Capítulo 10 (Apolo) Na Memória e No Coração -Parte 2

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Apolo

- Não graças a mim? Não graças a mim? – Gritou Eros em puro ódio. Avançando dois passos em sua direção. Seu olhar de pura treva, seu sorriso branco e certinho sem nenhum calor humano. _ sua tola, é graças a mim que ainda está viva, se eu não a quisesse viva, Greta a deixaria morrer, enquanto os meus camaradas sobre o meu comando ateariam fogo sobre o seu belo corpo delicioso. Não seja ingênua e não me irrite pois não estou nada feliz hoje. Terei que refazer alguns dos meus planos e você está inclusa neles. _ Assim que Eros terminou de falar a minha amada, ela se retesou se agachando recuando alguns passos sentando ao chão longe daqueles olhos gélidos do bastardo.

Iris sabia que estava tudo bem, podia sentir a ligação comigo, sabia que eu estava vivo e desconfiava de que a ira de Eros, vinha do fato de que não pode me matar, não conseguia chegar até mim. E Iris sentiu a paz brotar em seu íntimo. O orgulho do guerreiro forte e fabuloso que ela achava que eu era. E sentir pura felicidade mais uma vez.

Após o banho, Eros vestiu roupas de dormir, despindo-se em frente a Iris, sem o menor puder, mas ela não tinha o interesse de olhar para ele, sentia nojo, repugnância, e absoluto desprezo por aquele homem perverso. Ele percebeu sua relutância e falta de interesse de olha-lo e se irritou.

- Não vai tomar um banho? Deveria pois está suja de terra do jardim. Fiquei sabendo que estava tentando plantar algumas rosas.

Íris aproveitando a desculpa de plantar rosas para esconder as unhas cheias de terra dela e do seus dois pequenos amigos, que escavaram para esconder os suprimentos de fuga. Tinha sido uma boa jogada. Sentia-se esperta e um passo a frente de Eros e seus capangas.

- Você ficará neste quarto? _ Perguntou Iris sentindo um frio na espinha, enquanto separava um pijama de flanela para dormir aquecida e possivelmente toda coberta no locais que precisava ocultar, para não parecer sexy ou desejável.

- Onde mais eu ficaria? Esta é a roupa que vai usar? _ perguntou Eros esticando os braços, como se quisesse inspecionar se o tecido era bom, se estava adequado a ela. Respondendo com um aceno moderado, Iris se assustou quando ele arrancou os tecidos de suas mãos jogando-os pela janela agora aberta, antes bloqueada para não ser possível abri-la até a chegada de Eros.

Minha pequena olhou o sorriso descarado e cheio de malicia de Eros, e sentiu um medo tomar conta, eu junto de suas memorias me senti tentado a interagir, rasgando a garganta do bastardo, mas não havia nada a fazer, era apenas uma memória e nada mais. Senti-me tolo por esses pensamentos infantis.

- Vá tomar o seu banho. Irei separa algo para você vestir esta noite. A voz dele a estava enojando e sabia que se recusasse ela estaria acabada, com certeza seria espancada mais uma vez, e achou melhor agir e brigar quando não tivesse mais nenhuma chance de escapar de suas garras. Ele parecia desgastado, cansado, talvez não fosse mexer com ela, apenas iria vê-la em alguma roupa inadequada. Era melhor do que ser violentada ou massacrada. Uma olhada com certeza doeria bem menos. Então minha amada entrou no banheiro e tomou o banho despreocupadamente rezando para que quando saísse ele estivesse dormindo.

Após a agua mornar tocar seu corpo, lavando toda sujeira, passou um shampoo que não estava ali antes, mas com a intenção de parecer submissa, a fim de não deixar o cretino irritado, achou por certo fazer os gostos dele essa noite. Amanhã. Ela precisava fugir no outro dia, pois estava ficando perigoso jogar este jogo com Eros e ela sabia que a paciência dele estava esgotada e cedo ou tarde a reivindicaria para si, em uma ideia absurda de que tinha o direito sobre ela.

A primeira impressão que chegou a mim, antes de a imagem de sua memória se acender era de puro pânico. Aquela sensação ficou impregnada em meu cérebro, se tornava muito difícil ser apenas o espectador a assistir minha alma gêmea se sentir tão desesperançada, mas precisava ver, entender, liberta sua alma da dor de achar que era culpada por qualquer atitude diante deste sádico. Então continuei em suas memórias. Iris se sobressaltou quando percebeu que não havia toalhas no banheiro, tinha certeza que mais cedo o armário estava repleto de toalhas, mas algo estava errado, pois o que restara era uma pequena toalha branca felpuda de rosto, minúscula, secou o corpo e se demorou, sem saber o que fazer. Pensou em pedir a ele que lhes trouxesse tolhas limpas, mas quanto mais se demorava no banheiro, mas a compreensão lhe batia no íntimo. Eros havia saído do banho com duas toalhas, uma na cabeça e outra na cintura, ela se lembrava que havia no mínimo seis toalhas, não poderia fazer sentido. Ela abriu o armário no banheiro e continuou a procurar pelas tolhas brancas. Uma voz abafada e cantarolada ecoou do outro lado da porta. Ele estava rindo descaradamente de forma muito arrastada, como se quisesse parecer sexy, meio sonolento, talvez até mesmo íntimo e o coração de minha amada queimou no peito. Procurou por suas roupas sujas, mas não estava lá. O boxe do banheiro era escuro, não se via nada, nem quem estava dentro ou quem olhasse por fora, portanto ele poderia ter entrado e tirado tudo, e ela não perceber o que ele havia feito. Estava agora explicado o desaparecimento das tolhas e das roupas. Uma raiva ferveu em suas veias, uma toalha minúscula, era o que ele deixou para ela apenas secar o corpo, mas o cabelo molhado continuava pingando deixando a pele úmida. Uma toalha tão pequena não secaria cabelos tão grandes e pesados de água. O frio já começava a lhe percorrer a espinha, não sabia se era pela falta da toalha, ou por puro medo. Como sair sem que ele pudesse ter uma vista privilegiada. Seu rosto queimou em brasa, de vergonha, de irritação, de impotência. Pensou duas vezes se não valia a pena sentar e chorar, até que ele desistisse de espera-la sair do banheiro.

