Capítulo 7: Igualitário.

447 54 9
                                    


-Para mim é a mesma coisa, você só não pediu a minha permissão. Eu sei que mesmo que eu negasse você faria. A diferença é mínima.- falei puxando a minha mão de volta. Ele pareceu não gostar daquela resposta.  

-Que seja. Cadê a sua princesinha?-falou ele frio.  

-Ela desapareceu ontem. Eu estava olhando para ela e ela sorriu para mim antes de sumir.-  

Ele sorriu para mim olhando para o meu cabelo. 

-Então o que é isso pendurado no seu cabelo?-perguntou ele. Eu olhei para uma mecha do meu cabelo e lá estava ela, pendurada e quase caindo.

-Não sei como você chegou aí pequenina mas deixa que eu te ajudo.- Pus o meu dedo embaixo dos pezinhos dela e ela desceu devagar e desastrada. Extremamente fofa.  

O Hill ficou olhando e sorrindo. Qual é a graça?  O Hill percebeu que eu estava olhando para ele agora e sorriu como se achasse normal.Ele é muito... muito... muito retardado!  

-O que foi? Por que está rindo?-perguntei emburrada.  

-Nada, nada!- falou se virando para ir embora. Já? Só isso? Não estou reclamando, nem nada, mas ele nem bebeu o meu sangue direito.   

-Já vai?-   

-Quer que eu fique?-ele perguntou. Eu desviei o olhar e bufei.  

-Nem morta!- falei. Ele riu e foi embora mesmo. Como sempre. Olhei para a princesinha. 

-Temos que dar um nome para você.-murmurei. -Que tal... Liss? É um nome bonitinho!-

Levantei a minha mão até a cabeça e ela subiu no topo. Ela é bem folgada também. Ok, vamos ao jardim. É o único lugar que eu gosto aqui.   

" Você sempre gostou de terra, né filhinha?" a voz do meu pai ecoou na minha  cabeça. Já faz um ano e eu ainda estou triste. Ainda lembro dele, na cama com a voz fraca e devagar.   

-Florzinha... venha cá...-falou ele com aquela voz fraca. Eu me dirigi até ele e me sentei ao seu lado. -Lembra... quando nós... fomos a aquele... parque...?-  

-Lembro...-falei quase chorando. Mesmo eu, sabia que aquela provavelmente seria a sua última conversa comigo.  

-Você ria...tanto... e você cantou... naquele pequeno palco e... todos aplaudiram...-ele tossiu. Uma tosse seca. -Cante... para... mim...- 

Eu comecei a chorar.  

-Ei... se você chorar... sua voz... vai ficar... ruim...-ele sorriu limpando a minha lágrima. -É o meu... último... desejo...-  

" Por favor..."

Foram as suas últimas palavras antes de morrer. Por algum motivo, aquela musica que eu cantei era a musica que eu havia criado para ele no dia dos pais quando eu tinha 12 anos. Perdi o meu pai com 16 anos, e perdi a minha liberdade com 17, o que falta eu perder? 

Quando cheguei no jardim, peguei o meu avental e comecei a regar as plantas como sempre. Essas flores fazem esse lugar parecer puro e gentil, nem sei se é ou não, mas sei que o lugar não tem culpa de nada. Talvez realmente aqui seja um lugar puro e lindo, mas quem vive nele é o contrario. 

-Talvez você devesse cantar para elas...-falou uma voz.  

-É... talvez sim...-respondi... QUEM ESTÁ AÍ?! Olhei para o rosto da pessoa e vi que era o Light. -Ah! É você... O que faz aqui?  

Ele não respondeu, só sorriu.

-O Hill não está comigo!-falei me abaixando para regar o resto das flores.  

-Que pena! Então vou embora.-ele tirou o chapéu e se curvou para mim. -Brincadeirinha. Vim ver a Lady!- 

-O quer comigo?-perguntei sem nem olhar para ele.  

-Gostaria de tomar um chá com a Lady.- Ele falou. Eu soltei o regador no chão e fui buscar mais terra. 

-Não temos chá!-falei carregando o saco de terra até as plantas. Ele pegou o saco para me ajudar e colocou do lado das flores. -E não tenho tempo!-  

-Eu tenho chá e posso lhe ceder um pouco de tempo.- ele falou rindo. olhei para ele. Ele não parecia ter alguma intenção ruim por trás daquilo.  

-Tudo bem!- suspirei.  

-Não se deixe levar Ally!- falou o Hill aparecendo na minha frente.-É um truque que ele usa para roubar as noivas dos vampiros menores.- 

O sorriso no rosto do Light desapareceu e o rosto de frustração tomou lugar.  

-Você estragou o meu joguinho. Isso me irritou!-  

-Sabe o que vai acontecer se tentar ir contra mim.-falou ele num tom sombrio. 

-Sei, sei. Como se eu me importasse...-ele se virou para ir embora mas antes olhou para mim de relance. -Eu cuidaria melhor das suas coisas se fosse você. Além de mim existem mais querendo pega-la e eu não vou desistir.-

-Vai logo!-O Light riu de novo. 

-O seu rosto está péssimo!-falou antes de ir.

Ele desapareceu e deixou uma carta de coringa no chão. 

-Não encoste na carta! É outra armadilha!-murmurou ele. - A partir de agora não confie em ninguém além de mim!-  

-Mas...?- 

-Entendeu?- gritou ele. Ele nunca havia gritado comigo, o que está havendo? Eu assenti. Ele se virou para mim e a sua cara estava realmente péssima.

Mrs.sadistic night(LIVRO 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora