Ready to Run

14

Quando entramos no carro ele ligou o rádio. Estava tocando uma música um pouco antiga, mas uma das preferidas de Harry. Flowers in the window. Ele começou a cantar, involuntariamente até que o seu celular tocou.
-Quem é? -Eu perguntei à Harry enquanto ele encarava o celular meio sem saber o que fazer.
-Não importa né? -Harry falou, abriu o vidro e areemeçou o celular pela janela.
-Você tá louco? Esse celular é novinho. Que tipo de gente atira o celular pela janela? -Eu perguntei rindo da atitude louca dele.
-Qual é? Eu não vou mais precisar dele. Não é algo tão absurdo assim. Eu só joguei um celular novo pela janela! -Harry exclamou rindo também.
-Sendo assim eu também posso jogar o meu? -Perguntei sorrindo.
-Não, nós vamos precisar do seu, e além disso, tem umas fotos lá que eu quero. -Ele justificou - O meu celular não servia mais, acabaria nos gerando aborrecimentos, foi melhor deixar lá.
-Era a Lucy? -Perguntei quase convicta. Harry assentiu.
Harry voltou a cantar. Era incrivelmente lindo. O movimento que ele fazia com aqueles lábios cor de rosa, e aquele sorriso escondido então? Por mais aue cantasse baixo eu ainda me sentia arrepiada por aquela voz rouca.
-Obrigado. -Eu falei um pouco emocional.
-Hã? Do que você tá falando Nah? -Harry despertou de seu universo paralelo. Ele estava cantando tão destraído que nem reparava o que acontecia em volta.
-Tô falando de tudo. De cada momento, você sabe... Essa tatuagem que tá ardendo no meu ombro, mas que eu amei. Essa viagem, que tá sendo incrível. Cada palavra que você disse até agora. As fotos que você não costuma tirar, mas tirou. Você acreditou em mim, eu agradeço por isso. Você tá me deixando tão feliz agora. -Ele me olhou atento - Ahh, Harry, eu não sei ser fofa. Eu queria ter a metade da doçura que você tem. Eu só... Eu.. -Gaguejei um pouco nervosa - Eu te amo.
-Você é fofa agora. -Ele fez uma pausa -Eu também te amo.
Naquele momento eu estava quase explodindo de tanta emoção. Meu coração acelerava a cada palavra dele. Era como se meu coração fosse sair pela boca a cada momento. Eu só queria ter a certeza de que acordaria olhando aqueles olhos cor-de-esmeralda pelo resto da vida.