Capítulo 11

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- Oi... - Digo tentando iniciar uma conversa com Caitlyn.
- Oi! - Diz ela toda animada.
- Então... Você podia me ensinar a treinar luta corpo-a-corpo né...
- Ah, claro! Mas o que eu ganho em troca? - Já estava prevendo que ela queria algo em troca de me treinar.
- Eu podia te ensinar a atirar com o arco!
- Hum... - Ela pensa um pouco, e depois me responde:
- Pode ser então. - Ela concorda e eu fico feliz.
Enquanto nós treinamos luta corpo-a-corpo, tento iniciar uma conversa com ela.
- Então... Como é a vida lá no 1? - Pergunto.
- Ah, é muito boa se você quer saber, depois que sua mãe venceu o Snow, minha família vive muito bem. Minha mãe me falou que era uma criança quando a guerra começou. - Conta ela.
- Como ela sobreviveu? - Digo.
- Como nosso Distrito era rico, e ainda é, a casa dos meus avós tinha um tipo de "porão" de metal embaixo da casa deles que tinha suprimento pra 2 meses. Então, na maior parte da guerra, eles ficaram lá embaixo.
- Nossa! - Digo surpresa. - Esse porão deve ter sido bem planejado pra durar 2 meses com 3 pessoas né!
- 3 pessoas? - Ela dá um risinho. - Meus avós tem 5 filhos, incluindo minha mãe. - Diz ela.
- Puxa... - Digo de boca aberta.
- Mas então, já falei de mim, quero saber de você agora!
- Eu? - Pergunto, porquê não sei o que falar de mim a ela. - O quê você quer saber?
- Como foi a reconstrução do seu Distrito? Soube que quando sua mãe fugiu da Arena ele foi bombardeado.
- Ah, é verdade. A reconstrução foi um sucesso. Como a Paylor autorizou a população viajar entre os Distritos, muitas pessoas se mudaram para o 12 pra tentar ter uma nova chance. - Digo. - E até que foi bom que mais pessoas vieram, até porquê a única condição pra elas morarem no 12 era que eles ajudassem na construção, e atualmente parece um Distrito comum novamente. - Termino de contar a ela e nós acabamos o treino corpo-a-corpo também. Depois nós nos direcionamos a estação de arco e flecha e lá estou eu de novo ensinando Caitlyn a atirar com o arco. Ao contrário de Finn, ela é bastante habilidosa, mas ainda tem um pouco de dificuldade.
- Não sei como você consegue atirar com tanta facilidade! - Diz ela.
- Acho que é de sangue. - Digo sorrindo.
- HAHAHA, aposto que sim. - Diz ela rindo.
Passamos mais alguns minutos conversando e ela fala o que eu estava tomando coragem pra dizer:
- Tenho uma proposta pra você.
- O quê?
- Que tal sermos aliadas? Nós poderíamos chegar longe juntas. - Ela propõe.
- Seria maravilhoso! Mas bem, você tem que se aliar a Dan, meu parceiro de Distrito e também á Finn. - Digo.
- Sério mesmo? - Ela fala.
- Sim, não posso deixá-los pra trás.
- Acho que tenho que conversar melhor com meu mentor. Sei lá, se fosse apenas nós duas, seria um pouco mais fácil, mas ter que carregar mais duas pessoas comigo seria muito difícil, até porquê não sabemos como será a Arena. E se não tiver fonte de água? E se tiver poucos animais para nós caçarmos? Por isso tenho medo de que falte comida para todos, e ver alguém morrer na minha frente de fome é algo que não desejo presenciar.
- É, acho que deve pensar melhor mesmo. Mas preciso de uma resposta rápido.
- Tudo bem, te prometo que hoje á noite subo em seu apartamento e te dou uma resposta. - Ela sugere.
- Então tá bom! - Concordo.
É exatamente uma da tarde agora e os Idealizadores finalmente nos chamam para almoçar. Sento na mesa com Finn e Dan e nós conversamos bastante. Dan parece estar se dando muito bem com Finn, que por acaso é uma coisa muito boa.
Acabamos de almoçar e treinamos a tarde inteira praticamente. Quase no fim do horário de treino, observo os irmãos do 9 treinando. Sempre juntos, eles treinam um pouco em cada sessão, até porque eles são irmãos né, e o menino parece ser muito protetor.
Depois do treino, vamos para o nosso apartamento e nos preparamos para o jantar. Logo depois, decido ir descansar um pouco na cobertura, já que lá é bastante aconchegante. Não demora muito e Dan chega.
- Oi. - Ele diz.
- Oi.
- Então, o quê você achou de Caitlyn? Soube que ela queria ser sua aliada. - Ele fala.
- Ah, ela parece ser legal e é muito animada, também luta muito bem com o machado aliás, mas eu acho que ela está um pouco deprimida por dentro, sei lá. - Falo.
- Será que aconteceu algo com ela? - Ele pergunta.
- Sinceramente, eu não sei.
- Você sabe que dentro de três dias estaremos na Arena não sabe? - Ele diz.
- Sim, mas ainda não acredito. - Digo. - Sabe que, eu me sinto como tudo o que minha mãe sofreu e passou durante a guerra não valeu de nada, por que olha onde estamos agora, nos Jogos Vorazes, o que minha mãe lutou intensamente para destruir. - Paro de falar e ficamos em silêncio alguns minutos.
- E se sua mãe tentasse algo de novo? E se tivéssemos outra chance de acabar com Cassie e seu poder? Ás vezes eu acho que devíamos nos unir novamente. - Dan diz.
- Eu acho que não, minha mãe e meu pai não aguentariam passar por isso de novo. Toda a destruição feita por o avô de Cassie, o Snow, foi demais para ela. Até hoje acho que ela ainda se lembra daquela época. - Falo.
- Acho que ao menos deveríamos tentar... - Ele diz.
- Não sei não. Acho que, isso não vai acabar só com meus pais. Isso irá acabar com todos nós de Panem novamente, e eu não quero ver ninguém mais morrendo porquê pessoas se rebelaram... Mas apesar de que, é melhor tentar se rebelar e tentar destruir os Jogos de uma vez do que ver 23 crianças morrerem todos os anos novamente... E não sei se já te falei mas... Eu não teria coragem de participar de uma guerra.

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