Ramon viu Antonino chegar ao salão junto com a Duda. Notou quando a menina saiu em direção a cozinha e o filho foi atrás. Ficou atento esperando que voltassem, mas pela demora já podia imaginar o que estavam fazendo. Filho da puta, ia matar o garoto. Podia ver pela expressão satisfeita dele que tinha agarrado a Eduarda em algum canto do local. Merda, conversaria com ele ainda hoje, assim que chegassem em casa.
Eduarda estava nas nuvens. Todo o desconforto e chateação com os acontecimentos da semana pareciam longes e sem importância agora. Ele tinha sido tão romântico e cavalheiro lhe pedindo permissão para beijá-la. Ele era um sonho e mais tarde naquela noite, ela ficou na cama revivendo o beijo deles vezes e vezes sem parar até que adormeceu. Sonhou com ele.
Em casa, quando mal tinha colocado os pés para dentro, Ramon cruzou os braços carrancudo e olhou para o filho. Nino estreitou os olhos desconfiado.
-O que foi pai?
-Foi bom pra você?
-O jantar? Claro que sim.
-Não, não o jantar. Agarrar a Eduarda nos fundos do salão.
Antonino ficou sem fala. Caracas, o pai tinha visto? Ia lidar com isso como um homem, não ia negar algo que obviamente o pai já sabia.
-Foi ótimo.
Ramon bufou incrédulo com a naturalidade que o filho respondeu sua pergunta. Puta que pariu, seu menino era um homem já, estava assumindo suas atitudes e enfrentando a situação de maneira destemida, mas mesmo assim, ainda que tivesse orgulho disso, precisava alertá-lo.
-Ela não Nino. Eu sei que você tem suas necessidades e a Eduarda é linda, mas tem centenas de mulheres que podem estar com você sem que isso seja um problema.
-Só nos beijamos pai.
-Eu te conheço rapaz. É um vulcão em erupção e eu entendo que sua idade é propícia aos excessos, mas não com a filha do meu melhor amigo.
-Ela queria, eu queria. Não aconteceu nada demais.
-Sei que não, mas se continuarem a se ver, hora ou outra acontece e será um problema lidar com o Murilo.
-Está enganado pai. O tio Murilo é mais liberal do que imagina. A Duda vai até viajar com o amigo da escola dela, mas fica tranquilo. Sério mesmo. Não vou encostar um dedo na Eduarda. Foi só um beijo. Não resisti.
-Pois segura seus hormônios garoto. Está a um passo da universidade, tem uma vida pela frente. Não vai estragar tudo.
-Não vou pai.
-Posso confiar?
-Sempre.
Ramon respirou aliviado. Confiava na educação que deu ao filho. Ele mesmo foi assim um dia e tudo tinha dado certo no final.
Antonino ficou acordado até tarde pensando na Duda e na conversa com o pai. Por Deus do céu que foi um dos beijos mais especiais que ele já provou. Talvez porque se sentia realizando o sonho dela. Ele nunca tinha pedido pra beijar nenhuma menina. Ele beijava e pronto, mas quis fazer o momento romântico pra ela. Sabia que ela ia gostar de um pouco de cavalheirismo.
Merda, e ali estava ele contribuindo para as ilusões da Eduarda. Não devia fazer isso. Ele não era romântico e não devia fingir que era. O pai tinha razão. Ela não se encaixava na vida dele no momento. Quem sabe no futuro. Uns dez anos no mínimo para tudo que ele queria fazer e viver. Ia se afastar dela e ponto final.
Ir pra escola na segunda feira nunca foi tão incentivador para a Eduarda. O domingo foi movimentado com o tio Gu e a tia Mel na casa. Jantar de família com a tia Malu e o tio Tiago e ela não teve tempo de ligar pra Luisa e contar a novidade e agora estava entusiasmada em encontrá-la.
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A Cozinheira - "4o.Coligado aos Agentes da BSS"
RomanceNino aprendeu desde cedo que a vida era para ser vivida. Sexo, festas e garotas bonitas estavam no topo das suas prioridades. Ele era o garanhão da escola. Um conquistador nato que nunca ouviu um "não" de nenhuma das garotas que almejou levar pra ca...