Capítulo 9

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Capítulo novinho pra vocês. Espero que gostem.

Quero recomendar o livro ma-ra-vi-lho-so da minha amiga para vocês.

10 motivos para dizer "Eu te amo" - https://www.wattpad.com/story/49607075-10-motivos-para-dizer-eu-te-amo

10 contos de amor perfeitossss e tem até algumas partes hots, amo muitoooo e super recomendo. Inclusive, foi ela que fez essa capa do Amor Armado. Além de fazer capas perfeita, é uma escritora mais perfeita ainda. 

Leiam <3

***

Se eu fizesse uma lista de 10 pessoas que eu imaginaria aparecer ali naquele momento, Jason não estaria nela. Não estaria nem entre as 100 primeiras pessoas.

Mas ele está aqui. E eu mal consigo falar.

-O... o-oque você está fazendo aqui? – pergunto, minha voz quase inaudível.

-Shhh. – ele pressiona delicadamente o dedo contra meus lábios. Franze o cenho quando analisa o machucado em minha testa - Está tudo bem. Conversamos sobre isso depois. Agora temos que sair daqui.

Eu faço que sim com a cabeça, e a tontura está de volta.

Jason me desamarra e me ajuda a ficar de pé. Assim que eu me levanto, sou atingida por uma forte vertigem. Tenho certeza que se não fosse pelos braços de Jason ao redor de minha cintura, nesse momento eu estaria com a cara colada ao chão.

Ele me ajuda a passar pela porta, e saímos num corredor escuro. No final do corredor, adentramos uma sala com a mobília velha e embolorada. Santo deus, acho que eu nunca estive tão assustada em minha vida. Esse pensamento vem se tornando tão frequente que chega a me assustar ainda mais.

Eu olho ao redor e me pergunto onde estão os homens que me trouxeram pra cá. Abro a boca para perguntar a Jason, mas seus olhos verdes me dizem para me manter com a boca fechada.

Saímos pela porta da sala agourenta, e estamos numa rua completamente abandonada. Essa é a única casa e tudo ao redor se resume a uma grande mata, árvores que causam uma penumbra aterrorizante, uma grama castigada abaixo dos meus pés. É a imagem de um cativeiro perfeito. O tipo de lugar que ninguém conseguiria achar. Mas Jason achou. E salvou minha vida.

Céus. Eles realmente iam me matar.

Ele abre para mim a porta de sua BMW preta, e se eu não estivesse tão completamente em estado de choque, ficaria encantada em viajar num carro desses. Se eu não estivesse. O problema é que estou.

Jason da à volta no carro, senta-se no banco do motorista, prende meu cinto e depois o seu.

Ele não diz absolutamente nada e parece que foi ele o resgatado. Pisa no acelerador e voamos com o carro dali.

Eu fecho meus olhos e tento conter as lágrimas. Não chegou a acontecer nada de grave comigo, mas se Jason não tivesse misteriosamente aparecido, eu nem sequer consigo imaginar o que poderia ter acontecido.

-Você salvou a minha vida. –eu sussurro.

Ele solta um suspiro profundo, mas não diz nada.

Eu me viro para encará-lo.

-Tem noção do que poderia ter me acontecido se você não me encontrasse?

Ele faz que sim com a cabeça uma vez e sem tirar os olhos da estrada diz:

-Sim, eu tenho. Muita noção. Foi por isso que a encontrei o mais rápido possível.

-Como você me achou?

-Encontrei Elayna em uma loja e ela parecia estar prestes a matar alguém. Quando lhe preguntei o porquê, ela respondeu que sua grande amiga havia lhe trocado por um tal de Daylan que ela mal conhecia. Eu estava no dia da invasão do refeitório, você sabe. Escutei quando um dos bandidos gritou esse nome para um dos homens que te fez de refém. Então, liguei os pontos, e supus que você não poderia estar por livre e espontânea vontade com o homem que apontou uma arma para sua cabeça.

Eu franzo as sobrancelhas. Eu nem sabia que Lay conhecia Jason.

