17º Capítulo

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-Tudo começou quando apareceu o bilhete misterioso na tua mesa de cabeceira. Tal como tínhamos combinado, eu e Vítor começamos a investigar, mas entretanto, chegámos a um patamar em que ambos sabíamos que precisávamos de uma ajuda extra.

-Wow, wow, wow! Vamos com calma. Vocês precisavam de ajuda, e não me disseram nada? Eu também faço parte do grupo, malta!- falei num tom de indignação.

-Anna, espera! Não te contámos nada porque chegámos a esta conclusão quando estavas na enfermaria, e o doutor que estava encarregue do teu ficheiro de saúde disse que independentemente do assunto, este tinha que ser adiado pois em primeiro lugar estava a tua saúde.- esclareceu Cris.

Anuí sem proferir nenhuma palavra e deixei-a prosseguir.

-Eu e Vítor dirigimo-nos para as nossas cabanas reflectindo no assunto. No dia seguinte, por incrível que pareça, surgiu-me uma ideia no banho.- esbocei um pequeno sorriso. É engraçado que algumas das nossas ideias surjam no banho.- Como eu sou da cabana de Afrodite, o Vítor é da cabana de Hefesto e tu estavas a recuperar não estando de olho na cabana de Atena, precisávamos de alguém que estivesse.

-Então foi aí que falaram com Daren.- disse concluindo a ideia da minha amiga.- Sem ofensa, mas porque é que não falaram com a Jasmine?

-Porque assim são 2 rapazes e 2 raparigas.- explicou Cristina com um sorriso matreiro.

-Se entrasse outra rapariga nesta investigação, acho que o Vítor se ia sentir incomodado e em desvantagem com tanta opinião feminina.- Daren disse isto com tanta convicção e com um sorriso que lhe dava um ar convencido.

-Tu ainda vais ver o poder feminino, Porter.- afirmei. - Bem, vou tomar um banho.- "e ver se vou descansar um pouco" pensei para mim.

-Não demores muito, Anna. Aparentemente, o Senhor D., Philip e Teodor querem falar com todos os membros do campo daqui a 1h.- avisou Cristina.

-E onde vai ser?- questionei sabendo que a sesta tinha que ficar para outra altura.

-Deve ser na Clareira. Todas as reuniões são feitas lá.- respondeu Daren.

-Ok, até logo.- dito isto os meus colegas retiraram-se e eu dirigi-me à casa de banho.

-Estou tão cansada...ugh!- suspirei baixinho olhando para o meu rosto no espelho.

Coloquei o shampoo, o amaciador, o gel de duche dentro do chuveiro e liguei a torneira para a água começar a aquecer. Enquanto isso, tirei um colar com uma coruja prateada do pescoço e mais umas pulseiras que estavam no meu braço esquerdo. Desfiz o meu rabo de cavalo, dobrei a roupa que tinha vestida, deixando-a perto do lavatório. Entro na cabine e deixo a água quente escorrer pelo meu corpo e deixei que a tensão contida neste se dissolvesse.

Tal como Cristina havia dito á pouco e eu concordei mentalmente, as melhores ideias surgem no banho, mas este também é o melhor momento para refletir certas coisas que nos acontecem no dia-a-dia ou até mesmo pensarmos no dia seguinte. "Qual será o assunto que vão falar na reunião?" Sinto um nervoso miudinho.

Desligo a água após ter-me ensaboado e lavado, e enrolei-me numa toalha. Coloco o creme corporal e visto-me de seguida. A minha opinião sobre o vestuário do campo é muito positiva. Eu nunca fui uma rapariga que gostasse de escolher a roupa previamente e sempre vestia o primeiro conjunto que via. O Código de vestuário do Campo dos Mestiços é: uma t-shirt laranja (com o nome Camp Half Blood e um Pégaso por baixo, totalmente em preto), uns calções ou calças, um casaco (ganga, cabedal ou verde tropa) e uns ténis que sejam práticos para os treinos.

Olhei para o meu relógio de pulso, e faltavam 25 minutos. Para não chegar atrasada, ajeito a minha t-shirt, coloco um cinto nos calções,(estavam-me largos), amarrei o cabelo ignorando o seu estado molhado e calço uns ténis brancos.

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