Ravenna

★Capítulo 50★ Final

- Tom ! Me desculpa ! Me desculpa por ter te deixado é claro que tinha uma parte de mim que queria voltar atrás e mudar as coisas. Mas, não é assim que a vida funciona, digo, você não pode voltar atrás, escolhas foram feitas e coisas aconteceram por causa delas, mas..

- Rave, acredite no tempo, acredite que ele cura, que ele acalma, que ele ensina a esperar, que ele nos amadurece como pessoas. Acredite ainda, que ele faz soluções e respostas que estavam escondidas. O tempo tem o poder de colocar cada coisa em seu lugar. E o que eu mais tive na vida foi tempo e isso me fez perceber que apesar dos efeitos colaterais, amar ainda é o melhor remédio e eu te amei todo esse tempo, então não me peça desculpas por ter me deixado, porque você não me deixou de verdade, sempre fez parte de mim.

- Por que amar machuca ? - Digo segurando as lágrimas.

- O amor não machuca, a verdade é que a solidão machuca. Perder alguém machuca. Todos confundem essas coisas com o amor, mas na verdade, o amor é a única coisa capaz de nos curar de tudo isso.

Sentei na cadeira ao lado da cama em que ele estava e deitei minha cabeça em seu peito.

- Eu te amo. - Falei baixinho.

- Te amo.

- Espera.. - Digo levantando a cabeça e encontrando seus olhos. - Que história é essa de eu ser sua esposa ? - Arqueio minha sobrancelha.

- Ah, então, né.. - Ele sorri. - Quando eu fiz a minha entrevista de emprego na locadora, me disseram "Seu perfil está quase perfeito, mas só aceitamos pessoas casadas". Eu achei estranho, mas eram normas do lugar, eu precisava muito do emprego...

- Então mentiu, dizendo que sou sua esposa. E os documentos ?

- Sabe é pra isso que existe alguns programas de computador e impressoras. - Rimos.

[...]

Passei quase o dia inteiro com o Tom no hospital, conversando, rindo e recuperando o tempo perdido.

A boa noticia é que amanhã o médico vai dar alta pra ele e a má é que ele vai ter que ficar mais três semanas com o gesso.

Mas, ainda preciso resolver aquele problema com a Lí.

Pego o celular e disco seu número.

Caixa postal.

Tentei mais de dez vezes.

Ela está mesmo com raiva de mim ?

Não fiz nada de errado, eu acho.

Peguei meu casaco e resolvi ir na casa dela.

Cheguei e bati na porta.

- Lí a gente precisa conversar.

- Eu sei, entendo que peguei pesado, desculpa, a verdade é que eu adoro ser sua amiga e senti que você não confia em mim para contar sobre..

- Lí !

- Que ?

- Vamos entrar ? - Digo me convidando para entrar na casa dela.

Ela me deu espaço e entramos.

Subimos as escadas até seu quarto, me sentei na cadeira do computador.

- Lí, não é que eu, não confie em você é que é meio desconfortável para mim falar da minha irmã.

- Tudo bem, eu entendo, se você quiser falar, eu estou aqui para te ouvir e te ajudar.

Fiquei horas falando para a Lí da Satty, contando as nossas melhores lembranças, as aventuras mais engraçadas e chorando.

Chorando muito.

Como eu sinto saudades daquela garotinha.

No outro dia

Acordei com uma mensagem do Tom.

E aí gata ? Não, Vou começar de novo..
Oiii Rave !! (Bem melhor) Bom diia. Estou saindo do hospital ! - Thomas.

E aí gato ? (Brincadeira kk)..
Oiie Tom, vou me arrumar, te encontro onde ? - Ravenna.

Naquela mesma sorveteria... Até mais amore ♡ - Thomas.

Tomei banho, arrumei o cabelo, vesti uma calça jeans comum, um suéter azul claro e calçei meu All star preto.

[...]

Chegando lá.

Vi o Tom já me esperando, sentado em uma mesa e tinha umas muletas do seu lado - como o médico havia dito, ainda tem 3 semanas com o gesso.

Depois de tomarmos um milk shake. Fomos até a praça central, deitamos na grama e ficamos olhando as nuvens.

- Obrigado. - Tom diz sorrindo.

- Pelo o que ?

Ele vira o corpo pra mim, tira uma mecha de cabelo que estava sobre meu olho, se aproxima.

E me beija.

- Obrigado, por ter me dado momentos e lembranças como essas. - Ele diz ainda com seu nariz colado no meu.