36. perfeitos

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"No espelho dos seus olhos

Meu amor, minha vida

Eu posso ver tudo tão claramente

Tudo que amo tão carinhosamente

(...)

Eu segurei você perto de mim

Senti seu batimento cardiaco

E eu pensei: estou livre

Ah sim, e nós somos como um

No agora e além

Nada e ninguém pode quebrar esse vínculo "



31 DE JULHO DE 1980, UMA NOITE DE LUA CRESCENTE NO CEÚ ESTRELADO. A sala de St. Mungus estava iluminada por uma luz branda, e os sons abafados de passos apressados e conversas ao longe davam um tom de urgência ao ambiente. Calliope estava deitada em uma cama de lençóis impecavelmente brancos, com as mãos apertando as de James, que se inclinava ao seu lado, sussurrando palavras de incentivo. O suor formava caminhos em sua testa, e ela fechava os olhos enquanto mais uma contração a percorria como uma onda, arrancando-lhe um gemido profundo.

— Você está indo muito bem, Callie — disse James, sua voz firme, mas carregada de emoção. Seus olhos brilhavam, e ele parecia quase tão exausto quanto ela. — Estou aqui com você. Já está quase lá.

A medibruxa, uma mulher de olhar sereno, cabelos vermelhos armados e gestos eficientes, se aproximou mais uma vez.

— Você está indo incrivelmente bem, Calliope. Agora, na próxima contração, quero que empurre com toda a sua força. O bebê está quase aqui.

Calliope assentiu, tentando regular a respiração enquanto sentia a dor voltar. Apertou com força a mão de James, que não se afastava por um segundo sequer. Com um grito gutural, ela reuniu toda a energia que tinha, sentindo seu corpo responder àquele instinto primal.

E então, como se o mundo parasse por um momento, o choro de um bebê preencheu o ar. O som era claro, forte e incrivelmente vivo.

— É um menino! — anunciou a parteira, erguendo a pequena criatura ensanguentada e chorosa para que Calliope e James o vissem.

Calliope deixou escapar um soluço, as lágrimas escorrendo livremente por seu rosto. Quando colocaram o bebê em seus braços, ela olhou para James com os olhos marejados e um sorriso que parecia iluminar toda a sala.

— Harry — disse ela suavemente, como se o nome já estivesse gravado em seu coração. Foram noites a fio em que os dois buscavam por nomes para seu primogênito. James assentiu, igualmente emocionado, e acariciou os cabelos molhados da esposa. O nome era forte e trazia consigo o significado de um grande líder.

— Olá, Harry — murmurou James, tocando delicadamente a bochecha do filho.

Porém, antes que pudessem se perder completamente naquele momento, Calliope sentiu outra onda de dor atravessar seu corpo. Ela arregalou os olhos e segurou a mão de James com mais força ainda, enquanto ele, alarmado, prontamente pegou o pequeno Harry em seus braços.

— James... algo está acontecendo... — ofegou, sua voz cheia de surpresa e um toque de medo.

A parteira, já experiente, percebeu rapidamente o que estava acontecendo. Ela se aproximou novamente, avaliando a situação com calma.

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⏰ Última atualização: 3 days ago ⏰

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