CAPÍTULO VI

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Aviso Importante: Conteúdo Sensível (+18)

O capítulo a seguir contém cenas que podem incluir conteúdo explícito (+18) e temas sensíveis, potencialmente desencadeando gatilhos ou desconfortos emocionais. Apesar dos esforços para abordar esses temas de forma responsável, algumas passagens podem ser perturbadoras para alguns leitores.

Recomenda-se que você prossiga apenas se se sentir confortável com essas temáticas e estiver ciente de sua escolha. Lembre-se: esta é uma obra de ficção, e seu propósito é apenas narrativo. Cuide de si mesmo e priorize seu bem-estar.

— Corram para dentro agora! — Renan gritou, puxando a corda que segurava o barco com uma destreza que não se esperava dele. Ele trabalhava rápido, com movimentos firmes e precisos, e naquele momento, seu passado em uma família de pescadores não era mais um segredo; era sua força. Renan, que sempre guardara isso como uma parte de si que preferia esconder, agora sabia que status não importavam. Só sobrevivência.

— É tudo o que podemos fazer agora... — Lucia lamentou, sua voz embargada pelo peso da tragédia que deixavam para trás. Seus olhos brilhavam com lágrimas que ela não permitia cair.

Todos estavam perdidos em seus próprios pensamentos, assombrados pelas imagens de Éden. A visão das ruas manchadas de sangue, os corpos despedaçados, as expressões de desespero, e, acima de tudo, a cena de Ivana enfrentando a criatura colossal de cinco metros sozinha. Era algo que pesava mais forte na mente de Inácio, como uma cicatriz que não parava de arder. Ele não conseguia apagar o som. Estalos grotescos ecoavam em sua cabeça, esmagadores como uma fruta apodrecida sendo comprimida até não restar mais forma.

Ele balançava a cabeça, tentando dispersar os pensamentos, mas era inútil. Entre o desejo de ser o pilar que Matheus precisava e a dor de perder Ivana, ele se via desmoronando.

— Inácio... — Matheus soluçava, agarrando-se ao irmão em um abraço desesperado. Suas lágrimas escorriam sem cessar, cada uma carregando o peso da impotência que ele sentia.

Sem dizer nada, Ana segurou firme as mãos dos dois, sua expressão dura, mas seus olhos eram janelas de dor contida. Ela os guiou para o barco, com uma força que vinha de algum lugar além da tristeza.

— Sei que estamos partindo sem nada — Ana começou, olhando para eles enquanto ajudava a acomodá-los no barco. — Mas não pensem que estamos de mãos vazias. Temos uns aos outros. Agora, só podemos seguir em frente.

Renan terminou de puxar a âncora e ligou o motor, que rugiu, fazendo o barco se mover com força pelas águas agitadas. Ele manobrava com habilidade, os olhos fixos no horizonte, como se o futuro dependesse de sua concentração.

— Desde quando você sabe pilotar barcos? — Lucia perguntou, aproximando-se do cockpit, observando-o com curiosidade e alívio.

— Meu avô me ensinou. — Sua resposta foi direta, mas carregava um tom quase distante. Ele não tirava os olhos do caminho, determinado a levar todos a um lugar seguro.

Lucia assentiu, compreendendo. Ela não disse mais nada, apenas ficou ali, reflexiva, enquanto o mar os separava cada vez mais de Éden.

No convés, o resto do grupo observava a cidade em chamas. O caos era evidente. Gritos e uivos ecoavam pela distância, misturados à fumaça negra que se erguia em espirais macabras. A culpa era um peso nos ombros de todos. Fugir era uma necessidade, mas não parecia certo. A sensação de egoísmo os corroía, mas o que mais poderiam fazer?

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⏰ Última atualização: a day ago ⏰

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ANOMALIA - ÉDEN (VOL. 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora