DARA -7

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Dara

Já faz meia hora desde que cheguei a uma casa onde aparentemente está rolando uma festa, ou melhor, uma pornografia ao vivo. Há gente se esfregando por todo canto, peças de roupas jogadas no chão, pessoas se beijando, e ainda nem é cinco da tarde.

Luana está na minha frente conversando com duas mulheres. Me aproximo delas, ficando ao lado ao seu lado.

— Isso é norma, Lu — a morena de batom vermelho grita para que Luana, que está bem à sua frente, possa ouvir em meio a toda essa barulheira.

O som está tão alto que mal consigo entender o que estão dizendo. Olho em volta à procura de um lugar mais calmo.

— Lu, eu vou pegar uma água, tá? — digo perto do ouvido dela.

— Tá bom, quer que eu vá contigo? — ela pergunta, me olhando.

— Não precisa, não — respondo antes de me afastar delas.

Eu nunca fui fã de festas, Bebidas, Eu até curto de vez em quando, mas sempre preferi ficar em casa enquanto minha família saía. Desde que eu e Luana viramos amigas, ela me leva para todas as festas para as quais é convidada, como se fosse minha dona e eu, um cachorro que a segue para todo lugar.

Trombo em algumas pessoas enquanto tento passar. Algumas nem ligam, outras me xingam. Olho ao redor, tentando localizar a cozinha, mas outra coisa chama a minha atenção

Bask, está aos beijos com uma menina loira. Ela parece ser mais nova, a menina fica na ponta dos pés para alcançar a boca dele. Antes que eu veja mais alguma coisa, uma mulher dançando surge bem na minha frente, bloqueando minha visão.

Antes que eu possa sair dali, sinto um braço ao redor da minha cintura.

— Oi, linda, tá acompanhada? — uma voz masculina atrás de mim enche meu ouvido, e o cheiro de bebida que vem dele invade meu nariz, me causando ânsia.

— Me solta — digo sem hesitar.

O aperto na minha cintura aumenta, me prendendo.

— Me solta — repito, dessa vez mais alto.

Antes que o homem possa dizer algo, outra voz surge

— Solta ela.

A voz de Bask me faz relaxar no mesmo instante.

O aperto diminui, e o homem lentamente tira o braço da minha cintura. No mesmo momento, me afasto, virando-me.

Agora, ele está de costas para mim, enquanto Bask está na frente dele, dizendo algo que não consigo entender por causa da música ensurdecedora.

As mulheres continuam dançando, se esfregando em homens desconhecidos. Nunca entendi como conseguem fazer isso tão despreocupadas. Desde pequena, sempre tive um certo medo de ficar sozinha com qualquer homem. Minha mãe vivia me alertando para não confiar em nenhum homem que não fosse da família. Até que comecei a me sentir desconfortável até mesmo com os meus próprios parentes.

Quando percebo, o homem que há poucos minutos tinha as mãos em mim agora está indo embora. Meus olhos o seguem, mas não vejo seu rosto. Pela voz, acredito que tenha mais de trinta anos.

— Você tá bem? — a voz de Bask me tira dos pensamentos. Ele está na minha frente, me encarando, parecendo preocupado.

— Tô sim — respondo sem dar muita importância, como se ele não tivesse acabado de me salvar. Como se, caso ele não tivesse chegado a tempo, aquele cara não pudesse ter feito algo pior.

— Onde tá Luana? Eu quero ir embora — digo, por fim.

— Eu vou procurar ela. Me espera lá fora — ele responde.

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⏰ Última atualização: 3 days ago ⏰

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