O melhor amigo da freira

Capítulo um.

-Você tá maluco? Eu não vou transar com uma garota que eu mal conheço por causa de uma aposta! - gritei com Josh, um garoto que, agora, eu me arrependia MUITO de ter feito uma aposta.
-Você que sabe. A escola toda vai ficar sabendo do seu rolo com aquela patricinha. E o namorado dela vai ficar sabendo também. E você sabe como ele é, né?
-Cara, você não tá fazendo isso comigo.
-Eu tô. - ele disse rindo.
-Por quê?
-Porque é a coisa mais óbvia do mundo. Fizemos uma aposta, você perdeu e agora você paga! - ele riu.
-Isso não é justo com a garota. E é... pecado. - falei e ele gargalhou.

PERAÍ! Deixa eu explicar pra vocês a história. Eu e Josh, estudantes do 3º ano da melhor escola da Califórnia. Que pro meu atual azar, fica na frente de uma escola de freiras. Quando eu digo de freiras, não é somente de freiras que dão aulas a meninas safadas que, por obrigação, estão ali dentro tentando ficar controladas e com um bom comportamento. Todas as garotas dali de dentro futuramente serão freiras que continuarão com aquele ciclo. Mas, voltando ao assunto, numa das vezes que estávamos na frente da nossa escola esperando nossas aulas começarem, eis que surge Josh e sua aposta.

#FLASHBACK

-Já viu a garota nova da nossa sala? - ele apontou com o queixo pra menina que saía do carro. Usava a mini-saia da escola, uma blusa branca transparente... TOTALMENTE contrastante com o outro lado da rua.
-Já. - fiz uma cara de aprovação pela garota e ele riu.
-Aposto que eu pego ela até o final da semana. - ele falou.
-Duvido. Hoje é quarta-feira. - falei olhando pra garota que passou por nós e deu um sorrisinho.
-Acho que isso merece uma aposta. - ele ergueu as sobrancelhas.
-Que tipo seria? - falei aceitando a ideia.
-Se eu conseguir pegar essa garota você... - ele olhou ao nosso redor - ... pega aquela garota ali.
Pus meus olhos na direção que ele apontava e vi o alvo. Não... ele não tava querendo isso.
-A freirinha atrapalhada? - eu perguntei incrédulo.
-Ah, vai dizer que não é uma gracinha? - ele gargalhou.
-Ah não, cara...
-Tá com medinho, é? Sabe que eu consigo né? - me deu um tapa no meu braço.
-Fala sério, essa garota é MUITO difícil. Quer saber? Eu aceito!

#FLASHBACK OFF

Tá aí a merda que eu fiz. Não é que o desgraçado conseguiu ficar com a garota? E pior, eles estavam quase... namorando. E agora ele ficava em cima de mim, querendo que eu fizesse o 'serviço' logo.
-Tá bom, tá bom. É só esperar que eu vou ver o que eu faço.
-Esperar nada. Já passou da hora.
Merda. Já vi que teria que começar a correr atrás ou eu estava fodido.

***

No outro dia de manhã lá estava eu, na frente da minha escola, olhando para aquele convento (?) que ficava em frente. As garotas daqui e de lá chegavam aos poucos, cada uma com sua roupa de sempre. Roupas curtas aqui, roupas enormes do lado de lá. O que uma rua não separava, hein...?

-Bom dia, Thomas. - tava aí o motivo de eu ter que fazer o que eu menos queria agora. Pagar a aposta. Jenny, a garota mais patricinha da nossa escola. E que eu dava uns pegas. E que namorava com o garoto mais poderoso, se assim podemos dizer. Ele só é o capitão do time da escola e tinha todos aos seus pés. Bom, menos a sua namoradinha, que pelo o que eu via, tentava tirar o atraso nos últimos meses comigo. Talvez ele não fosse tão poderoso assim...
-Bom. - falei nervoso e quando vi meu alvo do outro lado da rua, nem pensei duas vezes. Atravessei e andei até ela.
-Oi, bom dia. - falei sorrindo. E ela, bom... ficou vermelha e não olhou na minha cara.
-Oi. - ela ainda fitava o chão.
-Seu nome é Joanna, não é? - fingi não saber o nome dela, mais eu já sabia muito bem. Claro, ela estava sempre em nossos papos. E, confesso que, não eram tão puros assim.
-É Jessica . - ela começou a andar e eu andei atrás dela.

-Queria falar com você. Você não quer sair comigo? - ela dessa vez me olhou. A primeira vez que ela me olhava desse jeito.
-Sair, pra quê? - porque tinha que ser tão curiosa? Falava logo que aceita, a gente saia um dia só, eu fazia o que tinha que fazer e pronto. Nunca mais olhava pra cara dela.
-Pra dançar, conversar... -Não pode? - perguntei com a voz teatralmente mais triste - Poxa... escuta só, esse é meu endereço e meu telefone. Qualquer coisa você aparece. Ou liga.