"Eu quero matar este moleque!"
Ouvi o último grito do pai de Jess, que era arrastado para fora da sala de espera do hospital por causa de seu escândalo. O motivo disso? Eu. Eu me sentia neste momento o cara mais babaca do mundo, e se pudesse eu me matava e o poupava dessa. Eu merecia.
Mas isso era só o começo das emoções que eu vivi esta noite...#Flashback on
Agachado ao seu lado de Jess, mal podia ouvir as coisas ao meu redor. A mulher que provavelmente teria atropelado ela chorava, e era amparada pelo vendedor de doces que trabalhava na frente do local da festa.
Quando dei por mim, a ambulância chegou e fui obrigado a deixar ela aos cuidados dos socorristas.Fiquei ali, naquela espécie de círculo que as pessoas fazem quando sabem que algo aconteceu, esperançoso para que ela ficasse bem. Meu amor. Que não merecia nem a metade do que estava passando.
- Alguém aqui é familiar dela? - uma mulher com prancheta na mão perguntou.
- E-eu. - levantei a mão e fui até ela. - Ela é minha namorada.
- ISSO É MENTIRA! - ouvi um grito e os curiosos deram passagem para o dono da voz: o pai de Jess, que era seguido pela esposa que, ao ver a filha, correu até a maca e foi amparada pelos socorristas que ali estavam.
- Você é um verme! - ele disse antes de acertar um soco no meu queixo.
Caí no chão e por ali fiquei. Eu merecia isso: ser humilhado do mesmo jeito que tinha feito com a Jéssica.
Dois amigos meus apareceram e né tiraram a força dali. Eu não queria pois queria saber o estado da minha namorada...Mas tive de aceitar, já que eu não estava sendo bem aceito ali.
De volta para a festa encontrei tia Lety e ela foi mais legal comigo do que eu esperava. Aceitou meu pedido de desculpas, e falou que me achava um bom menino, apesar da burrada que eu e o filho dele tínhamos feito.
Ao me despedir, fiz meu último pedido:
- Tia Lety... você pode me dizer onde ela vai ficar internada?
Ela assentiu.
#Flashback off
- Filho? - fui tirado de meus pensamentos pela tia Lety, que voltava para a sala de espera.
- Estou com medo. - desabafei - Ela estava com a cabeça sangrando... - coloquei as mãos na testa e apoiei nos joelhos, olhando para o chão.
- Fique calmo. - ela pôs a mão em meu ombro - Vocês dois fizeram algo de errado...Espero que repensem em tudo. Ela vai ficar bem. Estamos juntos em oração para isso.
- Eu queria vê-la. - falei olhando para ela.
- Não podemos entrar. - ela se sentou ao meu lado.
O doutor saiu pela porta que era destinada somente aos autorizados, com uma prancheta na mão. Atrás dele veio uma das enfermeiras, com dois exames em mãos.
- Doutor! Pode dar alguma informação sobre a Jessica? - voei até ele buscando uma informação dela.
- Vocês são da família, certo?
- Sim, somos a tia e o namorado dela. - tia Lety respondeu e eu me senti surpreso dela me considerar ainda o namorado de sua sobrinha. Eu de verdade, achava que isso de manter o relacionamento depois de toda essa loucura era bem impossível.
- Bom, ela está sedada. Ela bateu a cabeça muito forte no chão e isso acarretou em um traumatismo. Ainda não tenho nenhuma previsão de alta, pois o caso requer cuidados.
- Posso ficar com ela? - falei quando ele terminou de dar o diagnóstico.
- Quando ela for para o quarto, sim.
***
Mais tarde...
Entrei no quarto de Jéssica e a encontrei ali, deitada naquela cama com um respirador em seu rosto. Ela estava em um quarto separado. Melhor assim.
- O quê você foi fazer meu amor? - falei chegando mais perto.
Vi uma cadeirinha no canto e a arrastei até que pudesse ficar mais perto dela.
- Eu te amo. - peguei em sua mão, admirando seu rosto sereno, que tinha algumas marcas da pancada do acidente. - Espero que você me perdoe algum dia...
Estava frustrado com o fato dela estar daquele jeito, e o sentimento de culpa me invadia a cada 'bip' daquele aparelho. Se ela correu e foi atropelada, era por minha causa. Se ela ficara chateada, também era culpa minha.
Fiquei ali por algum tempo, até a hora em que ouvi barulho na porta. Levantei a cabeça e vi as pessoas que eu mais estava machucando nesse momento: os pais de Jess.
- Pode deixar a gente com ela, rapaz? - a mãe de Jess disse com uma voz nada amigável e seu pai já parecia mais controlado.
- Ok. - falei me levantando, beijando a mão de Jess e a colocando sobre seu tronco.
Andei até os dois, e passando pela porta só tive coragem de falar:
- Eu espero que vocês me perdoem algum dia.
[Nota da autora]: Hello pessoas!
Capítulo curto, mas espero que vocês gostem! Vou tentar postar mais até sexta, vamos ver como fica a minha semana ;/
Beijos a todos!!!!
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O melhor amigo da freira
RomanceThomas: Um garoto mulherengo que acaba aceitando a aposta com o amigo Josh. Estudam em uma escola particular, que fica bem de frente a um colégio de freiras onde...adivinha? Onde se encontra a principal protagonista desta aposta: Jess. Isso é só o...