Capítulo 11

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Elayna está incrédula parada a minha frente. Contei tudo a ela: desde a noite no refeitório até essa manhã no dormitório de Jason.

-M-meu deus, Lia – ela gagueja – V-ocê devia ter me contado antes. Precisamos fazer alguma coisa... Vamos avisar a policia!

-Não! Elayna, isso é sério. Talvez eu avise a policia, e eles revidem. Podem ir atrás da minha família, Lay – sussurro baixinho, tentando segurar as lágrimas – Eu não sei o que fazer. Nem sei o que querem comigo. Mas não posso arriscar.

Lay me abraça.

-Eu sinto muito, Lia. De verdade. Você mal chegou aqui e sua vida já se revirou. Saiba que pode contar comigo.

Eu sorrio de leve enquanto passo a mão no rosto para secar minhas lágrimas.

-Eu sei, Lay. – respondo – Agora preciso te pedir uma coisa: não conte nada disso a ninguém, entendeu? Qualquer pessoa que saiba disso está correndo perigo. Eu só contei a você porque percebi que mesmo sem querer, você já estava envolvida. Mas ninguém mais pode saber. Nem mesmo o Alex, entendeu?

-Certo – ela afirma – Não vou contar a ninguém, pode deixar comigo. E agora, o que você vai fazer?

Respiro fundo enquanto respondo:

-Vou atrás de Daniel.

***

Hoje é o primeiro dia letivo, e a universidade está um caos. Estudantes eufóricos para todos os lados. Eu estava empolgada uma semana atrás, também. Antes de apontarem armas para minha cabeça e me interrogarem sobre um cara que mal conheço. Antes de me sequestrarem.

Pego os livros no meu armário e me preparo para a primeira aula. Preciso encontrar Daniel, mas não posso faltar. E até onde eu sei, ele também está em aula. Infelizmente, vou ter que esperar.

Sinto Lay me cutucar.

-Olha, Lia, eu sei que você está passando por um momento extremamente difícil e tudo o mais, mas... Você não acha estranho que em uma universidade, do nível da Everbolt, não tenha trotes com os calouros?

Franzo o cenho.

-Acho que com o que aconteceu – digo me referindo ao incidente no refeitório – A direção deve ter inventado uma desculpa e proibido o trote esse ano.

-Eu acho que não. Quero dizer, que tipo de desculpa eles poderiam inventar para segurar um bando de jovens possuídos com espírito do bullying e do divertimento em ver a humilhação do próximo?

Dou de ombros. Não faço ideia.

Abro a porta da sala de biofísica e franzo a testa.

Não tem ninguém, nem mesmo o professor está na sala.

Tenho um segundo e meio para registrar isso antes de uma enorme lata derramar 5 litros de tinta azul na minha cara.

Elayna e sua maldita boca profeta.

Escuto uma familiar voz masculina gritar:

-Primeira caloura a cair no trote esse ano!

Todos no corredor soltam um "Aeeeeeeeee" estridente.

Viro-me com ódio para encarar o rosto de Dilan.

Ele abre aquele maldito sorriso perfeito e joga um balde cheio de penas e purpurina dourada em cima de mim.

-Bem-vinda a Everbolt, Lia.

Preparo-me para dar um chute tão forte em suas bolas que elas chegariam ao estômago, mas Dilan me joga em cima de seu ombro.

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⏰ Última atualização: Feb 09, 2016 ⏰

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