Ready to Run

10

-Harry o que é isso? Sabe que odeio surpresas -Falei sorrindo pra ele.
-Você não pode odiar surpeesas, você é uma. -Ele disse também sorrindo.
Mais uma vez percebi o quão lindo era seu rosto. Suas fofas covinhas, seus olhos brilhantes, seu sorriso encantador e seus lábios cor de rosa formavam uma incrível harmonia. Ele mal parecia real.
-Bom, eu estava pensando e... Sabe aquela tatuagem de cruz no ombro que tínhamos vontade de fazer há alguns anos? - Harry perguntou receoso.
-Sim.-Assenti.
-Então eu pensei que talvez, pudéssemos fazê la juntos. Nós dois achamos bonito. Talvez tenha um outro motivo, mas eu não sei... Pode ser uma espécie de aliança, só que é pra sempre. -Isso é estranho. -Disse sem reação.
-Eu sei, parece aquelas coisas de casais caretas. Mas, sei lá, de alguma forma, é importante. Pelo menos pra mim. É que eu encaro isso isso como uma prova de amor, algo que nos una. -Eu o olhei confusa, de onde vinha tudo aquilo?. - Quer saber, deixa pra lá, eu só... Por um momento só... Deixa pra lá.
-Não!-exclamei - Nada de deixar pra lá, quero muito fazer isso. Quero nos unir pra sempre. -Eu disse sorrindo e tentando anima lo novamente.
Ele sorriu e eu senti firmeza. Eu estava pronta pra nos unir pra sempre. Nós sentamos nas cadeiras, tudo estava perfeito, estávamos fazendo as tatuagens juntos, no mesmo lugar, no mesmo momento. Ele me encarou enquanto começavam a fazer a tatuagem.
-Sabe, quando você me procurou eu achei que você só queria me ver mal denovo. Você sempre soube que eu nunca tive forças contra você. Então eu apenas ouvi você. Eu ainda achava que você era a culpada por tudo que tinha acontecido no passado. Eu ainda sentia raiva. Mas eu tinha que ouvir você, por que no fundo eu sempre soube que estava errado, que você sempre quis meu bem, eu sabia que buscar outras pessoas era perda de tempo. Ninguém é como você. Você não faz idéia de quantas madrugadas perdi, as vezes pensando, as vezes bebendo, tentando esquecer você. Todas sem sucesso. Até mesmo depois de estar namorando. Eu perdia todo o controle e ligava pro seu antigo telefone pra escutar sua voz na secretaria eletrônica. Você não faz idéia de quantas vezes eu tinha um problema e eu só queria que você me ajudasse a resolvê lo. Eu já pedi a conta de quantas vezes eu olhava nossas fotos antigas. As inúmeras vezes que passei na porta da sua casa durante a noite. Quando você deixou minha casa ontem eu percebi que não tinha como lutar contra isso, eu te seguiria até no inferno por que eu te amo.
Ele falou e eu segurei forte em sua mão. Meus olhos estavam cheios d'água.