Capítulo oito.

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Estava desde às 06:30 na frente da escola. Todos esperando o ônibus que nos levaria até o aeroporto, cheios de malas, nervosos, ansiosos... afinal, pudera... Vancouver, né?

Olhando para a rua, do nada vi Thomas saindo do carro do seu pai. Ele estava com um óculos, com certeza pra tapar olheiras que teriam sido causadas por uma noite bem tumultuada com Jenny, ou qualquer outra garota... SAFADO! MIL VEZES SAFADO! Ele tinha um bico no rosto e uma cara não muito amigável. Ui, teria algo dado errado na noite dele? Ô, coitadinho...

Ele pegou as malas e falou alguma coisa com seus pais, e sua mãe se pendurou no pescoço dele e falava várias coisas. Tá, eu sei, você sabe, é coisa de mãe, ficar dando milhões de recomendações antes de ver o filho sair pra algum lugar. Pena queThomas não ia fazer nada do que ela falasse...

Ele atravessou a rua e se juntou a algumas meninas, que estranharam sua presença. Claro que era estranho. Nunca tínhamos viajado com homens junto. Seria a primeira vez e todas iríamos achar estranho, incômodo... Ele levantou a cabeça e pareceu me ver, porque logo pegou a mala no chão e veio andando até mim.

-E aí freirinha, belo dia, não? - ele disse, colocando as duas mãos na cintura e olhando pro céu.

-Bom. - cruzei os braços.

-O quê que foi? - ele perguntou. SÍNICO!

-Depois conversamos, ok? - falei secamente.

-Hum, você não estava assim no dia do jantar. - ele soltou um risinho deboxado. Tá, ele não precisava me lembrar do que tinha acontecido! Eu até já tinha esquecido... Tá, não tinha não.

-Cala a boca. - respondi baixinho e ri pra uma das meninas que passava com a mala pesada.

Ele riu e ficou do meu lado, de braços cruzados, esperando o ônibus. Logo uma das madres veio falando:

-Vocês receberão números das suas poltronas. Nada de trocarem de lugares enquanto fazemos a viagem.

-Ah, que ótimo. - murmurei.

-Aposta quanto que vamos ficar juntos? - ouvi Thomas murmurar e bufei.

-Eu espero sinceramente que não. - disse e logo depois recebi o meu papel e vi o número da poltrona: 41 - janela. - Nossa, adoro ficar na janela. - murmurei.

Saí andando em direção a porta do ônibus e em menos de cinco minutos já estava sentada no meu lugar, deixando Thomas lá fora. As meninas iam entrando e nada de Thomas mexer seus músculos e ir em direção a porta do ônibus... Ah qual é hein, por que eu tô querendo tanto que ele entre nesse ônibus? Preferiria que ele pegasse o ônibus pro País das Maravilhas e não voltasse nunca mais!

As cadeiras à minha volta iam recebendo seus passageiros, mas a do meu lado estava sem ninguém. Ai, credo... eu ia ter que aguentar o Thomas mesmo nessa pequena viagem até o aeroporto? Ninguém merecia... Falando nele, o vi entrando no ônibus. Ele vinha andando e andando e eu torcia pra que ele se sentasse logo.

-Ahá, viu! Vou me sentar com você, freirinha. - ele riu e eu fiz careta - Mentira, vou sentar atrás de você. - ele gargalhou e eu mandei língua pra ele - Eu adoro ver essa língua em outro lugar... - ele sussurrou no meu ouvido depois de sentar em seu lugar... Eu gelei.

O ônibus começou a andar e eu encostei no banco. Comecei a sentir chutes em minhas costas e aquilo estava me irritando gradativamente. Ainda mais por ser ele. Que saco!

-Dá pra parar? - perguntei, olhando pra trás.

-Er.... - ele colocou a mão no queixo - Não?

-Por favor. - pedi.

O melhor amigo da freiraOnde histórias criam vida. Descubra agora