CAPÍTULO 5 - (Íris)- Lembranças da Dor - Parte 1

78 10 1
                                    

       Acordei sobressaltada com a lembrança dos meus últimos dias após a terrível descoberta sobre Eros, não podia imaginar a tamanha crueldade de uma pessoa que aparentava ser um anjo dos céus e que na realidade era o oposto, diria que o próprio demônio em pessoa, um homem enlouquecido por seus desmandos, um homem violento, agressivo e obsessivo, envolto nas trevas, e que me causava muito medo, mas ao abri meus olhos neste fim de tarde, lá estava meu amado, o homem que realmente aquecia não só meu coração, mas a minha alma que naquele momento estava precisando de conforto, pois estava dilacerada como jamais esteve em toda a minha vida. Eu não conseguia tirar os meus olhos de Apolo, que dormia com um semblante calmo e alegre, apesar de perceber linhas roxas abaixo dos olhos, demonstrando que não era só eu que estava sentido a ligação de forma esmagadora, por todo este tempo em que estivemos longe, minhas noites de sono eram inquietantes, confusas e até mesmo obscuras, a medida que a distância entre mim e Apolo permanecia e os dias passavam, a dor em meio peito crescia de forma desesperadora, e em minha total burrice, diante de todos os acontecimentos, eu fiz a escolha errada, traindo meu coração e minha alma, deixando-me levar pela falsa voz mansa de Eros, e me deixei ser manipulada, mas foi quando entendi o meu errado, ao descobrir o cretino e obsessivo Eros, monstro que quase destruiu minha vida, e que só pude me libertar porque eu havia cultivado o amor de uma criança linda e sofrida, que mesmo sabendo do mostro que sempre acompanhou, aceitou tudo por medo de ficar sozinho, por medo de morrer, ou ser abandonado, pois Pedro conhecia a dor da perda, a sensação de não poder contar com mas ninguém.

Eu estava aprendendo da pior maneira, me senti pequena, desesperançada ao me lembrar de que eu tinha virado as costas para minha melhor amiga, minha guardiã, a quem sempre confiei e que mesmo agora percebo o quanto me ama e se preocupa comigo, da maneira com que tratei Vik que estava tentando me ajudar, fazendo o melhor possível diante daquilo em que estava em seu alcance, e meu amado Apolo que nunca ousou me machucar, que me amava com todas as suas forças, e que por esse amor fez um juramento eterno, não para me aprisionar, mas para poder me amar plenamente, agora sei disso depois que me deparei com um monstro que queria me tornar sua prisioneira, sua serva submissa, sua escrava sexual, uma pessoa morta sem vida por dentro.

Como eu iria contar a ele? Como contaria a Apolo o meu erro? Sentia vergonha de minhas ações, eu me sentia suja, não tinha coragem de me olhar no espelho, não depois de tudo o que passei nesses últimos dias, não depois de tudo que aquele monstro me obrigou a fazer, minha mente rodopiava nas lembranças terríveis daquela noite após o juramento, assim que Eros havia me agredido e ferindo meus lábios, um terrível pavor percorreu meu corpo ao perceber a loucura daquele homem, ele falava coisas sem sentido para mim, enquanto me feria dizia me amar, falava que eu seria dele, que me colocaria em um altar onde somente ele poderia olhar para mim, onde somente ele tocaria em mim por toda a eternidade.

O desespero tomava meu coração e em um impulso pulei de seus braços tentando fugir de sua loucura, desejando voltar para meu lar, para as pessoas que eu amava e que me amavam de verdade, que deixaram de me contar a verdade talvez com a intenção de me proteger, diferente de Eros que me fazia sentir como se o inferno estivesse ardendo e eu aprisionada nele. Ao chegar a porta fui arremessada para a parede com toda a força, e minhas costelas rangeram de encontro ao concreto, e o sangue jorrou de minha boca, o cretino era forte, possuía uma energia negra e sufocante, a maneira com que me jogou contra a parede, fazendo-me parecer uma pequena boneca de pano, leve e indefesa. Minha respiração entrecortada pressionava meus pulmões e naquele momento pensei que havia quebrado no mínimo três ou mais costelas, e perfurado um de meus pulmões, pois a dor era imensa.

Ainda ouço o som de sua voz, calma e sedosa como se nada estivesse acontecendo de grave naquele momento.

Oi Pessoal, voltei! Como prometido segue um novo capítulo. Apesar de ser um momento sombrio para nossa querida personagem, era hora de explicar o que aconteceu a ela depois da descoberta sobre o verdadeiro "EROS". Espero que gostem.

Votem, deixem seus comentários pois preciso muito saber o que estão achando do livro.

Boa Leitura!!!!

VIAJANTES II - A PROCURA #Wattys2018Onde histórias criam vida. Descubra agora