Capítulo 5: Começo.

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-Realmente divina!- falou o Light. 

-Interessante...- murmurou a Arquilliana. O Hill só ficou me encarando sorrindo. O que ele quis dizer quando disse que eu era a "dor" dele? 

-Você conseguiu achar uma da melhor qualidade.- disse o Light.  

-Não pensem que vão achar outra como ela. É única.- falou o Hill. 

-Você é o primeiro daqui à achar uma "dor".- disse o Shure. 

-O que é uma "dor", Hill?- murmurei. 

-Não explicou para ela, Hill?- perguntou o Light. Ele não respondeu. -Deixe que eu explico então. Acredito que seja o que os humanos chamam de amor ou paixão, não sei ao certo. Mas, nós, vampiros chamamos de dor. Porque isso nos dá sentimentos. Começamos a ficar tristes, felizes, irritados... É isso!- 

Então eu sou o amor do Hill? Sério? Não sei se estou feliz ou preocupada. Ele me ama ou só quer o meu sangue? Não sei mais. Ele não parece me amar, só parece não desgostar de mim.

-Quase isso, Ally!- falou o Hill concordando com os meus pensamentos. Aquilo me deixou vermelha. Meu coração está estranho agora. O que eu faço? Realmente é isso? A Arquilliana me encarou rindo, e novamente veio aquela sensação. Eu só quero sair desse lugar e voltar para casa, com meus amigos e a minha mãe. Só isso. Não vou me envolver com um vampiro. 

-Bem, agora estamos indo!- falou o Hill se levantando. 

-Espere mais um pouco! E a noite de jogos?- perguntou a Arquilliana. 

-Fica para a próxima. Até a outro século.- 

-Voltem quando quiserem.- falou o Light. O Hill saiu me puxando pelo braço e fomos na direção da saída, ainda dava para sentir a Arquilliana me encarando pelas costas. O Hill suspirou aliviado. 

-O que foi? Por que está suspirando?-  

-Porque agora não tenho mais que ficar de olhos em você por causa deles.- 

-Me desculpe por ser um fardo...- falei irônica. Ele só sorriu. 

-Só quero sair daqui...- ele bocejou. Não sabia que vampiros sentiam sono. Entramos na limusine e ele ficou me encarando o tempo todo. 

-O que foi?- perguntei irritada. 

-Nada.-ele bocejou de novo. -Só estou aliviado, por algum motivo...- 

-Achei que você não sentisse alivio. Nem sono.-  

-Você me deixa assim!- ele se aproximou mais de mim. Acho que ele me cantou. -Eu fico calmo e relaxado perto de você, e do seu sangue.- 

-Eu sabia...- Ele apenas sorriu de novo. O que há com ele? por que está agindo assim? -Por que...- 

-Chegamos!- falou ele me interrompendo. Olhei para o céu, deve ser umas 4:00 da manhã agora. Minha mãe deve estar sonhando comigo agora. Meus amigos devem estar preocupados. Deve estar sendo difícil. Estou perdida aqui e eles estão perdidos lá. 

-Algum dia posso levar você para ver os seus amigos.- murmurou ele. -Mas apenas ver, não falar.-

Ele está estranhamente legal comigo. Não sei o que está havendo, mas eu prefiro assim. Sorri para ele. Ele ficou me encarando e suspirou de novo. 

-Vem logo.- ele estendeu a mão para me ajudar a descer. Eu não aceitei e desci sozinha.

-Você é difícil...-murmurou ele de novo.  O que ele quer comigo? Do nada ele mudou a forma de agir. Ele abriu a porta e entrou, fui logo atrás. 

-O que quis dizer com aquilo?-ele não respondeu novamente. Ele subiu as escadas e me deixou sozinha. Que cara estranho. Fui até o meu quarto e tirei o vestido, coloquei uma saia e uma blusa branca. O que eu deveria fazer agora que estou sozinha? São 4:00 da manhã, provavelmente é melhor eu ir dormir.

Deitei na minha cama. Aquela garota, Arquilliana, o que ela queria comigo? Só de lembrar dela já me tremo. O irmão do Hill, o tal de Light, é meio maluco, me chamando de Lady. Hoje foi um dos dias mais estranhos da minha vida. Olhei para a minha mão mordida. Acho que sou um prato de carne que todos eles querem comer, ou no caso beber. Não sei explicar isso nem para mim mesma.

Não dá! Desse jeito não vou conseguir dormir. Me levantei e fui andando até a janela ver se a paisagem me dava sono. Pelo visto não. Parece que vai chover amanhã o dia inteiro. Na minha família nós sempre acertamos o clima que vai fazer. Quer dizer, na minha ex-família. Agora eu pertenço a aquele monstro sugador. Esse pensamento me fez deixar uma lágrima cair.

Sinto muita falta dos meus amigos e da minha mãe, mas o que eu posso fazer? Fugir não é uma opção, até porque é impossível. Então, o que eu posso fazer? Essa pergunta me fez chorar de verdade. Me joguei na cama de novo e abracei a almofada.  

-Pai, o que eu posso fazer?- Será que o meu pai me escuta? Será que ele ainda pensa em mim lá do céu? -Você está aí, né pai?-

O silêncio da noite continuou da mesma forma. Nada mudou com essa pergunta. Ele já não me escuta mais. Toda noite é assim. Algum dia eu vou me acostumar a aqui? Me virei de costas para a porta e fiquei olhando para a janela enquanto ficava abraçando a almofada. Ouvi a porta abrir, me virei. Era o Hill. O que ele faz aqui?    

-Ally...-sussurrou ele. Acho que ele está sonâmbulo. Isso nunca aconteceu antes. Ele andou até a minha cama e se deitou. 

-O que está fazendo Hill?-  

-Ally... Sangue...- sussurrou ele. Sério? Sangue? Já deveria saber. Mas como eu vou dormir com ele ali? Não vou dormir com ele! De jeito nenhum!

Mrs.sadistic night(LIVRO 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora