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— Você me deve os trabalhos do semestre, na verdade está duas semanas atrasado na entrega deles — foi a primeira coisa que Suguru Geto falou assim que encontrou seu querido auxiliar de pesquisa — Entregou os resumos e falou que iria fazer o resto, cadê o resto?

— Você esqueceu que eu tive que cuidar de você? E depois fiquei seguindo você como uma barata tonta por toda cidade para que não machucasse o material de pesquisa? — ele beijou o moreno, e beijou de novo, e de novo — O que vai fazer depois das aulas da tarde?

Normalmente, apenas aproveitaria os beijos que estava ganhando do loiro, mas era difícil se permitir relaxar quando decidiram almoçar em um dos restaurantes da faculdade e muitas pessoas ao seu redor os conheciam. Ainda que fosse um restaurante um pouco mais caro e privativo do que aquele que a maioria dos alunos costumavam ir, ainda era um ambiente dentro da universidade, e as pessoas conheciam Satoru Gojo de longe.

E adoravam fofocar também.

— Você sabe que estamos em público, né? — Satoru concordou, completamente concentrado em beijar a boca alheia — Eu vou pra casa, não tenho aula a tarde hoje, estou planejando um vinho e boa música pra relaxar um pouco.

— Não ligo que estamos em público — apesar de se incomodar bastante quando outras caras se aproximavam de Geto para algo que não fosse falar de estudos, então acabava aproveitando aquela oportunidade para afastá-los — Como está a situação do seu passaporte?

— Acho que renovei meus documentos ano passado, mas o que isso tem haver com o fato de estarmos em público? — tentou se afastar um pouco da boca de Satoru para ao menos conseguir terminar seu suco, mas ele o puxou novamente para perto — É impressão minha ou você tá mais grudento que o normal? É muito esquisito.

Eles tinham ficado a semana inteira juntos no laboratório ou almoçando juntos para que Gojo tirasse dúvidas da pesquisa, e ele aproveitava o tempo livre para ir à biblioteca dormir ao lado de Geto enquanto ele estudava para sua prova final da graduação.

Mas não voltaram a dormir juntos naquela semana.

— Se você não fosse tão ocupado todos os dias, talvez eu não estivesse tão grudento assim — o loiro deixou de beijar sua boca para ir a seu pescoço e dar uma mordida ali, o que fez Suguru empurrá-lo um pouco para longe — Tá bom, vamos viajar no fim de semana?

— Vou poder pegar no seu carro de novo? — a ideia era a única coisa que podia lhe animar, mas Satoru negou com a cabeça — Então não dá, temos os relatórios da pesquisa pra fazer e eu preciso fazer as provas de vocês, e tem meu trabalho voluntário. Além disso... Você não entregou o que eu pedi para as aulas de antropologia.

— Você é incrivelmente irritante, sabia? — ele lhe deu um selinho, seguido de outro e de outro, completamente concentrado naquilo — Te pego depois que sair da aula, leva uma mala para dois ou três dias e o seus documentos, não precisa se preocupar com o resto.

— E quem disse que eu vou viajar com você? Principalmente sem saber pra onde.

— Te pego ás oito — antes que Suguru pudesse reclamar, Satoru lhe roubou um beijo de tirar o fôlego e saiu sorridente pela universidade.

Satoru Gojo era, definitivamente, um idiota completo.

Mas o que ele podia fazer no fim das contas? Se estava completamente envolvido com aquele idiota, e era certo que ele não fazia nenhuma questão de se distanciar de si. Satoru Gojo vinha fazendo parte de seus dias de forma completa e agora ele com certeza iria estranhar se ele saísse de perto.

No fim das contas, apenas arrumou suas coisas e colocou todos os itens da pesquisa em um lugar de fácil acesso, organizou uma pequena mala de mãos e confiou que ele não iria levá-lo para nadar com tubarões, porque estava levando a câmera que tinha passado seis meses economizando para comprar.

Deu pra passar? - SatosuguOnde histórias criam vida. Descubra agora