Capitulo 12: Diamante

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Meu braço estava queimando muito e o fato de ele estar pisando em cima dele só piorava tudo. De repente a dor se espalhou para meu ombro e minha cabeça começou a queimar. Estou com sede.

-Lady, como vai?-falou a voz do Light. Todos os garotos quando viram ele se afastaram com medo até que ele sorriu de forma assustadora, isso fez com que eles saíssem correndo e me deixassem ali.

-Light...-murmurei com a visão turva.

-A Lady realmente se destaca.-disse ele rindo.

-O que quer dizer...?-perguntei tentando me levantar mas não era só o meu braço que doía agora. Parecia impossível me levantar.

-Sabe Lady, os únicos tipos que se destacam são os bons e os maus, uma pessoa normal não pode chamar tanta atenção.-Ele se aproximou de mim e se agachou ao meu lado.-Ou você é do bem ou é do mal, se você se destaca na multidão dessa forma, não é nada bom.Boa sorte, Lady. Agora que já espantei aqueles garotos meu trabalho está feito.-

-O quê...?-murmurei. A dor no meu ombro se alastrou ainda mais, dava para sentir um pouco na minha bochecha. O Light tirou o chapeu e sorriu.

-Parece que a marca esta aumentando mais rápido, já esta indo para o seu rosto. Quando ela cobrir todo o seu corpo, você será uma vampira, não posso dizer que não estou ansioso por isso, mas gostaria de provar um pouco do seu sangue.-Ele se levantou e se virou para ir embora.-Acho que você deveria desistir logo dos humanos. Sabe, se eles estivessem em maior número não sei se conseguiria assusta-los, Lady. Não sou forte como o Hill, eu só uso armadilhas.-

Então por que não foi o Hill que veio?

-Não... eles são o que eu sou... falta muito para que eu chegue perto de desistir...-falei mas acho que já não tenho tanta certeza.

-O Hill tinha razão...-falou ele colocando o chapéu na cabeça e sumindo. Eu fiquei deitada e de repente, começou a nevar. Um dos flocos caiu na minha bochecha e isso aliviou um pouco o ardor. Será que é verdade? Os bons e os maus.... Só se destacam os herois e os vilões. Ele tem razão. Até mesmo nos contos de fadas é assim.

-Ally?-perguntou uma voz familiar.-Ally, é você?-

-Katie?!-disse me sentando num pulo e dando o meu máximo para esconder a marca com a minha roupa.-O que faz aqui?-

-Eu que te pergunto. Você estava sumida a três meses.- Ela olhou para mim como se ainda não acreditasse mas logo depois fe o mesmo rosto que a minha mãe.-Você me deixou preocupada, sua idiota!-

Ela veio me ajudar a levantar e me abraçou depois, com muita força. Doeu um pouco.

-Nossa! Você está queimando em febre. O que houve?-perguntou ela em tom preocupado.- Por que você sumiu? Nossa, eu fiquei tão preocupada. Se perdeu ou foi sequestrada? Eu preciso te levar até a sua mãe.-

-Não, Katie! Não precisa! Eu já falei com ela.-Era engraçado ver o quão desesperada ela parecia.-Fica calma! Relaxa! Você está muito nervosa.-

-Mas é que... eu achei que nunca mais veria você!-Ela me soltou e saiu me puxando até a casa dela.

-Sua mãe não esta em casa?-perguntei percebendo que a casa estava meio vazia.

-Ela morreu.-disse como se não fosse nada.

-Morreu? Como assim, morreu?-

-Cancer no pulmão. Ele estava bem avançado então não durou nem um mês.-Ela disse mexendo num livro na estante.

-Ah! Sinto muito.-

-Não sinta. Ela era uma vaca mesmo.-Ela disse. A senhora Dorothy era uma pessoa gentil e muito boa com a Katie. O que houve?

-O que ela fez?-

-Nada, ela ficava me enchendo o saco. Não me deixava fumar, nem beber nem sair a noite. Uma vaca.-Ela pegou um cigarro pôs na boca e acendeu. A Katie era contra fumantes e alcoolatras.-Além do mais, agora eu tenho essa casa só para mim. De vez enquando, trago alguns "amigos" para cá.-

-Katie?-falei com tom de preocupada.-É você mesma? Sei que você nunca diria nada disso.-

-Sobre a minha mãe?-Ela riu.-Eu desprezava ela desde que eu nasci, ela sempre foi fraca, tanto que teve cancer e morreu sem conseguir me agradar.-

Essa não é a Katie. A Katie era a mais sensata do grupo. Não fumava, não bebia e desprezava quem levava homens para casa.

-Ah! Isso me lembra.-disse ela.-Um dia desses, sem querer, atropelei um cara porque eu estava bêbada. Foi tão engraçado. Queria que você tivesse visto. Ele ficou gemendo de dor, parecia que estava tendo um filho.-

Ela deu uma gargalhada que não era dela e minha marca voltou a queimar. Essas palavras me dão vontade de mata-la. Não! O que eu estou pensando?!

-Preciso ir embora Katie!-Falei me levantando rapidamente e correndo em direção a porta.

-Ei! Espera! Para onde você vai?-

Eu parei pouco antes de sair e fiquei pensando em algo para dizer, mas não havia nada, só uma coisa.

-Você não é a Katie! É impossível você ser ela!-falei irritada. Me virei para encara-la e o rosto que ela estava fazendo me assustou. O rosto dela era tão... calmo. Como ficou assim?

-Você também não pode falar nada. Quem é você para dizer o que esta normal ou não? Você sumiu por meses, não sabe o que aconteceu aqui.-

-O poderia ter acontecido para você ficar assim?-Ela abaixou a cabeça e deu uma risada.

-Não é óbvio?-falou irônica.-Você sumiu e me deixou sozinha. Esperava que quando voltasse estivesse tudo normal? Eu estou assim por culpa sua. Eu sentia a sua falta, e agora não sinto mais.-




Mrs.sadistic night(LIVRO 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora