CAPÍTULO 1 (Íris) Traição

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- Anda Pedro, ou vai escurecer e não vamos aproveitar o passeio a Gliera.

- Já estou pronto. Não precisa me apressar. Estava pegando Dácrios para as compras.

- o que é Dácrios?

- é o que a gente usa pra comprar as coisas.

- ah claro. Dinheiro!

- o que é dinheiro? Esse é o que usam pra comprar as coisas na Terra?

- Sim. Mas cada parte do planeta o dinheiro tem seu nome próprio. Temos a Libra, o Euro, Dólar, Real. São vários nomes, mas quando queremos falar no geral falamos dinheiro. Nunca perguntei, mas você é dessa dimensão?

- Não. Eu nasci na quinta dimensão, lá o nosso "dinheiro" se chama Dracma.

- Nossa! Na terra, na Grécia antiga o dinheiro chamava-se Dracma. Isso é incrível.

- é dizem que o nome foi emprestado aos humanos da Terra. Uma Ajuda da quinta dimensão.

- Incrível

- Então? Iris e Pedro desistiram de ir? - Perguntou Eros.

- Não. Falamos em coro saindo para a estrada que levava em Gliera.

Eu estava maravilhada com a beleza da cidade. As pessoas brilhavam como se suas peles fossem de luz. Vestiam roupas essencialmente brancas e um pouco padronizadas. Mulheres de cabelos compridos e lisos e homens de cabelos curtos. As feições eram bem delicadas. Pareciam anjos. Rostos finos e alongados. O corpo todo alongado, pernas compridas e finas. Parecia a cidade dos modelos. Todos altos, magros, e com semblante etéreo. Casas todas feitas de cristais e em formato triangular. As ruas e transportes do mesmo material. Diria que parecia uma cidade do futuro. Pelo, menos para a terra. Havia pessoas andando pelas calçadas, algumas muito prestativas. Foi quando vi o que chamam de pomar público. Onde é cultivada toda a comida consumida na cidade de Gliera. Extensões enormes de campos de cultivo. Pessoas trabalhando felizes e sorridentes. Olhos cheios de vida. A harmonia reinava naquele lugar. Nunca em toda a minha vida na terra pude ver tanta gente junta vivendo em plena harmonia, a ajuda mutua era evidente em cada detalhe, na maneira que trabalhavam, conversavam ou faziam coisas simples do cotidiano. Continuamos a seguir vendo outra área de cultivos agora de um tipo de grão que nunca vi antes. Eros disse ser a principal refeição dos Glieranos. Tinham uma alimentação muito saudável baseada em frutas, grãos e vegetais, tudo orgânico. Não comiam carne de nenhum tipo. Nunca ouviram falar desse tipo de habito. A evolução moral e tecnológica seguia em equilíbrio. Um povo angelical é o que pareciam.

Enquanto caminhávamos Eros usava sua habilidade de camuflagem, não podíamos andar entre os humanos sem ser notados, afinal apesar de termos o tipo físico dos Glieranos não brilhávamos e era imprescindível não sermos detectados por viajantes Lumine. Em uma rua de frente com um palácio de cristal escrito museu da Cidade um portal se abria e uma mulher de cabelos negros e olhos verdes apareceu diante de nos e atrás dela estava Lindra.

- Lindra? É você ou estou vendo uma miragem?

- Iris, sou eu mesma. Sinto não ter dito antes, mas precisamos conversar. Disse Lindra com um olhar culpado.

- Mas como você está aqui? Pensei que fosse humana não sabia que era viajante. Disse Eros olhando para Lindra.

- Não sou viajante. E pelo visto você é certo! O que está fazendo com Iris aqui na terceira dimensão?

- Espera! Quem tem perguntas aqui sou eu! Falei irritada.

- Iris, acho melhor se afastar desse cara. Sinto que tem algo errado com ele.

- Ei! Qual seu problema? Mal me conhece e fica falando essas coisas.

