Como Quebrar Regras

[15] A Porra de Uma Caixinha de Surpresas

#OgrodeBruxa

Sentiu um misto de sentimentos naquele momento.

As coisas haviam mudado drasticamente e ela não podia culpar Sana agora. Nunca poderia culpá-la de nada.

Naquele dia, em que descobriu o primeiro desfecho da história por trás dos rumores de Raven, também descobriu que Sana só era uma pessoa incompreendida.

Ela era alguém difícil de ler, mas tão vulnerável quanto um livro aberto. Jihyo só precisava de paciência para desvendar cada verso que prosseguia.

— É um clássico. — Jihyo riu. — Você gosta?

Não precisou perguntar duas vezes enquanto assistia Sana balançar os quadris, braços e cabelos no ritmo da música.

— Quem não ama, Dancing Queen!? — Ela disse por cima da música.

A Park riu, a observando de perto antes de ser abruptamente puxada para uma dança exagerada.

— Ah, não! — Jihyo choramingou enquanto Sana a rodava com a mão e a puxava pela cintura com uma risada divertida.

Por um momento, a Park se deixou ir junto de seu ritmo bagunçado e sua risada gostosa.

— Você se sente melhor? — Perguntou baixinho, a olhando fixamente só para ganhar um simples encolher de ombros.

— Defina "melhor". — Ela cantarolou e Jihyo sorriu quando a japonesa roçou seus narizes levemente.

— Melhor, tipo... — Seus olhos se semicerraram enquanto sua língua escapava para umedecer o lábio inferior. — Feliz? — Hesitou.

Sana sorriu enquanto abraçava a cintura da morena com mais firmeza. Assentindo freneticamente.

Jihyo suspirou aliviada. Não havia sido fácil.

A japonesa soluçou em seus braços por horas e Jihyo estava tão preocupada e desesperada que passou o fim de semana inteiro ao seu lado.

Só para garantir que ela se sentiria um pouco melhor depois da explosão.

Se sentia completamente culpada sempre que tinha ela vulnerável em seus braços, se lembrando da promessa de fazê-la chorar. Mas agora que Sana escapava para seu pescoço sempre que estava destruída, Jihyo só sentia mais remorso e desconforto.

O disco arranhou e ela rapidamente correu para perto da vitrola, fazendo a loira rir enquanto seguia atrás.

Jihyo segurou alguns discos nas mãos, mostrando para Sana, que a abraçou pela cintura, enquanto lutava para escolher uma nova música.

— Onde você consegue esses discos? — Ela perguntou genuinamente curiosa e Jihyo riu, se virando de frente para ela.

— Mercado livre. — Respondeu, fazendo a outra abrir a boca em surpresa.

— Vende essas coisas velhas no mercado livre?!

— Vai se fuder. — A Park praguejou, se virando para trocar o disco, ouvindo o som da risada da loira em seu ouvido.

Ultimamente, Preferiu não questionar o que estava acontecendo. Gostava da sensação, das carícias que nunca imaginou que gostaria. Então apenas, aproveitava cada segundo curto. Antes que as coisas voltassem ao normal. Se é que, normal... É um adjetivo adequado para a dualidade de seu relacionamentozinho singular.

Foi Jailhouse Rock que começou a encher o quarto da Park, que se virou novamente só para ser empurrada contra a cômoda. Seus braços instintivamente se enrolaram nos ombros alheios enquanto sentia beijos serem distribuídos em sua mandíbula.