Capítulo 26

5.5K 500 28
                                    

Nos dias que seguiram Antonino ficou atolado no serviço e Eduarda muito atarefada com o bistrô. Thierry perguntava sobre o Aranha todo dia, queria ver o cachorro que tinha ficado, com muito sacrifício na casa do pai.

Nino ligou pra falar com o filho durante a semana e prometeu levar o bichinho pra ele ver na quinta-feira. Eduarda chegou em casa e achou que devia se preparar para o jantar. Thierry ficaria ansioso com a visita do cachorro e bem...ele não ia querer que seu pai fosse embora logo, porque isso significaria ficar longe do cãozinho, então talvez...Nino quisesse comer alguma coisa enquanto o menino desfrutava da companhia do seu bichinho.

As sete a campainha tocou e ela se olhou no espelho para se certificar que estava com boa aparência e treinou uma cara imparcial. Abriu a porta e franziu o cenho para a mulher que estava a sua frente segurando o pequeno Aranha.

-Ah, oi...eu sou a Tess. Eu vim trazer o Aranha para o Thierry.

O menino veio correndo e a moça colocou o cachorro no chão que foi imediatamente pego pelo garoto.

Eduarda observou o filho se afastar feliz com seu bichinho, se voltou para a moça de cara fechada. A mulher sorriu.

-O Nino teve uma reunião de última hora e pediu que eu buscasse o Aranha e o trouxesse aqui. Não queria que o Thierry ficasse desapontado.

-Obrigado.

-De nada. Aqui está meu telefone se precisar que eu venha buscar o cachorro, ele não está certo de que possa vir mais tarde e me disse que você não quer o cachorro aqui. Portanto não se preocupe em incomodar, eu venho a qualquer hora que queira.

Eduarda arregalou os olhos surpresa. Do jeito que a mulher falou parecia que ela era uma ex esposa encrenqueira e problemática.

-Eu posso ficar com o Aranha hoje, não se preocupe.

-Então tá. Sendo assim...eu já vou. Tchau.

-Tchau.

A menina fechou a porta e estava fuzilante. Cruzou os braços e ficou pensando. Apenas uma semana e ele já mostrava sua verdadeira cara. Mandar uma completa estranha vir à sua casa. Ou talvez a moça fosse sua namorada, amante ou sei lá o quê... não importa não queria nenhuma mulher ligada ao Nino indo e vindo até sua casa.

Eduarda conversava consigo mesma. A moça parecia bem familiarizada com a vida dele ali e ele tinha acabado de se mudar, ou talvez ela tenha vindo para morar com ele. Caramba, falou no Aranha e no Thierry como se já os conhecesse há tempos e claro, tinha a chave do apartamento dele.

Se ele estava pensando que ia deixar que seu filho ficasse à mercê dos cuidados de alguém que ela mal conhecia, então estava muito enganado e também, não queria o menino tendo que se adaptar a uma namorada antes mesmo de se acostumar totalmente com o pai.

As coisas entre eles teriam que ser bem esclarecidas.

Antonino olhou no relógio e checou, dez horas. Não sabia se era prudente ir buscar o Aranha aquela hora, mas Eduarda tinha deixado bem claro que não tinha animais de estimação porque não tinha tempo para eles e agora ele não podia simplesmente deixar a responsabilidade para ela por causa do seu trabalho.

Ele iria até lá e se alguma luz estivesse acesa, então pegaria o cãozinho de volta, senão teria que sair mais cedo de casa e buscá-lo no primeiro horário do dia seguinte.

Parou o carro de frente com a casa e viu a luz da cozinha acessa. Desceu rapidamente e tocou a campainha. Eduarda abriu a porta desconfiada e seu olhar foi duro e frio.

-Está tarde e Thierry já foi dormir.

-Ah...eu vim buscar o Aranha.

Ela abriu a porta um pouco mais e sua expressão carrancuda não foi nada animadora.

A Cozinheira - "4o.Coligado aos Agentes da BSS"Onde histórias criam vida. Descubra agora