- O que você quer com minha amiga? O que está aprontando Eros? Se é que esse seja realmente seu nome. - falou Lindra de forma agressiva olhando dentro dos olhos de Eros.

- Lindra! Porque está agindo assim. Eros está me ajudando. Porque essa desconfiança toda? E você não explicou como e porque está aqui. Se não é uma viajante o que você é? - falei irritada e um pouco surpresa pela forma com que Lindra estava se comportando.

- Desculpe amiga! Lindra falava enquanto dava um abraço apertado de urso deixando-me quase sem ar.

- Então qual é sua história? Falei olhando em seus olhos esperando uma explicação para toda aquela loucura. Sentia falta de minha amiga e parecia um sonho realizado. Precisava de algo familiar e acolhedor para que eu pudesse me sentir melhor. A saudade de minha mãe e de Lindra gritavam em meu coração há algum tempo.

- Íris, sou uma guardiã. Para ser mais exata sou sua guardiã.

- O que? Está dizendo que é minha guardiã e sabe tudo sobre essa loucura que estou vivendo? Como é possível? Quando ficou sabendo?

Milhares de perguntas martelavam minha mente. Saber que Lindra era minha guardiã realmente era um alívio. Não poderia desejar ninguém melhor do que ela. Mas estava tudo tão confuso. Queria apenas esquecer tudo e voltar para minha vida monótona e normal. Sem viagens dimensionais, sem poderes, sem mundos, sem complicação. Era tudo o que desejava. Apenas minha antiga vida de volta. Nada dessa confusão.

- Sei disso a muito tempo, quando ainda éramos crianças. Meu pai contou tudo sobre o mundo viajante e sobre você.

- O que? Está dizendo que sempre soube o que eu era e nunca me contou?

- Precisa entender amiga, eu não podia contar. Meu pai fez um juramento para Cronos seu pai e fui impedida de contar a você até que tivesse completado dezoito anos. Eu sinto muito!

- Lindra está dizendo que sua família conheceu meu pai? Está dizendo que todos sabiam menos eu? E Apolo? Quer dizer, sabia que ele era um viajante?

- Sim. Por isso incentivei a amizade de vocês.

- Você sabia e não me contou? Preferiu me fazer de boba?! Esconder coisas de mim. Como pode me trair desse jeito? Você é minha melhor amiga! Viu minha situação com Apolo e mesmo assim não contou nada para mim. Quem é você e o que fez com minha amiga?

- Você não entende, eu não tive escolha!

- Acho que teve! Escolheu mentir e enganar sua amiga. _ Sibilou Eros colocando mais lenha na fogueira.

- Cala a sua boca seu cretino. Não sabe de nada sobre esse assunto portando não se intrometa.

- Não fala assim com ele. Onde estava você quando eu precisei? Quando descobrir coisas horríveis ao meu respeito, quando descobri sobre minha descendência. Onde estava você quando Apolo me traiu e contra minha vontade fez um juramento eterno no qual não tenho escapatória? Onde estava você?! _ falei a todo pulmão deixando a frustração e a raiva tomar conta de mim. Ser traída por Apolo eu podia entender, mas ser traída pela minha melhor amiga foi mais do que eu pude suportar.

- As coisa não são assim como imagina. Precisa perdoar Apolo. Existe uma explicação para isso.

- É você tem razão. Existe uma explicação bem clara para isso. Eu estou sozinha nessa história toda. E vou continuar assim. Adeus Lindra. Espero nunca mais olhar para você. Não somos mais amigas! Não tenho mais ninguém!

Virei as costas e saí com o meu coração em pedaços deixando Lindra e todo o meu passado com ela para traz. Estava magoada de mais para continuar na presença dela. Abri um portal e fui direto para casa. Precisava ver minha mãe. Meu coração já não suportava tanta dor. Um abraço aconchegante de minha mãe era tudo o que eu precisava naquele momento.

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OBRIGADA POR TUDO!!!

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VIAJANTES II - A PROCURA #Wattys2018Onde histórias criam vida. Descubra agora