Capítulo 6

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-Se você e Clarisse são gêmeos, por que ela está três anos na sua frente aqui na Universidade? – eu pergunto a Alex enquanto organizamos os guardanapos do refeitório.

Ele olha para a irmã do outro lado do refeitório que está formando dupla com Jason. Alex me contou que os dois cursam medicina, assim como Dilan. Ah, Dilan. Eu suspiro e acompanho o olhar de Alex. Jason sorri para mim. Eu sorrio de volta.

-Digamos que ela decidiu o que queria para o seu futuro antes de mim – diz ele sorrindo.

-E você quer o que para seu futuro? - eu pergunto.

-Quero ser veterinário de zoológico.

-Puxa, isso é maneiro – eu digo, imaginando como deve ser legal trabalhar em um zoológico.

-Maneiro? – ele repete, rindo.

-Qual é – eu digo – Vai dizer que nunca ouviu alguém dizer "maneiro"?

Ele continua rindo.

-É claro que já ouvi. Só não costumo ouvir garotas dizendo isso.

Eu dou risada.

-É mesmo? Pois se acostume. Falo mais gírias que muito homem por aí - eu brinco.

Ambos caímos na gargalhada.

-Srta. Zanthe – ouço o Inspetor John chamar. Ele é um senhor baixinho e barrigudo, que usa óculos, é calvo, tem uma barbicha branca e se veste como o treinador de um time de basquete. Seu trabalho é inspecionar nosso trabalho, e ele faz isso muito bem ficando minutos e minutos ao lado da infeliz dupla que ele escolher para inspecionar de perto. Extremamente divertido – Você pode ir até a cozinha e trazer as pastas com os cardápios?

-Sim senhor, Inspetor John – eu respondo.

-Ótimo. Ande logo. Temos trabalho a fazer e não tenho a noite toda – responde ele, irritado sem nenhum motivo aparente.

Bato continência e Alex ri baixinho. Viro-me para ir até a cozinha. Ela fica logo atrás do balcão da comida. E sua porta de entrada é no fim do refeitório.

Entro na cozinha. As janelas que por fora são todas espelhadas, por dentro são completamente apenas vidros e que dão para enxergar tudo lá fora. Tem balcões, fogões, pias e panelas por todos os lugares. Ótimo, como vou achar a droga dos cardápios nesse lugar enorme? Começo a procurar em todos os lugares, em cima dos balcões, perto dos fogões, até debaixo das panelas e não acho nada. Que maravilha, agora terei que procurar dentro dos armários. Começo a procurar nas gavetas. Nada. Passo para as do outro armário, mas uma coisa me interrompe. Do lado de fora da cozinha escuto os alunos gritando. Ouço uma voz masculina ordenar:

-TODO MUNDO PARA O CHÃO! AGORA!

Ouço o barulho de cinco disparos seguidos. Todo mundo grita novamente e depois tudo se silencia.

Tiros? O que diabos está acontecendo? Não tenho tempo para terminar meu raciocínio porque acertam três tiros seguidos em uma das janelas e eu vejo o vidro se estilhaçar. Escondo-me atrás de um balcão. Escuto passos vindos à direção da porta. Meu coração parece que vai sair pela boca. Levanto a mão para cima do balcão para procurar alguma coisa para me defender, encontro alguma coisa e a puxo para mim. Uma frigideira. Fantástico, uma frigideira vai me ajudar muito a lutar contra alguém com armas de fogo. Que sorte a minha. Escuto a porta abrir. Prendo a respiração. Alguém começa a andar ao lado direito do balcão que estou escondida. Seguro com mais força a frigideira. Tenho 3 segundos para pensar antes que quem quer que seja chegue até onde estou. Ótimo, raciocínio rápido Lia. Eles atiram lá fora, cinco vezes. Podem ter matado pessoas. Se eles mataram alguém lá, não hesitarão em te matar agora. Se defenda garota, uma "frigideirada" não vai matar ninguém.

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