Capitulo 11: A verdadeira natureza dos humanos

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-Filha, isso é horrivel!-disse ela espantada. E eu nem mostrei a marca enorme no neu braço que está ardendo muito agora. -São tantas marcas.-

-Só tem uma mãe, ele sempre morde no mesmo lugar.-falei cobrindo de novo.

-Para mim, só uma já é horrivel!-Ela se levantou do sofá e foi em direção a cozinha dizendo que iria preparar um almoço enorme para mim comemorando a minha volta. A única coisa que separava a cozinha da sala era uma bancada.-Podemos chamar a Lucie, o Gatre, a marie...-

-Mãe!-falei segurando os ombros dela.-Só nós duas já está bom.-

-Tudo bem, filha. Entendo. Só me empolguei demais!-Ela se virou para a panela e deu uma mexida com a colher.-Mas e os seus amigos? Não vai vê-los? E tem a escola amanhã.-

-Nem sei se ainda vou estar aqui amanhã, mas se eu estiver eu prometo falar com os meus amigos e ir para a escola.- Ela sorriu. Por um tempo parecia que haviamos voltado para aqueles tempos mas a tensão no ar me fez voltar a realidade.

Meu pai vivia me levando para o palco no parque para que eu cantasse para uma pequena multidão. Minha mãe insistia em me engordar e dizer que meu pai era muito preguiçoso, sempre me fazia rir. Meu amigos idiotas, e eu, a mais idiota do bando, todos juntos rindo do vento.

Eu comecei a chorar ao lembrar de como era tudo antes, com o meu pai, minha mãe e meus amigos. Minha mãe veio na minha direção e se sentou ao meu lado.

-Tudo bem. Filha, estou feliz que esteja aqui comigo.- falou ela me abraçando. Nessa hora eu soltei tudo o que estava segurando. Chorei para valer.Ela passou a mão na minha cabeça e começou a chorar também.

-Acho que essa cena está meio ridicula, mãe.-eu falei tentando me soltar dela mas ela continuou me segurando com força.

-Prometo que nunca mais vou te soltar.-disse. Aquilo pôs um enorme sorriso no meu rosto.

-Se você nunca me soltar eu vou acabar morrendo de fome e você vai queimar o arroz.-falei rindo. Ela me soltou e se levantou num pulo.

-Tem razão.-disse ela correndo até a cozinha mas parou no meio do caminho.-Pode ir para o seu quarto filha. Eu termino aqui. Descanse um pouco.-

Eu assenti sorrindo e corri até o meu quarto que ficava no segundo andar. Nada havia mudado, estava tudo igual.

-Oi, Mr. Teddyzinho!- falei abraçando meu antigo bichinho de pelúcia. Ainda me lembro de como o ganhei. Eu e meus amigos fomos no fliperama para jogar pac-man e ver quem era melhor, mas no final ficamos com preguiça de jogar e fomos brincar com uma daquelas maquinas de bichinho. Fui a primeira a pegar um e esse é o Mr. Teddyzinho.

Meu computador estava em cima da escrivaninha de sempre. Eu me sentei e comecei a mexer nos e-mails.

"Em homenagem a minha grande amiga, Ally"

"Tomara que ela volte logo."

"Sinto muita falta dela."

Essas mensagens me deixaram felizes por saber que ainda se lembravam de mim e que sentiam a minha falta mesmo depois de três meses.

-Ally!-gritou a minha mãe.-Esta pronto.-

-Tudo bem, mãe! Já vou.- Eu dei uma ultima olhada no computador e levei um susto. Por um momento todas as mensagens pareciam falar o contrário.

"Morra logo! Nenhum humano se importa com você!"

"Nos aceite e nós aceitaremos você!"

Aquilo fez o meu braço doer mais que nunca, ele começou a queimar. A pulsação vinha mais forte a cada momento, como se meu braço estivesse querendo ganhar vida, ganhar a minha vida. Eu só consegui gritar e me jogar no chão, mas não foi o pior.

-Ally? Meu deus! O que foi?-perguntou minha entrando no quarto e me encarando assustada. Ela veio até mim e fez o que eu não queria que ela fizesse. Levantou a manga da minha camisa e viu a marca.

-Filha, o que é isso?-perguntou ela se afastando de mim lentamente. Eu só consegui gritar de dor. Meu braço começou a arder mais depois do toque dela.-Você... Você é um monstro como eles?-

-Não...-foi tudo que saiu da minha boca. Eu comecei a pressionar o meu braço para ver se parava de doer, só começou a doer mais ainda. Eu gritei novamente.

-Mãe... eu...-A dor começou a passar de repente. Minha mãe ficou me encarando por um tempo até que deu as costas para mim.-Eu... não sou um...-

-Você é!- gritou ela.-Eu sabia que você estava diferente, mais... sombria e agora eu sei o porquê.-

-Não, mãe! Eu só...-não consegui completar. Eu não sou um monstro, mas também não sou humana.

-Saia dessa casa agora!-Ela começou a chorar.-Seu monstro!-

Meu braço pulsou com o que ela disse. Eu só passei minutos com a minha mãe. Não é minha culpa o fato de eu estar assim.

-Mãe, não faz isso. Não tem nada demais. Eu não sou um monstro.-Eu já estava começando a chorar.-Não me manda embora. Para onde eu vou? Você é a minha mãe. Não faça isso comigo.-

Ela se virou e foi embora. Fui atrás dela mas ela saiu da casa sem falar nada. Melhor eu ir embora mesmo.

Peguei um casaco e saí de casa.Eram 6:30 da noite e assim que saí pude ver uns garotos batendo num menino mais novo.

-Ei! O quê estão fazendo?- Eu ainda estava com cara de choro, então não sei o que pensaram de mim.

-Olha, uma garotinha veio aqui te defender!- disse um garoto vindo na minha direção. O menino qie apanhava me olhou com desprezo. Por que ele está me olhando assim? Eu o estou ajudando.

-Essa "garotinha" tem músculos.-

-É? Vamos ver.-disse o outro formando um círculo à minha volta. Eram cinco no total. Acho que não vou dar conta de cinco, na verdade nem sei se daria conta de um.

Eu fui na direção de um deles e lhe dei um soco com o braço da marca. Ele levou um impulso enorme e bateu contra uma parede. Nossa. Que força.

Os outros se intimidaram e recuaram um pouco, mas o garoto que estava apanhando antes jogou uma pedra em mim. Bem no acima do meu olhos. Ainda me senti cega por um tempo.

-Agora. Vamos pessoal!- Eles me derrubaram e começaram a me chutar. Até o menino que eu ajudei se juntou, ele jogava pedras em mim.

"Você pode pedir para voltar quando quiser." A voz do Light ecoou na minha cabeça.

"Não! Eu ainda confio nos humanos." Pensei.

O garoto que eu havia socado veio até mim cambaleante e pisou no meu braço com a marca. Doeu mais que o normal.

-Seu pedaço de merda!-disse cuspindo na minha cara.-Não nos incomode se não souber brigar.-

Um outro armou uma faca e o entregou.

"Pessíma escolha, Lady." Disse o Light entre risos.

Mrs.sadistic night(LIVRO 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora