TRÊS

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Seguir os trilhos. Esse era o nosso objetivo e estavamos o cumprindo muito bem. O sol brilhava fortemente, fazendo com que tanto meus cabelos quanto os de Beth ficassem brilhantes; uma brisa gostosa nos atingia e o conhecido cheiro de putrefação sumira, dando lugar a um delicioso odor de flores recém desabrochadas. Tínhamos apenas uma coisa em mente: chegar ao terminus.

Não consigo me lembrar quanto tempo faz que o apocalipse começou, isso não tem importância. Mas sei que, durante todo esse tempo, nunca encontrei alguém como Beth. Seu sorriso encantador, seus olhos brilhantes, tudo nela era perfeito.

Dois corpos ambulantes saíram de dentro da floresta, fazendo meu coração saltar de susto. Estavam em estado deplorável, com mandíbulas estraçalhadas, sangue nas roupas e pela escura. Fumaça fluía de seus orifícios e suas roupas, aos frangalhos, soltavam pequenas faíscas amareladas.

Acertei a ponta de uma adaga na tempora de um, perfurando seu cérebro. E explodi a cabeça do outro, que já estava bastante decomposto, em inúmeros pedaços.

- Como você consegue? Digo, fazer isso? Sei que hoje não chegam nem aos pés do que já foram, mais um dia foram humanos e você faz isso com tanta facilidade, como se não se importasse.

- Eu não me importo. - Como assim? Ela estava me questionando por matar os mortos? Por salvar a vida dela? Eu não conseguia entender. - No final, tudo que um dia eles foram já não existe mais.

- Eu sei. Não estou dizendo para não fazer isso, eu sei que é importante, sei que é preciso. Na verdade, não sei muito bem porque perguntei tal besteira, acho que se deva ao fato de que me sinto estranha matando essas coisas, sabe? É como se eu estivesse matando os humanos que um dia existiram ali.

- E é por isso que você estava presa naquele círculo de mortos. É por isso que você vai morrer.

The Walking Dead - A Marcha dos MortosOnde histórias criam vida. Descubra agora