-Mas como você encontrou aquele lugar? Aquilo é o fim do mundo, Jason. É impossível chegar ali por acidente. É o tipo de lugar que alguém só encontra se tiver a localização exata. Isso não faz nem um pouco de sentido.

Ele abriu a boca e fechou. Limpou a garganta. Por que ele parece tão desconfortável?

-Creio que... hã ... Devo ter encontrado Elayna logo depois que você saiu. Ela me descreveu exatamente com era o carro em que você entrou com os homens. Assim que virei à esquina, havia um Audi preto todo filmado, parado perto da guia, enquanto um homem muito alto e calvo descia do carro. – Elios foi deixado para trás? Lembro-me vagamente, antes de apagar por conta da coronhada, de Daylan gritando para que ele saísse do carro. Jason está dizendo a verdade. Meu deus, só posso estar ficando louca. Estava desconfiando do homem que salvou a minha vida. Engulo em seco enquanto tento digerir o quanto essa situação está me abalando. Ouço Jason continuar seu relato: - Então eu discretamente segui o carro. Eu vi quando eles tiraram seu corpo do Audi, e temi que estivesse morta. Pensei em chamar a policia, mas estava sem celular. Esperei, e após algum tempo, eles saíram. Talvez eles tenham voltado para buscar o homem que haviam abandonado antes, eu não sei – ele dá de ombros – Só sei que foi a oportunidade perfeita para te salvar – ele olha para mim com muita emoção nos olhos, e eu me sinto muito agradecida e ainda culpada por ter desconfiado dele – E foi o que eu fiz.

-Obrigada – eu digo – De verdade. Você agora é como meu anjo da guarda ou algo do tipo – eu digo, tentando aliviar o clima.

Ele sorri para mim e eu reparo no seu rosto angelical. Seus cabelos loiros o fazem mesmo parecer um tipo de anjo. Seus olhos verdes parecem cansados, mas ainda assim, emotivos. O estranho, é que mesmo com toda a sua beleza, eu não me sinto nem um pouco atraída por ele. Talvez seja o fato de sua aparência lembre muito a de meus irmãos. Talvez seja porque mesmo com toda sua aparência e suas atitudes, ele parece esconder algo... Ou talvez, seja apenas eu e minha loucura pós-sequestro que me faz desconfiar até dos pingos da chuva que estão caindo no para-brisa nesse momento.

Jason toca minha testa e eu faço uma careta. Inferno, isso deve estar muito feio.

-Precisamos cuidar disso – ele aponta para o meu ferimento - Mas não acho seguro te levar ao hospital. Talvez os homens já tenham voltado e notado sua falta, e imaginam que você vai a um hospital. Eles podem estar à espreita. Acho melhor tratar isso na universidade.

Faço que sim com a cabeça, concordando com suas palavras.

-Outra coisa, Lia... Não acho que você deva ir a policia. Esses homens sabem tudo sobre você: seu nome, onde você estuda e mora. Até os lugares que você frequenta, como provaram hoje, ao te encontrarem na loja. Talvez, caso você os denuncie, eles podem te procurar. E vejo pelo jeito deles: andam sem esconder o rosto, dizem os nomes sem temor algum... São homens influentes. Creio que mesmo que você fizesse um boletim de ocorrência, nada aconteceria a eles já que é muito provável que tenham contatos na policia. Então, o melhor a fazer é esperar. E você, não saia mais do campus, pelo menos por um tempo. Isso é muito perigoso, Lia. Temos que tomar cuidado.

Solto um suspiro exasperado. Só posso ter picado salsa na taboa dos mandamentos. Não é possível acontecer tanta coisa ruim com uma pessoa só, em um espaço tão curto de tempo.

-Você tem razão. Eu só queria que minha vida voltasse ao normal. Nunca pedi por nada disso.

-Eu sei, Lia. Tudo vai ficar bem, ok? Agora tente descansar. Ainda falta muito para chegarmos a Everbolt.

Inalo profundamente enquanto tento me aconchegar mais no banco. Sim, vou dormir. Talvez eu tenha pesadelos. E com toda certeza, não vai ser pior do que a minha realidade. Fecho os olhos e deixo o sono e o cansaço se sobreporem ao horror do meu dia.


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