E se fosse ao contrário? (Paródia de Crepúsculo)

Capítulo 2 - Tédio Total

No outro dia acordei no maior susto. Eu tinha esquecido que a minha mãe adorava ficar jogando aqueles jogos de atirar. Eu acordei com um barulho de tiro, e pensei que a casa estava sendo invadida ou algo assim. Nossa! Mas tudo bem, eu tinha que levantar mesmo. Se isso não estivesse acontecido, sabe lá que hora eu teria acordado. Digo isso, porque quando coloco para despertar as seis horas, eu insisto em dormir mais alguns minutinhos e aí pronto!

Escovei os meus dentes. Fiz uma careta no espelho e dei uma olhada nos meus músculos. Qualquer garota não conseguiria resistir aos meus encantos, mas só elas que não sabiam disso. Deixa para lá...Eu me achando gostoso, já estava valendo!

Em seguida vesti a minha roupa e peguei o meu casaco azul. Não sei porque a minha mãe insistia em pensar que a minha cor favorita era o amarelo. Fala sério! Agora pensa em uma cidade bem friorenta! Era Forks. Se eu fosse só com a minha camiseta, era capaz de sair totalmente congelado daquela escola. A sorte é que não estava chovendo.

Fui para a sala e minha mãe estava desligando a televisão. Já estava na hora dela ir para a delegacia. Ela me deu bom dia, e fomos tomar café.

-Te assustei com o barulho? – Ela disse ao tomar o leite com café.

-Não. Conseguiu matar alguma coisa no jogo? –Eu disse para continuar aquele papo meio estranho.

-Matei uns vinte bandidos feiosos. Eu sou uma fera! –Ela falou isso fazendo um gesto de atirar.

Logo ela saiu, e eu entrei no fusca para ir à escola. Eu já sabia que o meu dia não ia ser lá essas coisas. Foram tantas evidências que não pude deixar de nomear esse dia como um tédio total. O meu segundo dia de aula parecia um domingo triste sem energia, privando a gente de ter acesso a algum aparelho eletrônico. Primeiramente, porque a Mikaela sentou-se comigo para assistir a aula de inglês. Eu já estava quase pegando uma fita adesiva para fechar a boca dela. Ela falava um monte de abobrinha. Também não parava de falar de uma viagem que ela faria à praia. Cara, por que que mulher tem que falar tanto? Ou era só ela? Não entendo. O mundo das mulheres é muito complexo. Talvez fosse complexo só para mim: um nerd virgem que desejava que alguma garota se interessasse pelo menos por um beijo inocente.

Outra coisa que me deixou agoniado: o professor Vagner da aula de Trigonometria, me fez uma pergunta e bem na hora de responder...Eu não aguentei e soltei um arroto na sala. Todo mundo riu, é claro. Acho que da próxima irei com um saco na cabeça para a sala de aula. Mas acontece né? Pena que o pessoal não pensava assim. Acho que foi o efeito do refrigerante que eu tinha tomado antes de entrar para a aula. Eu era mesmo um viciado em refrigerante. O meu pai nem pode saber que eu ando tomando demais. Ele prefere que toda a família tome sucos naturais.

No refeitório, eu sentei junto com os outros amigos de Jorge. Toda hora eu olhava para a porta para ver se a Bella aparecia, mas só estava conseguindo deixar os meus novos amigos com curiosidade em saber porque eu estava olhando tanto para a entrada. Será que ela tinha trocado de escola? Eu sei, acho que era complicado ficar perto de mim. Talvez não conseguiu resistir a vontade de me beijar...Não. Acho que não era bem isso, as vezes eu me achava muito. Mas quem não se acha, se perde...Então, né...

Fui para a aula de Física. Eu estava com o coração a mil, parecendo quando a gente está prestes a receber o boletim da escola. Quando era mais pequeno, eu sabia que não precisava me preocupar com isso, mas sempre pensava na possibilidade de ganhar nota vermelha, e o meu pai acabar com o que eu ainda tinha de vida.

Mas não tinha nem sinal da Bella. A mesa estava vazia, e eu estava chegando em mais uma aula para acabar de completar o meu tédio. Mas por outro lado, eu estava aliviado. Aquela mesa era só minha, sem a presença daquela garota que queria praticamente me engolir vivo com os olhos.