VINTE E SETE

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Kelly caminhava ao lado de Daryl, com passos lentos e uma expressão alegre no rosto. Trajava sua querida e amada blusa do Green Day e arrastava seu machado pelo chão, fazendo uma fina linha ficar marcada na terra frouxa solta pelo solo. Beth seguia apenas um passo a minha frente, usando sua blusa amarela de gola polo e segurando minha mão, me guiando pelo caminho.

Segundo Daryl Dixon, estávamos bem próximos de Alexandria e, se fossemos rápidos, chegaríamos lá antes do almoço. Ele carregava sua Besta no ombro, e sua jaqueta ostentava o desenho de duas asas nas costas; uma vez ou outra, passava a mão no rosto, tirando fios rebeldes do cabelo de cima dos olhos.

Eu estava com dificuldade para andar devido a surra que ganhei de Bruno. Minhas costas estavam me matando e meu olho roxo e inchado em nada ajudava. Mas fora isso, tudo estava nas mais perfeitas condições e nada poderia dar errado. A felicidade preenchia nossos corações, principalmente o de Beth, finalmente iria rever a irmã. E vê-la assim me deixava muito alegre.

Ela abrira a cabeça de Bruno no meio com um machado, e se não fosse por isso, eu estaria morto. Tinha muito o que agradecer a Beth, e assim que estivéssemos em Alexandria faria isso. Um chiado no mato chamou minha atenção, fazendo-me virar a cabeça na direção da floresta.

- Tenho a séria impressão de que estamos sendo observados - Beth cochichou, para que só eu ouvisse.

- Eu também. - então ela também havia notado. Isso não poderia ser uma simples coincidência. Olhei para minha blusa azul, e prossegui: - seria bom falarmos?

- Melhor não. Deve ser apenas paranóia nossa, um animal, ou até um morto espreitando por aí. Está tudo bem, Lauan. - ela falou, como se quisesse afirmar aquilo mais para si mesma do que para os demais.

- Beth, por que você não canta para nós? - Daryl perguntou, procurando as palavras certas para falar, como se existisse um dificuldade enorme em pronunciar aquelas palavras.

- Ah, você canta? - Kelly perguntou, o que soou como um velho e conhecido deboche.

- Sim, eu canto. E vou cantar, Daryl. - as duas se encararam por alguns segundos e faíscas saltaram de seus olhos, e por um momento pensei que as duas iriam se atracar ali mesmo.

" Oh I know, I know, I know
All the songs you write are about me
But you changed the names
So I can't stake my claim
You're so greedy
And I know, I know, I know
That you think you're a much better writer
And that might be true
But what I've got on you
Is I'm a fighter"

Então ela começou, e a voz dela fez meus ouvidos cantarem. Jamais ouvira coisa tão bela.

"This is war
My fingers are sore
So far from the top
But I refuse to stop
Got shakers in my eardrums
Bossing like a new gun
Baby, when it's all done
You won't mind that I've won
This is a battle
You are the prize
Put down that piano
Let's start our lives
You've got more soldiers
But I've got more passion
And I'm right behind you just gaining traction
Pow! pow! pow! pow!
Bang! bang! bang! bang!
Pow! pow! pow! pow!
Bang! bang! bang! bang!"

Ela continuou, e nós apenas ouvimos. Tudo ao redor se calou e parecia que apenas Beth existia no mundo.

" And I know, I know, I know
About the lovers in your bulletproof lining
They don't intimidate
They're just too bit-ah late and bad timing
And I know, I know, I know
You've got your battle plan mapped out in inches
But I'm not scared of you
I'm jumping right into these Brooklyn trenches

This is war
My fingers are sore
I might be a masochist just asking for more
Cause this stage is like a standoff
And you're pretty tough
I'm bruised and bloody
But I'll never give up!
This is a battle
You are the prize
Put down that piano
And come to my side
We'll sing songs together
I'll hold your hand
Make perfect-pitched babies
And form a band"

Eu a olhei, e ri, ela também riu. E aquele momento se tornou perfeito. Não precisávamos está em um lugar belo, tão pouco importava se estávamos vivendo em um inferno. Aquele momento era lindo, e era perfeito, pelo simples fato de que desejávamos que fosse.

"I don't really want, I don't really wanna fight no more
I'm sweating in the sun
Camped out with ammo at your door
Uh-oor, uh-oor, uh-oor, oh
I don't really want, I don't really wanna fight no more
But I just can't be beat
So I will stand the heat
Until your love, your love is sure
Baby, this is war

Bang! bang! bang! bang!
Pow! pow! pow! pow!
Bang! bang! bang! bang!
Pow! pow! pow! pow!
Bang! bang! bang! bang!
Pow! pow! pow! pow!
Bang! bang! bang! bang!"

Após alguns minutos de silêncio depois que Beth terminou de cantar, alguém finalmente resolveu falar.

- Então não mentiram quando falaram que você canta bem - Kelly disse, olhando para o alto.

- É, não mentiram. - Beth sorriu, satisfeita. Agarrou minha mão novamente e então prosseguimos.

...

Estávamos de frente para o portão de Alexandria. Ele estava se abrindo e, lá dentro, conseguimos ver uma mulher de cabelos negros e curtos em pé ao lado de um homem que, a julgar pela aparência, deveria ser japonês. Não, se for o mesmo cara de quem Beth me falou, ele não era japonês, e sim coreano. A bela mulher virou a cabeça, olhando para fora da comunidade, seus olhos se fixaram na loira ao meu lado e então ela deu início a um corrida em disparada. Beth também começou a andar, os braços tremendo e lágrimas brotando de seus olhos.

Da floresta alguém saiu, e um tiro ecoou. Beth iniciou uma queda em direção ao chão e eu fiquei louco. Minha arma disparou e a mulher a minha direita - a mulher que tinha saído da floresta, a mesma que aprisionou Beth no hospital. Dawn - tombou ao encontro com o solo. Pela visão periférica vi Maggie se jogando no chão próximo a irmã, gritando. E então o meu mundo desabou e eu fiquei sem chão.

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Então, enfim publiquei né?

ALELUIA!

A música que usei se chama "This is war" e quem canta é a própria Emily Kinney, não vou colocar tradução dela, pois ela não tem nenhum significado especial, é apenas uma música que ela quis cantar.

Xau Xau e até mais.
Beijos, Walker John

The Walking Dead - A Marcha dos MortosOnde histórias criam vida. Descubra agora