Daughter Of The Mockingjay

Capítulo 16

-Willow Mellark, nota 10! - U-A-U! Nunca acreditei que teria potencial para um 10! Não consigo imaginar como tirei uma nota tão boa quanto essa. - E essa foi a transmissão das notas de treinamento dos Tributos na Primeira Edição dos Jogos Vorazes Pós-Guerra! - Depois disso, reparo que todos na sala olham para mim.
- Meus parabéns Willow! - Dan me parabeniza.
- Você deve ter agradado muito eles! Você merece! - Diz Thomas me abraçando.
Noto que minha mãe e Haymitch se entreolham de um jeito meio estranho.
- Isso não é bom. - Diz minha mãe. - Filha, vamos conversar lá no quarto, Haymitch, leve Dan para descansar também.
- Tem algum motivo para você não poder falar o que você quer aqui na frente de todos? - Pergunta Mallie.
- O quê? - Minha mãe diz.
- Isso o que você ouviu. Diga na frente de todos. - Sugere Mallie.
- Muito obrigada Mallie, mas o que eu vou dizer pra Willow são instruções e conselhos sobre os Jogos. O Haymitch também vai fazer isso.
- Tá bom, pode ir. Mas me escuta bem, se eu descobrir algum plano de rebelião aqui, vocês irão pagar. - Ela ameaça. Eu já quero começar a discutir, mas minha mãe diz um mísero "boa noite" para Mallie e me puxa para o quarto.

- Filha, não vale a pena discutir com aquela lá, então, se controle por favor. - Diz minha mãe fechando a porta.
- Ok, me desculpe.
- Sem problemas.
- Então, o que você queria dizer com "isso não é bom"?
- Não sei se você se lembra de quando eu te contei sobre o meu passado, mas na minha primeira vez nos Jogos, minha nota de treinamento foi 11.
- Um 11!? Nossa! Você deve ter recebido muitos paraquedas! - Digo surpresa com esse fato.
- Filha, tirar uma nota alta requer uma responsabilidade enorme na arena, porque se os seus possíveis "patrocinadores" verem que você não está tendo um bom desempenho, eles param de te enviar paraquedas.
- Sério?
- Sim. E outra coisa, querendo ou não, quanto mais a sua nota for alta, mais você será procurada na arena. - Fico impressionada de como não pensei nisso antes.
- Agora que eu estou pensando, é muito verdade.
- Bom, mas eu creio que irá dar tudo certo, você é uma garota valente Willow, irá conseguir se virar bem. Não é a toa que é a minha filha. - Diz ela. Sorrimos por alguns instantes e depois nos abraçamos.
- Espero mesmo que dê tudo certo na aliança. - Digo.
- Ah, e sobre isso...
- O que?
- Você nunca se pode confiar 100% nas pessoas, sempre desconfie um pouco, pois no momento em que você mais precisa delas, elas te deixam na mão.
- Mas eu preciso confiar em alguém 100%!
- Pode confiar em Dan e Finn, eles eu sei que são plenamente confiáveis.
- Muito obrigada pelos conselhos mãe. - Nos abraçamos mais uma vez, e dessa vez deixamos cair algumas lágrimas.
- Agora durma, você precisa ter um bom descanso pra amanhã,boa noite. - Diz ela.
- Boa noite. - Ela vai embora do quarto, e apaga as luzes.

Já é quase 1:00 da manhã e ainda não consegui dormir. Tem alguma coisa me bloqueando, e eu não sei o que é. Tento pensar em tudo menos nos Jogos, mas é praticamente impossível. Então, penso apenas no meu pai, no meu irmão, em como eles devem estar. Um pouco depois me imagino deitando nos macios gramados da campina, como eu costumava fazer em algum momento dos fins de semana, e por fim, adormeço.

- Willow, acorda logo! - Ouço uma voz irritante me chamando. - Nossa, mas que menina preguiçosa, ugh! - Reconheço a voz, é Mallie me chamando para acordar.
- Tá bom, já acordei! - Digo levantando.
- Se arrume, você irá sair em 40 minutos! - Ela avisa.
- Ok!
Vou direto ao banheiro tomar minha possivelmente última ducha durante muito tempo. Logo após, abro a gaveta e encontro uma blusa vermelha e uma calça, e também um elástico pra amarrar o cabelo. Depois de me trocar, saio do quarto e Mallie e Dan já se encontram na frente do elevador.
- Bom, vamos indo, quanto mais cedo formos, melhor! - Diz ela.
- Esperem! - Diz Thomas correndo em minha direção. - Willow, você tá achando mesmo que você vai ir pra arena de rabo de cavalo? Esqueça isso, vamos fazer a trança clássica como a da sua mãe. - Diz ele.
- Vocês dois tem 15 minutos, então vamos logo com isso!
Depois do Thomas ajeitar meu cabelo (o que eu acho que ficou bem melhor, porque o que eu menos quero na arena é cabelo me atrapalhando) vamos para o aerodeslizador que irá nos levar á Sala de Lançamento.

Quando chegamos ao local, os Pacificadores me separam de Dan. Eles me encaminham para a sala, e fico uns 5 minutos esperando para abrirem a porta. Quando entro, quem está dentro do local, é minha mãe me esperando com o traje da arena nas mãos.
- Filha... - Minha mãe não aguenta e começa a chorar. - Isso que tá acontecendo é tudo culpa minha, se eu não tivesse ouvido seu pai isso nunca estaria acontecendo...
- Não mãe a culpa não é sua, a culpa é da Cassie. - Digo derrubando uma lágrima enquanto ela veste o traje em mim.
- Olha, eu vou dar um jeito em tudo, te arranjar patrocinadores e fazer de tudo pra que você não morra. Mas você precisa sobreviver. Eu sei que você consegue.
- 2 minutos. - Anuncia uma voz vinda do tubo pra entrar na arena.
- Alguma ideia sobre a arena? - Pergunto.
- Olha, de acordo com seu traje... - A roupa que eu visto é uma simples camiseta de algodão preta por cima da blusa vermelha, e a calça, é aquela que tinha vestido antes. Já o sapato são aquelas botas de andar na floresta que deixaram pra mim no quarto.
- Deve ser algo com floresta úmida, fontes de água nessa arena não vai faltar, fique tranquila que disso eu tenho certeza.
- Espero que sim. - Digo.
- 50 segundos. - Novamente a voz anuncia o tempo.
- Mãe, independentemente do que aconteça na arena, eu amo você, e também diga que eu amo e estou com saudade do papai e de Rye, e eu vou fazer de tudo para vê-los de novo.
- Pode deixar, eu falo sim. Boa sorte filha. - Nós damos um último abraço e eu entro no tubo.
Fixo o olhar na minha mãe porque pode ser a última vez que a vejo.
- 30 segundos.
Olhando para minha mãe, fico pensando nos outros tributos olhando para seus mentores do mesmo jeito que eu. Pelo menos uma coisa boa a Cassie mudou, deixando os mentores no lugar dos estilistas na Sala de Lançamento.
- 10 segundos. 9...
A contagem regressiva começa, e eu estou muito nervosa.
- 6... 5... 4...
A cada segundo que passa, percebo que pode ser a minha última hora de vida.
- 2... 1...
O tubo começa a subir, e cada vez que ele sobe mais e mais, fico mais ansiosa e com um pouco de medo do que eu vou ter que encarar pela frente, as coisas que eu vou passar, porque na arena, é matar ou morrer, simples assim.