P.O.V Ju
Ficamos o resto da tarde na piscina, depois decidimos ir comer alguma coisa num dos restaurantes de Los Angeles. Como sempre as ruas estavam muito movimentadas e ninguém reparava em ninguém.
Concordamos em ir almoçar a um restaurante chinês, eu nunca tinha ido a um e nunca pensei que a comida chinesa fosse tão boa. Por conta do cansaço, assim que acabamos de almoçar preferimos apenas dar um volta rápida e ir para o hotel.
Quando chegamos ficamos todos espantados, as pessoas cada vez se acumulavam mais, se é que era possível, e eu não tinha ideia de como entrar. Depois de uma enorme batalha para chegar à porta do hotel fomos barrados pelos seguranças que pensavam que éramos fãs do tal famoso que se encontrava no mesmo hotel que nós, então tivemos de mostrar o nosso cartão da porta do quarto e só assim eles nos deixaram entrar. Nunca me senti tão livre depois de passar as portas do hotel. Finalmente agora todos conseguíamos respirar livremente. Um dos seguranças pediu desculpa pela indelicadeza, mas nós mostrámos o quanto éramos compreensivos sobre o assunto, porque sabíamos que eles não podem sujeitar a celebridade em questão.
Dirigimo-nos para o nosso andar e reparamos que as malas já não se encontravam lá e depois de ouvirmos uma gritaria ainda mais alta fomos na direção das janelas do hotel que mostravam uma van preta a sair pelas traseiras do hotel, em seguida, abriram o vidro e um braço totalmente tatuado apareceu enquanto acenava.
(...)
Os primeiros raios de sol já começavam a aparecer na cidade mas o que realmente me acordou foi o maldito despertador, desliguei-o enquanto ouvia a cama do lado com o pequeno movimento e calculei que a Báh estava bastante confiante para se levantar. O meu corpo pediu apenas mais cinco minutos, mesmo sabendo que o meu cérebro não iria aprovar nada disso.
- Menina linda. – chamou a Báh, a qual foi respondida com um grunhido. – Vou tomar banho, quando voltar tens de estar acordada, pelo teu bem. – dito isto ouvi o som das gavetas que abriam e por fim da porta da casa de banho e eu ainda tentei fazer um esforço para abrir os olhos, mas missão impossível, acabei por me aconchegar ainda mais nos lençóis e o sono apoderou-se de mim.
Senti almofadas de encontro com a minha cabeça e comecei a rir, tinha adormecido novamente.
- Eu juro que se não levantares esse teu rabo a próxima coisa contra a tua cabeça vai ser a mesinha de cabeceira. – avisou a Báh enquanto eu ria, relembrando nos verões em Portugal.
- Okay mãezinha. – Fiz uma falsa continência. – Já vou comandante. – disse e começamos as duas a rir.
- Despachar! – disse ela enquanto passava um hidratante na face.
Levantei-me com preguiça e dirigi-me para a casa de banho, quase batendo com a cabeça na porta do closet. Amaldiçoando a ideia de ir à universidade tão cedo.
Depois de estarmos prontas descemos até o último andar onde tomamos o pequeno-almoço reparando nas poucas pessoas acordadas, comemos um pão com manteiga e bebemos um copo de sumo de laranja natural, agradecemos ao empregado e saímos do hotel, reparando que várias pessoas já tinham abandonado o posto de fãs. Algumas delas correram na nossa direção começando por fazerem perguntas, algumas delas ofensivas, tive de agarrar a Báh que queria dar um estalo a uma das raparigas que insinuavam que éramos prostitutas para o seu ídolo.
Levantei a mão assim que avistei um táxi e depois de dizer o endereço ouvia as reclamações da Báh ainda se convencendo do que tínhamos acabado de presenciar.
Chegamos ao destino depois de 15 minutos e pagamos deixando uma gorjeta generosa o que nos rendeu um sorriso simpático.
Paramos nos enormes portões da universidade e sorrimos. A universidade era bonita por fora e dava uma visão de que bastante acolhedora por dentro. Era branca com umas faixas de um azul clarinho, tinha um jardim que deixava escapar algumas flores para o lado de fora da vedação e o mesmo estava repleto de jardineiros que tentavam manter tudo na ordem certa, sem que nada se mudasse. Já poderíamos ver alguns alunos do lado de dentro e conseguimos perceber que eram estrangeiros.