Eu queria que você fosse real.

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-Eu não acredito! - Gritei pelo meu quarto vazio produzindo instantaneamente um eco alto. - Ele é igual a todos, um otário! - Gritei mais uma vez e então joguei meu celular no chão com toda a força ( e raiva ) que eu tinha adquirido.

Eu havia avistado uma folha sulfite em cima do criado-mudo de meu quarto e alguns lápis, eles não me pareciam muito comuns e ao lado havia um bilhetinho com algumas instruções.

1- Desenhe o garoto dos seus sonhos, alto, baixo, forte, magro, loiro, nerd, galã, enfim, oque você quiser.

2- Escolha suas qualidades e defeitos, sua personalidade e estilo. Use sua imaginação, deixe fluír.

3- Peça com todo o seu coração "Eu queria que você fosse real" 3 vezes, e veja a mágica acontecer

-Grande bosta. - Pensei alto. - Mas, como não tenho nada para fazer, vou tentar. - Tinha me decidido e então comecei a criar um garoto, mas ele não era perfeito, era comum, bonito, enfim, eu gostava disso.

- Enfim, acabei! - Pensei para mim mesma. - Vejamos... Eu queria que você fosse real. - Disse com meus olhos fechados e estava abraçada ao desenho. - Eu queria que você fosse real. - Repeti mais uma vez e pela terceira vez escutei um barulho vindo do meu guarda-roupa.

- Que merda. - Uma voz havia ecoado do... Guarda-roupa?.

- Quem está ai? - Sussurrei para o meu armário dando mais 3 passos a frente.

- Beatriz? É você? Que seja, só me ajude a sair disso aqui! - O garoto havia pedido, suplicado, enfim.

- É só você... Fazer... Isso... - E após algumas palavrinhas e xingamentos vindo da pessoa misteriosa, o armário havia aberto. - Meu deus. - Pensei alto.

- Viu, não era uma grande bosta! Funciona de verdade. - Ele havia dito se aproximando. - Prazer, eu sou o? - Ele me perguntou confuso.

- Você prefere Dylan ou Henry? - Lhe perguntei em dúvida.

- Dylan, combina com minha personalidade. - Ele jogou uma piscadela e um sorriso de lado.

- Uau. - Eu suspirei. - Você é bem mais atraente que o desenho. - Disse e ambos rimos.

- Você parece ser legal, mas também parece... - Ele disse se aproximando muito. - Magoada? - Ele perguntou com nossos corpos praticamente colados.

- Espaço pessoal. - Fiz um sinal com as mãos indicando distância e ele soltou uma gargalhada. - E bom, eu vivo magoada. - Abaixei o olhar.

- Não deixa, . - Ele disse e eu soltei uma risada baixa. - Eu não te conheço muito mas, não quero te ver triste, minha missão é essa. - Ele disse levantando meu rosto com uma de suas mãos.

-Meu deus! - Eu disse me apoiando nele.

- Oque foi? - Ele disse confuso.

- Meus pés estão formigando, que bosta! - Disse e ele começou a rir.

- Vem! - Ele disse ainda rindo.

- Pare de rir, é tão... Que se dane! - Eu disse exaltada. - Está passando, quer dizer, está voltando. - Eu estava tão fora de mim e ele estava debochando da situação. - você está rindo feito uma cabra trouxa! - Mostrei o dedo do meio.

- Qual seu problema com cabras?. - Ele disse em meio de gargalhadas.

- Passou, graças a deus!. - Disse aliviada. - Nunca mais fale comigo, você riu de mim! - Eu dei as costas pra ele.

- Me desculpa, não era a intenção... - Ele começou a se desesperar.

- Te peguei! - Gargalhei do desespero dele.

- Sem graça. - Ele rolou os olhos e se sentou do meu lado. - Você é divertida. - Ele disse sorrindo.

- Eu sei. - Ele bufa com a respota. - Sabe... - Eu iria dizer mas batidas na porta me interrompem.

- Beatriz, abra essa porta! - Minha "mãe" batia descontroladamente na porta.

- Oque foi? - Eu exclamei. - E agora? Se esconde ali! - Apontei para o guarda-roupa e fui até a porta.

- Eu ouvi vozes, tem alguém ai menina pecadora! - Ela conseguiu abrir a porta. - Quem está ai? - Ela entrou me empurrando.

- Eu e mais ninguém mãe, você está enlouquecendo. - Disse para ela que me fuzilou.

- Não me chame de mãe sua vadia. - Ela disse e saiu do quarto feito furacão.

- Já posso sair? - Ele perguntou baixinho.

- Pode. - Avisei e o mesmo saiu. - Não liga pra ela, é meio maluca. - Abaixei o olhar e comecei a rir.

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⏰ Última atualização: Aug 08, 2015 ⏰

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