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— É tudo minha culpa — lamentava Matheus, repetindo as palavras como um mantra, sua voz carregada de dor e culpa. Ele não estava bem. Desde o último incidente, foi colocado sob vigilância constante e recebia tratamento especial.
Apesar disso, ninguém na Comunidade Éden tinha respostas concretas para o que estava acontecendo. As atitudes de Matheus eram cada vez mais preocupantes, beirando o inexplicável. Desde que começaram os episódios de escaladas e rebeldias, a tranquilidade em Éden havia sido comprometida. Os comportamentos incomuns e agitações começaram a preocupar seriamente os Quatro Guardiões do Éden, que mantinham um olhar atento sobre ele.
— Eu sinto muito, Matheus, mas desta vez não há como ajudá-lo — disse Ana, baixinho, ajoelhada ao lado dele. Sua voz estava impregnada de preocupação e tristeza. Ela suspirava, tentando reunir forças para repetir a mesma decisão que tomava todos os dias desde o incidente. Já haviam se passado duas semanas.
— Eu... eu... — murmurava Matheus, repetindo palavras desconexas, sua voz trêmula. Seus olhos se reviravam, e ele tremia incontrolavelmente. Seu estado alarmante só era controlado pelos sedativos que os médicos lhe administravam regularmente. E, mais uma vez, isso se fazia necessário.
Quando a substância percorreu seu corpo, Matheus cedeu ao efeito, tombando imóvel nos braços daqueles que haviam tentado contê-lo. A cena era de partir o coração.
Do lado de fora da sala, Inácio gritava, seu rosto transbordando frustração e desespero.
— Por que ninguém me diz como ele está? Ele é meu irmão! — berrou, seus punhos cerrados contra o vidro da porta. Atrás dele, Dominik fazia o possível para segurá-lo e evitar que invadisse o recinto.
Foi quando a porta finalmente se abriu. Ana saiu, parecendo tão abatida quanto Inácio. Seu semblante denunciava o peso que carregava, mesmo sem laços de sangue com Matheus. Para Ana, ele era mais que um jovem rebelde em crise; era o "pequeno imortal", como ela costumava chamá-lo. Alguém que ela sempre quis proteger, mas cuja fragilidade agora estava evidente, e ela sentia como se estivesse falhando.
— Ele vai ficar bem? — perguntou Inácio, sua voz oscilando entre raiva e súplica.
Ana desviou o olhar, respirando fundo antes de encará-lo novamente.
— Estamos fazendo tudo o que podemos, Inácio — disse ela, sua voz carregada de sinceridade e cansaço.
Mas a verdade pairava no ar: ninguém sabia o que mais poderia ser feito.
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— Ei, como estão as coisas lá com o garoto? — questionou Renan ao avistar Ana e Inácio se aproximarem. Mas, ao notar Dominik junto deles, seu semblante de preocupação rapidamente se transformou em fúria contida.
— Ele vai ficar bem — respondeu Ana de imediato, embora essa não fosse uma verdade absoluta. Era, no entanto, a resposta que ela sabia ser mais eficaz para evitar discussões ou comentários adicionais. — Não é mesmo, Inácio?
Ela o puxou amigavelmente pelo pescoço, esboçando um sorriso forçado enquanto tentava distraí-lo do turbilhão interno causado pela situação com Matheus.
— Eu sinto muito. Não sabemos exatamente o que dizer para ajudá-lo, mas quero que saiba que você não está sozinho — disse Lúcia, sua voz tímida, mas carregada de genuína segurança.
Renan, ao lado dela, a envolveu nos braços, como se suas ações reforçassem as palavras dela.
— Sim, cara, estamos todos aqui por você — reafirmou Renan com um sorriso.
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ANOMALIA - ÉDEN (VOL. 1)
Ficción GeneralNa pacífica e sustentável Comunidade Éden, a vida é tranquila e próspera. No entanto, uma série de assassinatos misteriosos começa a abalar a segurança e a confiança dos moradores, colocando Éden em perigo. À medida que os eventos sinistros se desen...