See the same sunrise

08 - Meeting the boys

- Hoje eu não posso, Luke. Quem sabe amanhã? – falei no celular, mordendo minha cutícula e olhando ansiosamente pela janela. 

- E por que exatamente você não pode hoje, Alexis? – a voz do meu namorado demonstrava o tédio que ele sentia. 

- Porque estou com uma dor de cabeça terrível – fingi uma tosse. 

- Alexis, não seja ridícula. Você já usou essa desculpa na semana passada e dores de cabeça não causam tosses. 

Droga! Ele tinha toda razão. 

Encolhi-me como uma idiota, fechando os olhos e não acreditando em o quão idiota havia sido. 

- Hmm... você tem razão, dor de cabeça realmente não causa tosse. É que me confundi. O que queria dizer, na verdade, é que... hmmm... 

Mordi o lábio inferior, o olhar fixo na janela do meu apartamento enquanto meu cérebro gritava freneticamente "PENSA RÁPIDO, PENSA RÁPIDO". 

- Hmm... meu pais vão viajar para uma conferência em... em... Wellington – exclamei, finalmente me lembrando do nome de alguma cidade - amanhã e me pediram para ir junto. Isso! É isso! Vou viajar. Desculpe. Quem sabe na semana que vem. 

Muito satisfeita com a mentira que tinha conseguido bolar – mesmo sabendo que ela era bem fajuta – já estava prestes a terminar aquela chamada, quando o ouvi dizer: 

- Você já mentiu melhor, Duquesne – agora seu tom passara para irritado. - Essa não foi nem mesmo convincente. E, afinal, qual é o seu problema? Não é como se estivesse pedindo para você conhecer a minha família inteira e assinar um contrato de relacionamento vitalício usando seu sangue. Só quero te apresentar para os meus amigos, os caras com quem eu passo a maior parte do meu ano. Que droga, Alexis. Você tem evitado isso há semanas. Será que poderia ao menos me dizer o motivo real para isso? 

- Luke, eu... 

Estava me sentindo péssima agora. Podia até mesmo experimentar o quão frustrado ele estava por todas as desculpas que tinha porcamente inventado ao longo das duas últimas semanas enquanto fugia daquele compromisso como o se mil cães do Inferno estivessem me perseguindo. Eu não queria admitir em voz alta, mas estava absolutamente aterrorizada em conhecer os outros meninos da 5SOS. 

E se eles me odiassem? E se eu os odiasse? Eu não queria que me odiassem. Não queria que houvesse nem mesmo um atrito entre nós, pois sabia que não poderia existir nada entre Luke e eu se eles me odiassem. Tinha plena certeza disso, não precisava que ninguém me dissesse. 

Inferno! Se eu não tinha conseguido manter meu relacionamento anterior porque os amigos idiotas do meu ex não gostaram de mim, como faria isso agora se aqueles três garotos me achassem tão "mandona e insuportável" quanto os bobalhões de Peter me julgaram ser? Não haveria nenhuma chance. Nada. Zero. Peter tinha terminado comigo e seus dois amigos idiotas eram apenas companheiros de time que ele via na escola, nos treinos e ocasionalmente à noite. Imagina o que aconteceria se os caras com quem meu atual namorado passava vinte e quatro horas por dia durante a maior parte do ano me classificasse como uma imbecil? 

Não queria que Hemmings terminasse comigo por seus amigos, mas se continuasse o evitando e mentindo, eu provavelmente nem precisaria da ajuda deles para ficar sem relacionamento algum.
Luke era mais importante para mim do que as inseguranças que tinha. Esfreguei a mão livre pelo rosto, exausta e completamente derrotada. 

- Eu sinto muito, Luke – suspirei. - Eu adoraria encontrá-los hoje. Onde encontro vocês?
- Eu... sério? Ótimo, ótimo! Vamos no Don Vitorrio's lá pelas cinco, ok?