem fez isso, meu estômago
se embrulhou todinho quando vi um par de olhos castanhos
cintilantes me olhando acompanhados de um sorriso divertido,
Yoko, minha madrasta estava sentada sobre meu coxão no chão
de pedra, ao meu lado, num impulso ela subiu em cima de mim
rindo, mas não parecia estar de bom humor, pelo contrário, via
seus olhos arderem em raiva, ela se sentou sobre meu quadril
e segurando seus braços encima do meu corpo, a bichinha era
magrinha e baixinha mas ninguém suspeitava da força daquela
mulher!
- Estou esperando você se explicar, e rápido, porque não sou
conhecida pela minha paciência.
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A Má-dastra(Fayeyoko)
Fiksi PenggemarEla era minha "amada" madrasta. Não confie nas aparências, descobri isso da pior forma. +18 ⚫ADAPTAÇÃO. Essa história NÃO é de minha autoria. Todos os créditos a autora original: @Arcoiris Jauregui © Todos os Diretos Reservados