- Meu amor, vai morar no banheiro? Saia! Venha vestir roupas quentinhas e confortáveis que separei para você. Eros gargalhava enquanto aguardava o próximo movimento de Iris.

- Onde estão as toalhas. Gritou Íris em uma voz tremula. Pude sentir em seu íntimo a raiva por não ter conseguido controlar as emoções, por deixa-lo perceber que aquilo havia mexido com ela, que ele a estava torturando mentalmente.

- Não há toalhas para você. Quero vê-la ao natural. Não seja estraga prazeres. Estou entediado, quero só uma pequena distração, não seja cruel. Vamos saia deste banheiro!

Iris pensou, calculou seus movimentos e achou que o melhor seria pegar a pequena toalha minúscula e coloca-la na vertical tampando apenas a frente. Teria que movimentar escondendo a parte traseira do corpo que estava exposta. Melhor do que correr o risco de irrita-lo. Não queria nenhuma costela quebrada ou nariz sangrando. Abriu a porta segurando a pequena toalha como se fosse um bote salva vidas e ele riu, riu até perder o fôlego. Uma risada macia e engraçada. Íris sentiu-se confusa, se não soubesse quem ele era de verdade, se não tivesse conhecido as trevas de seu coração ela poderia ter simpatizado com as gargalhadas dele, talvez até mesmo rido junto. Não parecia a mesma pessoa de momentos atrás. Risada de pura alegria e cadência ritmada, divertida, até mesmo acolhedora. Ela olhou para ele incrédula, olhou para si no espelho da penteadeira, um reflexo distorcido pela distância, mas a palidez de sua pele era visível mesmo assim. Estava lívida de medo, de impotência e mesmo assim ali estava aquele viajante, rindo e se divertindo as suas custas, a custas de seu desespero. Era cruel e ao mesmo tempo caloroso.

- Não seja rabugenta! Vamos tire essa toalha minúscula. Quero dar só uma espiadinha. O rosto de Iris queimou em vergonha e Eros se levantou ofegante, dando passos em sua direção. Eu estava tenso com as imagens, queria ainda assim corta a garganta dele com meus próprios dentes, mas não, não teria essa paz de sossego ao meu espirito amortalhado. Iris abaixou a cabeça ainda envergonhada. Então ele passou com o dorso dos dedos na lateral do rosto dela, segurou-lhe a cabeça com uma mão em sua nuca e arrancou a toalha com tamanha precisão que gritei de ódio, sem ser ouvido, um grito sem som, mas com toda a minha alma. Droga! Esse cara estava mesmo na minha lista negra, no topo dela. Afastando de Iris lentamente enquanto ela se esforçava para cobrir o máximo de pele possível, ele sentou-se na poltrona ao lado da cama e a fitou desejoso.

- Está na cama a roupa que separei para você vestir. A primeira peça estava próxima a Iris, um sutiã vermelho bordado envolto por pedrinhas brilhantes de mesma cor, enquanto era feito de renda transparente ao centro, ela se vestiu virando-se de costas e ele assoviou enquanto a sensação de queimação a corroía, ela sabia que ele estava olhando para suas partes traseiras, para a curva de seu corpo e vergonha a queimava ardentemente. Virando para frente a fim de pescar outra peça, Iris percebeu que ao longo da extensão da cama as peças se alinhavam em direção a poltrona em que ele se encontrava. Muito bem posicionada, para faze-la percorrer o caminho enquanto vestia-se tendo como caminho final um shortinho de seda, depositado em seu colo.

Eu queria vomitar, não suportava sentir a dor dela, senti sua impotência, seu desespero, mas ainda permaneci assistindo tudo, mesmo que preferisse que minha cabeça fosse arrancada de meu corpo a ter de presenciar o mal que minha linda foi obrigada a passar. Mas ela ergueu a cabeça agora de calcinha e sutiã, sentindo-se menos desconfortável, apressou o passo para se vestir. Vestindo a parte de cima do conjunto de seda e quando chegou a hora de pegar o shorts, ela hesitou por um momento, eu não percebi que eu segurava a respiração, como se isso fosse mudar o passado, o que eu estava vendo em sua mente. Ela abaixou lenta e cuidadosamente, como um animal tentando não ser caçado, mas ele a segurou pelos braços a jogou na cama prostrando seu corpo sobre o dela e eu me lancei para fora de sua mente. Era o meu limite. Eu não iria suportar ver nada mais. Precisava de um tempo para desacelerar meu coração ou teria um ataque fulminante.

Obrigada a todos pelas mensagens. Segue mais um capítulo.  Retornando com bastante gás. Beijo a todos e boa leitura! 

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