Cingida de Graça

Cíntia Albuquerque - 28

Mediante a fatos não a argumentos, eu estou impressionada como tudo está acontecendo nesse dia, não sei como definir mais eu garanto que a única coisa que se passa pela minha cabeça e que eu preciso de ajuda, este é literalmente o sábado mais apocalíptico da minha história.

- Querida você está bem? – Ângela se inclina levemente deixando seu rosto próximo ao meu me tirando dos meus devaneios. Sorrio para ela sem graça afinal colocando as mãos para trás como uma criança pega no flagra.

- Sim, obrigada por perguntar- Desvio o olhar dela para o grupo ao meu redor de jovens animados abrindo seus panos sobre a grama macia.

- Sei que este encontro no parque, ou eu ter ido em sua casa e algo que está roubando seus pensamentos. – A mãe do Alex me fita com ternura, como se compadecesse de mim, e segurando minhas mãos e olhando no fundo dos meus olhos, logo depois para o chão, me fez entender que ela queria que eu me sentasse ao seu lado. – Querida, tudo que Deus faz e no tempo certo e na hora certa e quando esse tempo chega, tudo flui de uma forma inacreditável. Faz uma pausa se ajeitando melhor no lençol quadriculado. - Você acredita que a vontade do Senhor é boa, perfeita e agradável? – Balanço a cabeça positivamente o que faz os olhos castanhos claros me fitarem satisfeitos. – Então entenda esse momento como a bonança e a alegria daqueles que confiam no Senhor.

As risadas de todos e o vento cálido nesse belo dia de sol com várias nuvens, era como uma sinfonia particular criada para nos naquele momento.

Emily e eu quando estavam a caminho daqui, passamos as instruções para nossos jovens, seu Claudio pai de Sofia que possui uma empresa de ônibus se voluntario a pegar cada um de nós em casa, somente Emily que demorou um pouco pois estava na casa dos Cavaliere, ela apareceu na entrada do meu apartamento e se surpreendeu quando viu a mãe de Alex ao meu lado, porém pra minha incredulidade quando nos sentamos juntas no ônibus, disse-me que tinha visto a mesma mais cedo e que quando possível ia me contar o que aconteceu.

Me sentia curiosa, ansiosa e preocupada.

- Tia Cintia depois que terminamos de arrumar o que podemos fazer?

- Temos um ótimo cronograma para hoje, mas antes, que tal convidador um dos meus alunos para participar conosco? – Pergunto para Sophia que sorri com a ideia.

- Posso chama-lo agora? – Ela se vira olhando na direção de Henrique animada, Sophia era do tipo que atorava trazer gente nova para igreja, um dom Divino diga-se de passagem.

- Mais é claro. – Pisco para ela que sai alegre na direção do mesmo, que estava nesse momento sentado olhando em nossa direção.

- Que tal você seguir o exemplo da sua aluna e ir chamar meu filho para se sentar ao nosso lado? – Ela me cutuca de leve com o ombro e pisca para mim.

Minhas orelhas esquentam na hora, e cubro meu rosto levemente, ele estava conversando com Michelly

- Não sei se seria uma boa ideia.

- Se você não vai, eu vou. – E assim ela sorri para mim, um sorriso genuinamente travesso, se levantando logo em seguida sem me dar tempo de pedir para que ela não o fizesse.

Observei toda a interação acontecer. Sophia estava sentada ao lado de Henrique conversando com ele, os dois pareciam ter se entendido. Já Dona Ângela estava abraçando Alex, ele a girou no ar o que a fez gargalhar e isso me fez sorrir automaticamente. Logo colocou-a no chão a mesma desferiu um tapa em seu ombro que rindo fez um carinho no rosto da mãe a abraçando lateralmente, soltando a mesma Henrique não perdeu a oportunidade e veio abraçar a avó que puxou suas bochechas ele reclamou obviamente mais a abraçou de novo, quando os dois se separam Henrique apresentou sua mãe para ela que se levantou e esticou a mão para a mesma que sorrindo sutilmente a puxou para um abraço. Me pareceram uma família muito feliz, e isso por algum motivo doeu no meu coração.

- Amiga se você continuar encarando desse jeito todos vão perceber. – Emily diz ao meu lado, em pé, o que me assusta um pouco, porém não vou admitir em voz alta.

- Foi sem querer. – Digo desviando o olhar e me levantando para ficar ao lado dela, afinal os nossos pupilos já tinham distribuídos seus lençóis e feito a nossa mesa ao meio de um círculo espaçoso.

Estava na hora de ler a bíblia. 

NOTAS FINAIS 

Que o Senhor abençoe a sua caminhada e que nunca percam a esperança no nome de Jesus.