21.º Capítulo

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As sapatilhas faziam demasiado ruído à medida que realizava o percurso até à fonte. A melhor ideia que me passou pela cabeça foi descalçar-me tendo maior capacidade de audição.
Ao chegar à fonte sentei-me e esperei pacientemente pela minha companheira.
As horas passavam e ainda não havia sinal de Cristina o que estava a começar a tornar-se entediante. Ouvi um ruído vindo dos arbustos do lado oposto para onde estava virada. Distrai-me quando olhei para o chão e o meu campo de visão não avistava as minhas sapatilhas. Sai do meu local de repouso e comecei a rondar a fonte tentando encontrá-las.

Um ardor fez-se sentir na zona esquerda abaixo dos meus pulmões. À medida que o tempo passava a minha pele era perfurada fazendo com que me contorcesse gemendo de dor.
Passos soavam no ambiente silencioso da meia noite.

Quem quer que se fosse aproximar caiu. Calei-me antes que fizesse pior.
Umas mãos tocaram nas minhas costas e senti um arrepio. O meu fim não podia ser daquela maneira. Alcancei uma faca que eu tinha na minha algibeira e com muito custo lancei um aviso:
-Não sei quem és mas afasta-te já..- após acabar de falar, o que me estava a prefurar a pele foi puxado para trás sendo retirado do meu corpo.
Só pensava no porquê de não ter levado comigo o chapéu dos YANKEES. Teria fugido logo.
Tento por-me de pé para correr pela minha vida. Estava tudo a acontecer tão rapidamente que o meu cérebro não acompanhava os meus movimentos. Caí e pensei em como o meu desaparecimento seria por uma razão tão estúpida.

-Em nome de Atena exijo que pares e mostres o teu rosto cobarde. -ainda não me tinha virado para trás, para encarar o meu agressor.


-Anna sou eu, o Darkness.
Olhei para o rapaz, cujo aparecimento súbito era uma incógnita.
-Preciso que saías. Tenho que chegar à enfermaria antes que seja dia e vai demorar imenso.
Ele revirou os olhos mas por fim estendeu-me a mão para eu a agarrar.
-Se é para me ajudares com tanta vontade, prefiro fazê-lo sozinha.
Apoiei as minhas mãos no chão, agachei-me com imensa dificuldade e levantei-me.
-Tanta garra para recusar ajuda mas isso não serve para te defenderes.
-O que queres dizer com isso?
-Para sobreviveres neste campo o treino extra é fundamental. Devo ser o único que chegou a essa conclusão.
-Não foste o único mas eu não tenho possibilidade de treinar se não sei o que fazer.
-Amanhã, na mata às 8:00h.
-Estás à espera que siga as tuas regras?
-Queres ser encontrada morta ainda esta semana?- permaneci em silêncio.- foi o que eu pensei. Agora aceita o raio da minha ajuda antes que queiras apanhar uma infecção mais depressa que a tua tenda.
Calei-me novamente, coloquei o meu braço à volta do pescoço da má disposição em pessoa e só pensava em sair dali rapidamente, não olhando para trás.

(...)

-Diz-me que já chegámos! Parece que estamos a caminhar à uma hora e pelo que me lembro o caminho não era tão longo.
-Não estamos a ir para a tua tenda. Vamos para uma cabana feita para os futuros filhos de Héstia (deusa do lar)!
-Estás louco!? Se não me virem amanhã na minha tenda vou-me meter em sarilhos.
-Queres que alguém a meio da noite entre na tua tenda e piore a tua situação? Mais vale perguntas do que setas.

As respostas dele eram frias e diretas, sem nada a esconder.
Entramos na cabana de madeira que, com o escuro da noite, se tornava sombria. Quando entrámos era exatamente o oposto do que transparecia do lado de fora. Tinha uma lareira, um tapete com ar extremamente confortável, dois cadeirões e um sofá de pele. A cozinha que se encontrava do lado esquerdo da cabana era composta por uma bancada com enlatados empilhados, um fogão com uma frigideira e uma panela em cima, lavatório e uma pequena mesa de madeira com quatro cadeiras à volta.
Do lado direito havia uma porta que deduzi ser a casa de banho.

-Mais agradável do que imaginei.- murmurei.

Gemi de dor como sinal para que ele fosse arranjar algo para tratar da minha ferida.- Senta-te num dos cadeirões, já volto.- e começou a subir umas escadas estreitas que se encontravam depois da cozinha.

A pergunta que me surgiu quando fiquei sozinha foi: como é que o Darkness descobriu esta cabana no meio do nada e em tão pouco tempo?

Nem chegou a 5 min de demora, apareceu James com um kits primeiros socorros.

-Levanta a blusa.-corei não esperando algo tão direto e não sabendo bem o que fazer naquele estado.- para eu tratar da ferida...

Pigarreei e falei:
-Claro.- com cuidado puxei a camisola para cima e olhei para a frente não querendo enfrentar um momento constrangedor.- Ai!!
-Deixa-te de mariquices é só álcool etílico.
-Só??? Não sabes o que é água oxigenada?
-É o que temos. Estás com sorte de haver isto como desinfetante antes dos pontos.
-Tu? coser? Piadas a esta hora da noite não por favor.
-Queres ser tu? Isto não está propriamente bonito.
-Chega de conversa e despacha-te.

Nunca imaginei uma dor tão grande na minha vida. E não fazia ideia de como James percebia de feridas mas decidi confiar.

-O teu sofrimento acabou, por agora.
-És assim tão simpático todos os dias? Começa a ser contagioso.- o meu lado irónico chegou para ficar.
-Estás com sorte, que tenho demasiado sono para te dar uma resposta.

E o silêncio instalou-se na divisão influenciando James a levantar-se e fazer algo surpreendente...



#Hey campistas!!!
Demorei algum tempo a publicar mas espero que o capítulo esteja do vosso agrado. O que será que James vai fazer? Não se esqueçam de votar e deixem um comentário com as vossas expectativas para o próximo capítulo.

xx Lu

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⏰ Última atualização: Feb 14, 2018 ⏰

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