Capítulo 7

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Os Pacificadores encaminham eu e Daniel ao trem. A viagem é longa até a Capital. Eu sei disso, pois fui uma única vez lá quando tinha 7 anos.
- Olá meus queridos. - A mulher que nos sorteou na Colheita nos cumprimenta.
- Olá. - Daniel fala, mas eu fico quieta.
- Isso são modos menina!? - Ela diz, e eu continuo quieta. - Enfim, meu nome é Mallie Jenson, e serei sua escolta a pattir de agora. - Ela termina.
- E... Os nossos mentores? - Daniel pergunta.
- Oh, eles já estão vindo pra cá, mas enquanto isso, sentem-se. - Ela diz.
Nós nos sentamos naquelas poltronas super-confortáveis do trem.
- Oi. - Daniel tenta puxar conversa.
- Oi... - Digo.
- Então, você tá bem? - Ele pergunta.
- Sim. - Respondo.
- Meu nome é Daniel, acho que você já deve saber disso né, mas pode me chamar de Dan. - Diz ele dando um sorriso.
- Meu nome é Willow. - Falo.
- Ah! Eu sei quem você é bem antes de você ser sorteada na Colheita! - Ele fala.
- Como!? - Pergunto.
- Ué, você é a "Filha do Tordo"!
- Da onde você tirou esse apelido? Ele é bizarro. - Digo dando um risinho.
- Todo mundo que não sabe o seu nome te chama assim.
- Como eu não sabia disso? - Pergunto.
- Não sei.
Somos interrompidos pela minha mãe vindo me abraçar. Ela é a única Vitoriosa do sexo feminino. Tava na cara de que ela iria ser minha mentora.
- Oi denovo mãe.
- Oi filha! - Ela diz.
- Pera, cadê o papai? - Pergunto curiosa.
- Ah... Ele não está aqui...
- Porquê não!?
- Porquê o seu pai não é o seu mentor. - Ela fala.
- Quem é então!? O Haymitch!? - Fico nervosa.
- Isso mesmo. - Ela diz apontando pra ele no vagão-bar. - Pelo jeito ele já deve estar bebendo.
- Não acredito q a Cassie fez isso! Droga! - Falo irritada.
- Filha, venha comigo até o seu vagão-dormitório. - Ela me chama e eu a sigo.
- Filha, talvez foi até bom seu pai ter ficado lá. - Ela diz.
- Porquê mãe? - Pergunto.
- Olha, o quê eu vou te falar agora você não pode falar pra ninguém. Nem para Daniel.
- Mas... - Tento falar mas ela me interrompe.
- O seu pai está tentando fazer contato com Cressida, Pollux, Gale e sua vó. - Ela revela.
- Mas porquê?? - Pergunto novamente.
- Ouça. Nós estamos tentando achar um jeito de destronar a Cassie sem precisar de outra rebelião. - Diz ela.
- Isso é muita coisa pra mim absorver tão rápido. - Falo.
- Tudo bem, já te contei o básico, você não precisa saber de mais nada.
- Mas mãe! - Sou interrompida denovo.
- Mais nada! - Ela fala friamente.
- Mas... E os Jogos? E se eu morrer? O quê eu vou fazer? Como eu vou sobreviver? - Faço muitas perguntas porquê ao mesmo tempo estou ansiosa e com medo.
- Calma, nós vamos ter tempo para falar isso depois. - Ela me convence. - Ah! Vamos para o vagão-refeitório, já devem estar servindo o almoço, e você deve comer bastante pra ganhar quilos. - Diz ela.
- Ok então...
Quando nós chegamos lá minha mãe tinha razão, todos já estavam comendo.
- Ah! Que bom que chegaram! - Mallie diz.
- Nossa que emoção! - Minha mãe diz em tom de ironia pra provocar Mallie.
Todos nós almoçamos e vamos fazer nossas coisas. Eu estou sentada numa poltrona conversando com a minha mãe sobre estratégias, jeitos de sobreviver, e todas as técnicas pra ganhar os Jogos.
- Oh! Desculpa interromper mais tenho que falar com você Katniss. - Mallie chama minha mãe pra uma sala e eu fico tão curiosa que decido espiar.
- Ouça bem Katniss Everdeen! Não importa mais quem você foi ou quem você é! Se você tentar algo, eu tenho um controle com um botão, e se eu o apertar, os alarmes dos Pacificadores vão soar pra pegar você, e se isso acontecer, você apodrecerá na prisão, ou até mesmo, morrerá! Me entendeu? - Mallie diz aquilo mas eu não acredito. Eu nunca vi ela daquele jeito, toda nervosa.
- Olha, pode ficar sossegada sua espantalho, eu vou ficar bem longe de vocês! - Quando minha mãe vai sair eu pulo no sofá pra fingir que estou descansando pra ela não desconfiar.
- Filha? - Minha mãe me chama.
- Oi. - Digo levantando do sofá.
- Vamos continuar nossa conversa filha. - Ela diz e eu fico praticamente a tarde inteira falando com ela sobre isso.
Já está escurecendo quando decido tomar um banho. O chuveiro do trem tem muitos botões, e eu não estranho porquê tem um banheiro da nossa casa que também tem. Tiro minha roupa e entro na água quentinha.
Pego um shampoo com aroma de pêssego que é muito cheiroso. Quando termino, abro a gaveta e pego uma blusinha com duas alças da cor laranja claro. A calça é preta mas muito confortável. Pego meu broche e o prendo na blusa, faço um rabo de cavalo no meu cabelo e vou para o vagão-refeitório comer, pois novamente, ninguém nos espera. Dan parece estar muito bem, apesar de ir para uma arena onde possivelmente irá morrer.
Depois do jantar, Mallie aparece com um CD na mão falando:
- Bom, achei que vocês gostariam de ver quem são os seus adversários nos Jogos! - Diz ela toda animadinha, e eu simplesmente não a suporto. Por causa desse sotaque, pelo jeito dela ser, toda metida e alegre. Isso me irrita muito. Chegamos na sala do trem e ela coloca o CD no DVD.
Estou com um pouco medo e ao mesmo tempo ansiosa pra ver se eu tenho de fato chances de ganhar os Jogos Vorazes, porquê se todos forem fortes e espertos, então o meu destino será morrer nessa arena.

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