CAPÍTULO V

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Aviso Importante: Conteúdo Sensível (+18)

O capítulo a seguir contém cenas que podem incluir conteúdo explícito (+18) e temas sensíveis, potencialmente desencadeando gatilhos ou desconfortos emocionais. Apesar dos esforços para abordar esses temas de forma responsável, algumas passagens podem ser perturbadoras para alguns leitores.

Recomenda-se que você prossiga apenas se se sentir confortável com essas temáticas e estiver ciente de sua escolha. Lembre-se: esta é uma obra de ficção, e seu propósito é apenas narrativo. Cuide de si mesmo e priorize seu bem-estar.


Os pés de Lúcia balançavam suavemente sobre o píer, enquanto seus olhos se perdiam no vasto mar abaixo. As águas agitavam-se levemente, refletindo um cinza pálido que se fundia com o horizonte. Mais à frente, uma neblina começava a se formar, aproximando-se como um véu misterioso. Não havia vento, nem o menor sinal de tempestade, mas algo naquela névoa carregava uma energia inquietante.

Lúcia suspirou, perdida em seus pensamentos, até que a voz familiar de Renan rompeu o silêncio.

— Eu demorei? — Ele surgiu atrás dela, equilibrando dois milkshakes nas mãos.

Ela virou-se, aceitando o copo com um sorriso agradecido, enquanto ele se sentava ao seu lado. Por um tempo, apenas olharam o mar em silêncio, imersos na serenidade do momento, até que Lúcia quebrou o mutismo com uma pergunta.

— Você acha que aquelas nuvens trazem chuva? — Ela perguntou, levando o canudo aos lábios.

Renan seguiu seu olhar e respondeu com leveza:

— Chuva? Não me parece o caso, querida. Não ouvi nada sobre tempestades para hoje.

Seu tom otimista, porém, foi rapidamente temperado por uma preocupação ao notar o semblante distante de Lúcia. Ele estendeu a mão livre e tocou a testa dela com cuidado.

— Você está bem, Lúcia?

Ela ruborizou com o gesto, mas logo desviou o olhar, tentando esconder o constrangimento.

— Há muitas formas de prever uma tempestade, bobinho. — Ela riu, esvaziando o milkshake com um gole exagerado.

Renan sorriu com a resposta despreocupada, mas logo replicou, meio enigmático:

— É, talvez tenha razão. Eu não entendo nada disso... Só acho que entendo de você.

Sem aviso, ele inclinou-se e pressionou os lábios no canto da boca de Lúcia, arrancando dela um suspiro surpreso.

— Você acha que um dia eu vou te queimar como o Sol? — A pergunta inesperada a deixou confusa.

Ela tentou interpretar o que ele queria dizer, mas a ambiguidade do tom o tornava difícil de decifrar.

— Não sei... Mas acho que você não está fazendo isso agora. — Respondeu, soltando uma risada nervosa.

— E agora? — Ele perguntou novamente, envolvendo-a com um braço enquanto se inclinava para beijá-la com paixão.

Lúcia fechou os olhos, entregando-se ao momento. O copo em sua mão, esquecido, escorregou e caiu no mar. Quando abriu os olhos, viu apenas as ondas o levando rapidamente para longe.

Do fundo das águas, porém, algo os observava. A visão sob o mar era distorcida, mas o copo flutuando parecia uma presa fácil. De repente, uma força feroz emergiu das profundezas e o engoliu num só golpe.

ANOMALIA - ÉDEN (VOL. 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora