Capítulo 8 - Confissões

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Jorge era bem louco para dirigir, por isso chegamos bem depressa a loja de fantasias. Essa loja era muito irada, tinha várias fantasias legais, da mais simples até a mais cara. Olhamos todas as fantasias e o Jorge me perguntou se eu já tinha ido a uma festa a fantasia em Phoenix.

-E aí, cara? Já foi a uma festa a fantasia?

-Não. Nem sei como é. –Disse isso para ele não perceber o verdadeiro motivo: eu era muito desajeitado para dançar.

-Desse jeito você não vai arrumar uma gatinha...

Ele riu e Ângelo também.

-Mas não entendo porque não queira ir...A Tina mesmo comentou que você ia com ela.

-Cara, essa garota é maluca! – Eu disse com vontade de bater em alguma coisa.

Ângelo disse a Jorge, que já tinha falado que isso poderia ser uma mentira de Tina.

-Será que se eu atropelar ela com o meu fusca, ela para de correr atrás de mim?

Os dois sorriram. Por fim, o Jorge escolheu a fantasia do Super Homem, e o Ângelo escolheu a do Batman. Depois escolheram os sapatos, e aproveitei para conversar com o Ângelo.

-Você sabe me dizer porque os Sullen não aparecem na escola quando o dia está bom?

-Eles normalmente acampam ou fazem compras em algum lugar.

-Hum...- Eu falei.

Eu achei estranho isso, mas tudo bem. Quando colocaram as fantasias no carro, eu disse a eles que depois os encontraria no restaurante. Eu precisava achar alguma livraria. Ao andar pelas as ruas, vi três lojas de sexshop, mas livraria que era bom, nada! Eu estava perdido mesmo! Fui andando pelas outras ruas, e alguns minutos depois parei.

-Acho que já passei por aqui...

Eu estava andando em círculos! Meu Deus do céu! Tentei ligar para os meus amigos, mas a bateria do celular fez questão de arriar. Resolvi entrar em um beco escuro, e aí foi o meu erro! Ouvi uns passos, quando olhava não via nada. Eu quase mijei na calça. Se o meu pai me visse em uma situação dessa, falaria para eu agir com coragem. Como se isso fosse fácil, eu nem sabia o que estava atrás de mim.

Comecei a correr e alguém me pegou. Quando olhei, era um cara me ameaçando com um revólver na minha cabeça. Ele era um pouco moreno e estava com as roupas sujas.

-Calma aí, cara! Revólver não é brinquedo, sabia? – Eu disse.

-Cala boca, playboy! Também sabia que é perigoso andar sozinho?

-Não sou mais criança!

Ele riu, e disse para eu me ajoelhar no chão com as mãos para cima. Em seguida, mandou que eu jogasse o celular e a carteira no chão. Ele olhou a minha carteira e ficou surpreso.

-Que isso? Que miséria é essa? – Ele falou furiosamente.

-Eu sou estudante, cara! Queria o quê?

Depois pegou o meu celular e me fez perguntas.

-E esse celular? Acessa Facebook? Whatsapp? Instagram?

-Você está de brincadeira comigo, cara?

Ele apontou o revólver para a minha cara.

-Responde a pergunta!

-Sim. Tem tudo! Esse celular até fala!

-Valeu, cara! Vamos tirar uma selfie? –Ele disse.

-Para que?

E se fosse ao contrário? (Paródia de Crepúsculo)Onde histórias criam vida. Descubra agora