CAPITULO 5 - PARTE 2 - LUCAS

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LUCAS


Perco-me no tempo organizando a viagem, a mudança e os planos de tudo que pretendia fazer quando chegasse a Los Angeles. Durante o período que passei entre idas e vindas do Brasil para cá, não procurei me estabelecer em nenhum lugar. Quer dizer, tinha um apart-hotel que gostava, com o clima e a decoração que me eram familiares, mas nada que remetesse realmente a um lar.

Primeiro passo da mudança, se vou realmente me estabelecer por aqui, é encontrar um lugar onde me sinta em casa. Investi pesado nas boates, mas como não me imaginava definitivamente aqui, acabei deixando essa decisão para depois.

Pensei no apartamento que havia visitado com Carla. Essa lembrança traz um sorriso triste, ao meu rosto, movido pela minha própria burrice, vejo o homem cego por um sentimento que nem sabia o que era, mas vivia e respirava todos os dias achando que era amor.

O que senti por Carla pode ser chamado de tudo, menos de amor.

Minha meta é esquecer o passado e focar no futuro, em tudo que quero e planejo fazer na nova vida que estou me dando. Por isso começar pela escolha da minha nova casa é algo tão importante, de todos os imóveis que visitei, o que mais gostei é esse onde estou agora, um lugar espaçoso e, mais importante, pronto para morar, apesar dos meus gostos e preferências, não sou o tipo de homem que se liga em frescuras e detalhes insignificantes. O essencial é me sentir bem onde estou, ter o conforto que estou habituado e desde que vi as fotos enviadas por meu corretor sabia que gostaria.

A vista do apartamento é linda e com certeza vai me dar os minutos de paz e concentração que preciso diariamente.

Depois de muito ponderar, eu e Dona Alice, minha secretária, decidimos que durante a adaptação dela ao país e enquanto não encontrar um local seguro e agradável, ela ficará comigo. Confesso que o arranjo é perfeito, afinal ela conhece meus gostos e compartilha da minha discrição.

­— Bom dia, Sr. Brandini? Como foi sua noite? — ela pergunta com um sorriso e uma felicidade no olhar, além de uma mesa de café da manhã simples, mas apetitosa e muito bem arrumada.

— Sabe que até que foi boa? Consegui dormir bem e tomar algumas decisões importantes.

— Que coisa boa, fico muito feliz com seu entusiasmo. — Seu sorriso é genuíno.

— A primeira decisão do dia é, de hoje em diante nada de Sr. Brandini, ou Dr. Brandini, estaremos próximos o suficiente para derrubar essa pequena barreira de tratamento. — Ela me olha meio desconfiada, mas depois acaba cedendo e sorrindo mais.

— Tudo bem então, Sr... quer dizer, Lucas. Menino Lucas, prefiro lhe chamar assim. — Ela sorri timidamente, — Posso contar um segredo?

— Claro que pode Alice, juro não contar a ninguém.

— Secretamente sempre o chamei de menino Lucas e, em meu coração, sinto por você o mesmo que pelo meu sobrinho, Fernando. Tudo bem que você é meu chefe, mas para mim, nunca passou de um menino precisando se encontrar e que além do mais precisa de colo.

Paro e a olho de forma carinhosa. Penso nas vezes que a tratei com rispidez, o arrependimento me assola e sinto uma lágrima travessa escorrer no canto do meu olho.

— Nem sonhando que vou ver meu menino chorando — ela diz, enquanto se levanta e vem ao meu encontro do outro lado da mesa. — Meu menino, é um homem forte e poderoso, fora que é um empresário inteligente e bem-sucedido. Só quero ver lágrimas nesse rosto lindo, agora, se forem de felicidade, chega de sofrer por besteiras e pessoas que não o merecem.

Paixão Impossível (Livro 2 da duologia Paixão) - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora