Lost

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Eu não sei o que tinha acontecido, mas minha cabeça latejava um pouco e tudo estava escuro ao meu redor, quando tentei me levantar senti uma pontada em meu tornozelo e gemi de dor caindo no chão de terra duro novamente. Com as dores eu não conseguia pensar direito nem sabia como havia chegado ali, percebi que estava em um buraco um pouco fundo o cheiro úmido de terra tomando minhas narinas, a noite estrelada a cima.

De longe comecei a ouvir passos nas folhas secas, passos rápidos, uma parada brusca, e vi uma pessoa se debruçar na beirada do buraco.

- 'Eu sei cuidar de mim mesma.' – Ouvi a voz, que eu saberia de quem era a quilômetros de distancia, com uma imitação muito ruim da minha voz.

Se fosse qualquer outra situação eu estaria querendo pular em seu pescoço, mas eu não conseguia encontrar forças e sentia um liquido escorrer pela minha cabeça e fraqueza, encostei meus dedos onde eu havia batido a cabeça e senti uma coisa viscosa dor quando meus dedos entraram em contato com a batida.

- Não, não. – Ouvi Calum falar. Mas ignorei e olhei para os meus dedos vendo que a coisa viscosa era meu sangue.

- Calum, eu to sangrando. – Falei começando a me desesperar.

- Eu sei, ei, não se apavora, vai ficar tudo bem. – Ele falou me chamando atenção, tentando me passar uma sensação de paz. Eu assenti com a cabeça e respirei fundo, mas sentia a fraqueza ainda bem presente. – Agora me diz, o quanto você está machucada.

- Minha cabeça lateja, meu tornozelo esquerdo doí quando eu apoio nele e eu to me sentindo fraca e provavelmente desmaiei quando bati a cabeça. – Falei tudo muito calmamente o olhando.

- Você rolou um barranco e caiu em um buraco. – Ele comentou. E eu senti minha cabeça latejar e fechei os olhos com força querendo que a dor fosse embora.

- Ei. – Ele me chamou a atenção novamente. – Eu sei que você está machucada, mas preciso da sua ajuda para te tirar dai, ok?- Ele falou e eu assenti. Apesar dessa tranquilidade eu ainda sentia um pouco do desespero no fundo de sua voz. – Na mochila, tem uma corda, você consegue jogar?

- O que você vai fazer com ela? – Perguntei, enquanto puxava a mochila para perto de mim a abrindo para pegar a corda.

- Amarrar em uma arvore e descer para te pegar. – Ele respondeu. Quando achei a corda me escorei na parede para levantar e com um pouco de dificuldade consegui jogar para ele que pegou e desapareceu por alguns minutos, o sangue escorria pelo meu rosto e eu me sentia cada vez mais fraca, mas tentava ficar acordada. Logo Calum apareceu de volta e jogou a corda para dentro do buraco e desceu.

- Está tão ruim quanto parece? – Perguntei com a cabeça encostada a parede e olhando para ele que estava agaixado a minha frente.

- Não. – Ele demorou um pouco para responder, analisando o machucado.

- Você é um péssimo mentiroso, nesse quesito. – Respondi resmungando de dor quando ele mexeu em meu tornozelo que estava inchado.

- Eu não estou mentindo. – Ele respondeu pegando a mochila a amarrando na corda e depois se virando para mim.

Tentei revirar os olhos, mas a dor aumentou com o movimento.

- Certo, vamos acreditar nisso. – Retruquei irônica.

- OK, eu vou te por nas minhas costas então tente se segurar bem forte só por alguns minutos, eu sei que vai ser complicado. – Ele falou e eu assenti, ele se virou e subi em suas costas colocando meus braços ao redor de seu pescoço enquanto minhas pernas iam ao redor da sua cintura.

Ele se levantou sem dificuldades, passou a corda em sua cintura presa a um gancho e começou a escalar devagar, me segurar a ele estava sendo mais complicado do que eu imaginava, minha cabeça latejava junto do meu pé fora a tontura que eu sentia, eu tinha uma impressão de que estava começando a delirar.

Jerk with puppy eyes - calum hoodOnde histórias criam vida. Descubra agora