Primeiro livro da duologia de All The Violets In The World (CONCLUÍDO)
Segundo livro (CONCLUÍDO): All The Trust
Aqui você verá a história de duas pessoas que se apaixonam mesmo quando as circunstâncias são as piores, as lembranças machucam, o medo c...
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A neve caía contra a janela do quarto, decorando o silêncio que dominava o espaço. Violet estava sentada na beirada da cama, de pijama, as pernas cruzadas e os braços envolvendo o próprio corpo como se quisesse se proteger do frio - ou talvez da sensação de vazio que parecia crescer dentro dela.
Damon tinha saído no meio da tarde. Ele não disse para onde ia nem quando voltaria, e agora, tarde da noite, ele ainda não tinha dado sinal. Isso não era algo incomum para ele, mas nos últimos meses... tudo parecia diferente. Ele parecia mais distante. Não frio, mas reservado, quase ausente. Como se houvesse um muro invisível entre eles que antes não existia.
Ela deixou o olhar cair para o chão, a cabeça pesada com pensamentos que ela não queria ter. Violet se perguntava, pela milésima vez, se algo tinha mudado. Se ele tinha se arrependido de tudo o que eles haviam falado na viagem, sobre casamento, sobre o futuro. Talvez aquilo tivesse sido apenas uma empolgação momentânea para ele, enquanto para ela...
Ela suspirou, fechando os olhos e tentando afastar aqueles pensamentos. Não queria ser aquele tipo de pessoa. Não queria ser insegura. Não queria ser desesperada. Não queria ser desconfiada. Não queria ser dramática e transformar aquilo em algo maior do que realmente era. Mas a angústia estava ali, crescendo no fundo do peito.
Foi então que, involuntariamente, as palavras da mãe dela voltaram à mente.
"Você não é o tipo de mulher que alguém queira casar, Violet. Você pode achar que sim, mas os homens... Eles te querem por um tempo, até se cansarem. Nenhum deles vai te escolher para algo sério. Não você.". Rose olhava a expressão de Violet e suspirava. "Minha filha... te digo isso porque sou sua mãe e porque amo você. Deve se acostumar, meu amor. Deve se acostumar e se adaptar. Assim como eu."
Ela apertou os olhos com força, tentando afastar aquela lembrança, mas era impossível. Parecia que a voz da mãe ainda estava viva, ecoando na sua cabeça como se fosse ontem. Violet sabia que aquelas palavras haviam sido cruéis - e erradas. Ela amava a mãe, mas às vezes ela dizia coisas que Violet preferia não ouvir. Como se elas fossem iguais.
De qualquer forma, ela não queria desconfiar de Damon. Ele não era como outros tantos homens por aí. Ele tinha mostrado isso tantas vezes, de tantas maneiras. Mas agora, com aquela distância crescente entre eles, com ele saindo sem explicações e não falando mais sobre o futuro que ela tanto sonhava, as dúvidas voltavam.
E se a mãe dela estivesse certa?
Ela passou as mãos pelos cabelos, se inclinando para frente, os cotovelos apoiados nos joelhos enquanto tentava respirar fundo. Seu coração doía ao lembrar de como ela tinha se sentido naquela viagem, tão empolgada, tão cheia de esperança. De como Damon parecia estar na mesma sintonia que ela, tão certo quanto ela de que o futuro deles estava traçado. Mas agora...
Ela sentiu os olhos começarem a arder com o pensamento. Há meses estava dizendo a si mesma: "Está tudo bem"; "Ele só está ocupado"; "Não é nada demais"; "Pare de exagerar, Violet."
