ANOS DEPOIS
Meu nome é Park Jimin. Tenho dezessete anos, estou no segundo ano do ensino médio e sou um híbrido de raposa branca, também conhecida como raposa-do-ártico. Minha aparência é marcante: pele pálida, cabelos brancos e olhos que parecem duas luas brilhando à noite. Essa aparência me destaca, mas não no bom sentido. Na Jeguk High School, minha singularidade é um alvo fácil.
Minha vida é simples. Moro em uma casa simples com meus pais. Embora não tenhamos muito, o amor deles é suficiente para aquecer até as noites mais frias. A comida às vezes é escassa, mas nunca passamos fome graças às cestas básicas que recebemos. As roupas são quase todas de doações, mas minha mãe sempre encontra uma maneira de me deixar apresentável. No entanto, nenhum esforço é suficiente para apagar as diferenças que me separam dos outros alunos da Jeguk.
Jeguk High School, um colégio para pessoas da alta sociedade — em outras palavras, burgueses — e o que eu estou fazendo lá? Suponha que essa seja sua dúvida no momento. Consegui uma bolsa com 100% de desconto, graças a uma prova na qual me esforcei muito para passar, para trazer um futuro melhor para os meus pais.
— Jimin! Levanta, ou vou subir aí! — A voz da minha mãe corta o silêncio da manhã.
Estou encolhido sob meu cobertor da Hello Kitty, minha única proteção contra o frio que parece penetrar até os ossos.
— Mais cinco minutos, mãe… — murmuro, tentando me encolher ainda mais sob o cobertor.
— Mais cinco minutos e você vai é perder o ônibus! — ela responde, impaciente, enquanto abre as cortinas do quarto, permitindo que a luz fria da manhã invada o espaço.
Sinto o ar gelado da manhã me envolver, e, antes que possa protestar, ela arranca o cobertor de cima de mim.
— Mãe! Tá frio! — reclamo, puxando o travesseiro para cobrir o rosto.
— Frio? — Ela cruza os braços, levantando uma sobrancelha. — Quando você começar a pagar as contas de casa, pode dormir o quanto quiser. Até lá, levanta já!
Solto um suspiro de derrota e finalmente me arrasto para fora da cama, o chão gelado me fazendo arrepiar.
— Tá vendo? Isso é tortura psicológica, sabia? — resmungo enquanto pego minha toalha.
Ela ri, mas seu tom ainda é firme.
— E tortura de verdade vai ser quando seu professor perguntar por que você chegou atrasado. Anda logo, Jimin!
Tomo um banho rápido, o vapor da água — por algum milagre — morna, mal sendo suficiente para afastar o frio da manhã. Enquanto visto meu uniforme, noto que ele está impecavelmente limpo e passado. Mais uma vez, o cuidado da minha mãe é evidente em cada detalhe.
Ao descer, encontro-a na cozinha, terminando de guardar um lanche na minha mochila.
— Não quero que você passe o dia inteiro sem comer. — Ela olha para mim por cima do ombro, com um leve sorriso no rosto.
— Eu sei, mãe. Obrigado.
— E vê se não amassa o uniforme, hein? — Ela ajeita o casaco no meu ombro, puxando os fios de cabelo que caíram sobre meu rosto.
No caminho para o ponto de ônibus, o silêncio é interrompido pelo suspiro da minha mãe.
— Promete que vai ignorar esses comentários idiotas? — diz, olhando para frente, como se fosse um pedido mais para si mesma do que para mim.
Paro de andar por um instante, surpreso pela pergunta.
— Você ouviu alguma coisa? — pergunto, tentando controlar a tensão na voz.
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School Of Hybrids | JIKOOK {ABO} (Sendo Reescrita)
Hayran KurguPark Jimin, um ômega híbrido de raposa branca, uma das espécies mais raras do mundo, ingressou no colégio mais renomado de Seul, Jeguk High School, aos 16 anos, graças às altas notas obtidas no teste de aptidão. Apesar de sua vida modesta devido à s...